quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

Velasco, o "Mureno" de fé

Nas belas manhãs e  nas tardes que se prolongavam pela noite e às vezes até invadindo a madrugada, era um dia prazeroso, passar o domingo no sítio de Fernando Velasco, que ficava na Estrada do Uriboca, em Marituba. 

Uma autentica confraternização de amigos que mais parecia uma grande e harmoniosa família. Tudo era só alegria. E “bebemorações” com fartura de iguarias. Que até o dono da casa contribuía descascando as batatas para adiantar os serviços da cozinha. Com aquela serenidade que era uma marca forte em seu temperamento. 

Na piscina rústica e não tão  funda, a criançada fazia sua festinha particular. Algazarra que se misturava às conversas entre os adultos.  Os mais assíduos,  além da minha família : Ronaldo Bandeira e a esposa, Bernardino Santos e sua Eliete; Rubens, o irmão dele,  Claudionor Vieira, Walcy Monteiro, Ronaldo Franco, Valdir Fiok, Ary Monteiro, Luiz Negrão,  Carlos Garcia, e tantos outros,  além dos familiares de Velasco e da esposa, Marlene. 

Ninguém tinha pressa pra nada. A casa, ou melhor, o sítio, era um prolongamento de nossos lares como se fosse   uma grandiosa  festa de arraial. Comida e bebida estavam à disposição.  Era só servir-se  à vontade. Velasco era uma pessoa que cultivava amizades e sabia preservá-las. Um cara bacana. Conciliador, espontâneo e sincero. Por isso, na política foi preterido algumas vezes para cargos majoritários pela causa maior do MDB velho de guerra,  desde a sua fundação,  no começo da longa  ditadura militar. Era o partido opositor ao regime militarista que dominou o país por mais de 20 anos. 

Vereador metropolitano em dois mandatos, deputado federal, vice-prefeito de Belém,  presidente do instituto de Terras do Para (ITERPA) por duas vezes, além de funcionário do Basa por longo tempo, Fernando Velasco partiu ontem, para se encontrar com a companheira  de mais de 50 anos de casados. Ela faleceu há pouco mais de um ano e meio. 

Deixa um imenso vazio em quantos tiveram a sorte de privar de sua longa e  benfazeja amizade. Velasco e Marlene nasceram para ficar juntos para sempre. E que assim seja no outro plano da vida.







sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

Remo, bi campeão paraense – 1978

Este time do Remo que se sagrou Bi-campeão paraense em 1978, foi um dos melhores de quantos disputaram a Primeira Divisão Brasileira, isso desde 1972 quando o Leão Azul fez seu debut na competição.

Aparecem na foto, da esquerda para a direita, em pé: China, Dico, Marajó, Dutra, Aderson e Clóvis. Agachados, na mesma ordem; Paulinho, Zezinho Capixaba, Mesquita, Bira (recentemente falecido) e Júlio César.




quarta-feira, 25 de novembro de 2020

Maradona vs Pelé

De primeira devo dizer que considerava Di Stéfano o melhor jogador argentino de todos os tempos. Falo com alguma experiência de vida... Pouquíssimo abaixo de Pelé. 

Mas o assunto é a morte de Maradona. Quase inesperada pelo muito que já passara anterior à recente cirurgia no cérebro. As sequelas pelo uso de drogas por algum tempo foram agudas. E,  pode-se mesmo dizer, a causa de sua morte prematura, mesmo tendo chegado aos 60 anos. Para os padrões etários de hoje,  contudo, era possível considera-lo como um jovem senhor. 

Em um comentário na revista Placar de alguns anos atrás, um dos colunistas da revista esportiva analisou a dúvida sobre quem teria sido melhor: Pelé ou Maradona. colocou como termômetro dessa discussão, o ciclo de cada um dos dois craques. Quanto ao futebol praticado, logicamente. E sem tantos rodeios ou atalhos para citar Maradona, justificou a época em que Pelé jogou, quando a visibilidade não era comparável ao tempo do craque argentino. A televisão no Brasil, em termos de futebol das grandes equipes restringia-se ao Rio e São Paulo. Em Belém, por exemplo, só se via os grandes craques nos  jornais de curta duração que antecediam a exibição dos filmes nos melhores cinemas da época. Afora isso, só nos esporádicos amistosos quando os times famosos vinham em temporadas por aqui, jogar contra os três maiores clubes paraenses: Remo, Paissandu e Tuna. Ou em partidas das extintas seleções estaduais, realizadas bienalmente.

Se Pelé tivesse tido a mesma exposição no auge de sua carreira 1958/ 1970, o favoritismo quase absoluto seria seu. Não à toa foi merecedor dos maiores galardões mundiais do futebol. Inclusive intitulado Rei, que os franceses lhe tributaram em manchete do jornal Le Figaro.

O legado de Maradona é inegável. Com maior empatia, talvez, por seu engajamento político. E o uso de drogas, uma tisna em sua carreira brilhante.

Pelé, bem mais velho, paga no outono da vida,  a cobrança implacável por sua alienação aos destinos do país, principalmente no tempo da ditadura militar. Além de fatos familiares que só deveriam ser um pertencimento pessoal. É o preço por vezes imensurável que a fama exige dos que alcançam o panteão da glória.


"Com certeza um dia vamos bater uma bola juntos lá no céu", disse Pelé, em homenagem à Maradona.

terça-feira, 10 de novembro de 2020

Pelé profético

A capa -desta revista é de 1994. Pelé tinha, à época, 54 anos. Mas já tinha noção do que sofreria ainda mais no futuro. Como agora ao chegar aos 80 anos. Os brasileiros com seu complexo de vira-lata, como dizia Nelson Rodrigues, encontraram no Rei,  já idoso, o repositório de suas idiossincrasias  contra o caráter do Atleta do Século. E haja pedras em cima de quem só fez projetar o nome do Brasil pelo mundo. O ser humano Pelé, é uma pessoa como qualquer outra em acertos e erros. Nada pode encobrir seus vacilos fora de campo, é verdade, mas também nada deve deve servir como desculpa para empanar sua gloriosa carreira como jogador de futebol. A de Melhor Jogador do Mundo. Reconhecido internacionalmente. Sem contestações.

A mania do brasileiro em só valorizar o que o que não é genuinamente seu, nada mais significa do que o complexo de inferioridade que parece ser um traço da personalidade nacional.

Pelé vai morrer glorioso. Com seus defeitos, é óbvio. Mas com o reconhecimento universal de que foi o maior futebolista de todos os tempos. E, como ele mesmo disse, sem que ainda vá existir outro Pelé.     




sexta-feira, 23 de outubro de 2020

Estácio, o eterno repórter esportivo

Carlos Estácio começou no rádio aos 12 anos, em 1952. Naquele tempo, só existia a Rádio Clube, ou melhor, a PRC-5 velha de guerra.

Ainda menino, gostava de jogar Celotex, ou o popular “time de futebol de botões” que a meninada curtia muito naquela época já tão remota.

Morador do bairro da Cidade Velha, onde também morava Almir Nobre (que era redator dos programas esportivos da emissora pioneira do Estado), foi convidado a cobrir aquela modalidade amadora para a PRC-5. Aceitou o convite e passou a cobrir os esportes amadoristas em geral. Aos 14 anos, já era funcionário da rádio com carteira assinada.

Nos anos 1970 passa a se dedicar à atividade política, sendo eleito prefeito de Breves, sua cidade natal,  por dois mandatos alternados de quatro anos cada um. Depois, foi eleito deputado estadual em 1982. E parou por ai. Retorna ao microfone da Clube em 1986.

Nessa entrevista aos alunos de Comunicação da UFPA há seis o anos, Carlos Estácio conta detalhes de sua prolongada vida como repórter esportivo e também político na Poderosa.




segunda-feira, 6 de julho de 2020

O Bad Boy, voltou, o Bad Boy voltouuuuu!



Como se fosse uma torrente de emoções demonstradas através de mensagens aos borbotões, a saída do conhecido repórter Paulo Fernando da UTI da Beneficente Portuguesa no final da semana passada,  é digna deste meu registro.

Esse volume grandioso de homenagens em louvor à saúde do conhecido Bad Boy, demonstrado através das redes sociais, expressa o que os ídolos populares representam para seus admiradores. Muito  mais que a empatia, o afeto vai também embutido nessa sinergia entre o ícone  do microfone e os seus ouvintes. E Paulo Fernando não passa o pano em ninguém. Vai pra cima, seja para criticar ou denunciar o que entende como sendo  errado.

Acometido pelo maldito vírus chinês, Bad Boy teve complicações no decorrer de seu tratamento,  o que fez  seus fãs temerem pelo pior. E quando souberam de seu estado aflitivo na unidade de tratamento intensivo, passaram a se  comover através de uma  intensa  corrente de preces via internet. Que foi engrossando à medida em que se propalava a piora do festejado repórter esportivo da Rádio Clube.

Na quinta-feira (03/07) finalmente Paulo Fernando deixou a UTI do tradicional hospital de Belém. E sob aplausos de médicos, enfermeiros, familiares e admiradores, conseguira  a tão almejada recuperação do covid-19. Alcançou sua salvação após um mês e meio internado.

Emocionado, como não poderia ser diferente, Bad Boy agradeceu a todos os que contribuíram e se empenharam pela sua difícil recuperação.

Para alegria de quantos o admiram, Bad está em recuperação domiciliar e brevemente voltará ao seu ofício diário no rádio.

Volta, logo, Bad. Seu lugar é aqui.


segunda-feira, 4 de maio de 2020

Equipe Legal - 1973

Neste anúncio da equipe esportiva da Rádio Liberal, o nome do saudoso narrador macapaense Guilherme Pinho, aparece como o locutor escalado para transmitir o jogo.

Ele que iniciara na estreia da Equipe Legal em 1970, já estava de volta, depois de uma passagem pela Clube com muito sucesso. Naquele tempo, a Poderosa tinha um naipe de bons narradores em sua tradicional equipe:  Zaire Filho, Cláudio Guimarães (que deixara  a Liberal}, Guilherme Jarbas, , Edgar Augusto e Jair Gouveia. Revesavam-se nas transmissões das partidas.

Outro nome ausente no anúncio é o de Guarany Júnior,  que nessa época voltara à sua cidade natal, Santarém,  embora  sem se demorar tanto por lá.

Da equipe primitiva  já haviam saído além de Cláudio Guimarães, o comentarista Luiz Solheiro e o informante do Plantão, Hamilton Pinheiro, que foi substituído por Aldo César. Detalhe: nessa época, a Rádio acrescentou  ao seu nome fantasia o  jornal e quem comandava a Equipe Legal era o português Isaac Pais, editor esportivo de O Liberal. Ele também comentava alguns jogos.

quinta-feira, 9 de abril de 2020

O substituto do “neca, neca”

O amazonense José Teixeira era o substituto imediato de Jayme Bastos na primitiva equipe da Rádio Guajará (hoje a evangélica Novo Tempo), quando a equipe da emissora foi montada após um ano e meio de sua inauguração no final de 1960.                                    

Faziam parte do time que começou as transmissões do futebol, além de uma extensa programação esportiva diária, o tarimbado comentarista Luiz Solheiro, que já passara pela Clube e Marajoara, o repórter Carlos Cavalcante e o ex-árbitro e preparador físico Arlindo Louchards, também ex-integrantes da então emissora “associada”. E ainda: Arlindo Dourado,  que foi técnico do Papão e dividia com Solheiro os comentários dos jogo, e Carlos Cidon que era o repórter volante. Ele também era um do locutores comerciais da emissora que ficava na Frutuoso Guimarães, no centro comercial.

José Teixeira era anônimo no rádio esportivo paraense e viera de Manaus por volta de 1960, transferido pelo Banco do Brasil de onde era funcionário. Teria tido uma breve passagem pela Difusora baré. Tinha bom timbre de voz e dicção clara, embora na narração lembrasse um pouco o estilo dos narradores nordestinos pelo sotaque um pouco acentuado. Atuava também nas pontas –de- gol quando Jayme narrava os jogos.

Durante os  aproximados cinco anos em que a Guajará manteve sua equipe (1962/ 67), Teixeira participou dela. Quando Jayme Bastos deixou a emissora em 1965, ele passou a dividir a transmissão dos jogos com Carlos Cidon e já tinha na equipe nomes novos como Abias Almeida (ex-Clube), Luiz Eimar (o ex-goleiro Asas), e o repórter Emir Oliveira, pseudônimo de Raimundo Botelho,  que tempos depois viria a ser prefeito de Salinas por dois mandatos. O Plantão tinha em Meireles Faial o seu titular isolado tanto na escuta dos resultados dos jogos quanto na informação. 

Com a inauguração da extinta TV Guajará, em princípios de 1967, José Simões assume a direção de programação da rádio e em pouco tempo desativa a equipe esportiva. Em definitivo. O novo canal 4 passou a ter maior atenção por parte dos donos do grupo Guajará. Simões inclusive assume seu setor esportivo. Embora o único programa diário fosse apresentado por Cidon durante o jornal da noite. Os taipes dos jogos realizados fora de Belém eram narrados por Simões.

Teixeira, o regra três do "neca, neca"

Com o fim do departamento esportivo, Teixeira afasta-se do microfone e passa a ser o dono do concorrido bar O Gatão, localizado na esquina  da Avenida Almirante Barroso com a travessa do Chaco, no térreo do estádio da Curuzu. Criou um slogan interessante afixado na parece lateral do bar: "Visite o Gatão, mas não venha miado". A expressão “miado” era como os paraenses costumavam se referir a quem andava sem grana, “liso”, “duro”. Nada mais direto para espantar os que gostavam de beber e comer fiado...


Depois de se aposentar do Banco do Brasil e passar O Gatão em frente, José Teixeira mudou de ramo e criou uma empresa especializada na comercialização do guaraná natural da Amazônia e de poderosas ervas medicinais.  “A Moreninha”, que no inicio ficava no centro comercial, atualmente funciona na Conselheiro Furtado, próximo à praça Batista Campos. Ele faleceu em 2014, aos 75 anos.

Para a publicação deste matéria , o Blog Ponta de Gol contou com a boa vontade da sra. Dyane, filha de José Teixeira, que nos concedeu a foto do pai e algumas informações sobre sua biografia.

terça-feira, 10 de março de 2020

Os Guilhons

Guilhon à frente da comitiva oficial


O ex-governador Fernando Guilhon era torcedor do Paissandu. Foi em sua administração (1970/74) que foram iniciadas as obras de nosso estádio oficial. Embora o Mangueirão só  tenha sido inaugurado oficialmente no governo de Aloisio Chaves, em 1978.

O autor do apelido Papão, o mascote abstrato que originariamente se  completaria  com a senha com que o Paissandu seria conhecido, cunhando ao nome,  a rua onde fica o estádio bicolor –Papão da Curuzu –foi outro descendente da família Guilhon : o jornalista Everardo que muito cedo se transferiu para o Rio de Janeiro. Ele alegou em uma entrevista a um dos jornais de Belém,  que escolhera Papão como simbologia  da própria mitologia  amazônica. O bicho papão no imaginário infantil seria o fantasma que “aterrorizava” a criançada desobediente. Principalmente à noite.

O primo de Fernando Guilhon, o médico Dhélio, foi presidente do Remo em dois mandatos: 1972/73 e 1982/83. No primeiro mandato, o Leão sagrou-se Tri campeão invicto (1973} feito inédito no futebol profissional do  país.

Na gestão dos anos 80, ele não alcançaria sucesso, pois foi uma década de títulos escassos no Baenão (só em 1986 e 1989). Dhélio já na  década de 90 afasta-se do futebol azulino e até mesmo do Remo em si.

Todos três já são mortos. 

Dhélio era primo do ex-governador
Everardo, o autor do "Papão da Curuzu"







Liberal X Marajoara



Em outubro de 1985, os novos dirigentes da Rádio Clube resolveram abruptamente extinguir o departamento de esportes da emissora. Justamente o setor que por muitos e muitos anos fora o carro-chefe da programação geral da tradicional PRC-5,  sob o comando do emblemático Edyr Proença, já falecido. Ele se afastara da rádio desde quando sua família resolveu vender  a estação de ondas médias para um grupo de empresários alinhados com Jarbas Passarinho.

O motivo alegado foi de que o departamento não se sustentava só com os patrocínios destinados ao setor. Foi uma grita geral de protestos na cidade. Mas ainda assim, os dirigentes não voltariam atrás,  até que a emissora foi repassada ao grupo do jornal Diário do Pará, em maio de 1986 e logo o esporte estava de volta sobretudo com a transmissão do futebol. Foi então  montada uma nova equipe. Embora enxertada por alguns nomes do time no passado.

Nesse vácuo de mais de um ano e meio, ficaram na disputa pela concorrência esportiva somente a Liberal e a Marajoara que fora vendida pelo então  deputado federal  Manoel Ribeiro ao empresário Carlos Santos. O narrador Ronaldo Porto passou a ser o novo  chefe da equipe esportiva. Ivo Amaral que estava na emissora ao tempo em que fora dos “Associados”,  desde 1957 e era o comandante dos Titulares dos Esportes, depois que o narrador carioca Luiz Brandão retornou ao Rio, em 1962, deixou a antiga ZYE-20 e ingressou na Liberal em companhia de Jones Tavares. O anúncio postado é do ano de 1984. O comando da equipe passou a ser dividido entre Porto e o saudoso Jayme Bastos.


Reforços de qualidade

Dutra: veio, jogou e ficou em Belém


Quando o Remo estreou no Campeonato Brasileiro da 1º Divisão em 1972, o técnico paulista
João Avelino formou um timaço. Era muito difícil conseguir vencer o Leão no “Evandro Almeida”.

Entre os “importados” estavam o lateral-direita Aranha de futebol clássico, elegante em campo e tanto marcando quanto apoiando o ataque, era um craque. A seu lado, o zagueiro central  Dutra que viera do Bonsucesso,  depois de surgir na base do Vasco. Até hoje residindo em Belém,  depois de treinar vários times locais e até na Arábia Saudita. E ainda o quarto-zagueiro Mendes, que veio do São Bento juntamente com Aranha,  seguríssimo nas bolas aéreas e rasteiras. Passou três temporadas no Baenão. 

O santareno Cuca, na lateral-esquerda completava a zaga azulina. Excelente  nos arranques rumo ao gol adversário. Ele teve a ponta-esquerda como sua posição de origem. Na meta, o goleiro Dico, talvez o de maior permanência na posição: cerca de 10 anos. Ele era bom...?


Aranha marcava e apoiava na lateral direita
Mendes: um quarto zagueiro clássico


Carneiro, o repórter voluntário


Jorge Carneiro só andava com uma caderneta de anotações nas mãos. Preferencialmente, colhia assuntos de interesse da Assembléia Paranse e do Pará Clube. Dois clubes de atividades sociais intensas. Chegava a entrevistar pessoas ligadas aos dois clubes, mas  que raramente eram publicadas.

Ele não pertencia a nenhum jornal ou emissora de rádio. Mas tinha no sangue o dom do repórter .Era muito ligado ao veterano jornalista Sérgio Noronha que sempre lhe dava brechas para suas notícias no jornal em que estivesse atuando  como editor.

Quando a Rádio Guajará pela segunda vez (1980) montou uma equipe esportiva de efêmera duração, Carneiro era um dos setoristas da nova turma comandada pelo saudoso José Simões.
Desde a década de 1970 até falecer de infarto brusco em 2014, Carneiro se enturmava com o pessoal do rádio esportivo e por isso mesmo era requisitado por qualquer emissora para fornecer  material colhido aleatoriamente durante o dia, embora fosse funcionário público municipal. Ele namorava com a notícia desde cedo. E foi assim até morrer.

Na foto, Jorge Carneiro (camisa azul) está com João Cunha (Rádio Clube) e Zaire Filho (RBA-canal 13).  Reparem sua caderneta sobre a mesa e a caneta no bolso. (2010)



João Cunha (esquerda), Zaire e Carneiro

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

Bandeiras enroladas


Pouco mais de 24 horas da desclassificação do Paissandu na Copa do Brasil, em plena Curuzu, ainda que sendo escandalosamente “garfado” pelo árbitro em campo no tempo  normal do jogo, na cobrança das penalidades, o Papão repetiu o terceiro vexame consecutivo, sendo dois  em Belém. 

Pois é, no dia seguinte (ontem) foi a vez do Remo, bruscamente sofrer uma contundente e vexatória goleada para o Brusque, time do interior de Santa Catarina. A dupla paraense parece ser irmãos siameses. Um não se desgruda do outro. Tanto nos feitos, quanto nas frustrações que causam às suas imensas e apaixonadas torcidas.

O Papão conseguiu em três competições distintas, ser eliminados nas cobranças de penalidades máximas . Uma no final do ano passado no estádio dos Aflitos, no Recife. Valia a classificação para a série B nacional. Jogo no qual também  foi  abertamente prejudicado pela arbitragem. Mas nos pênaltis, entregou o ouro para o Timbu. Por ocasião da disputa da Copa Norte contra o Cuiabá, já neste ano, de novo, desperdiçou  a conquista do título na cobrança dos pênaltis. E foi até motivo de zoação nacional  nas redes socais pela batida quase grotesca do atacante Caique Oliveira. Antes de ontem, o Papão fez a mesma coisa jogando de novo em seu próprio estádio e o CRB passou a terceira fase da Copa do Brasil.

No jogo do Remo ontem contra o Brusque, já se sabia previamente que o time catarinense era superior ao Leão pela solidez de sua equipe como um todo. E da parte do Leão, que em cinco partidas pelo campeonato estadual, o técnico Rafael Jacques não convencera ninguém, ainda que o placar final sempre por 1 a 0 favorecesse seu time. À exceção do clássico contra o maior rival, quando o escore não refletiu o comportamento do time em campo. Perdeu com um pênalti duvidoso em favor do PSC,  mas o mais justo seria um empate.

Os que louvam o tirocínio imediato do presidente remista Flávio Bentes em saber preencher os “espaços vazios” quando dispensa um técnico, esquecem que quase sempre ele “carrega na mão”  ao contratar os substitutos dos demitidos. Foi assim com os quase anônimos Eudes Pedro e Marcinho no ano passado. E este ano repetiu a ansiedade em dose exagerada com o obscuro Rafael Jacques.

O presidente azulino tem se mostrado um bom gestor administrativamente. Mas um dirigente ineficaz quando se trata do futebol. As contratações de jogadores,  mais parecem atitudes de amador. Trazer de volta Douglas Packer, e contratar “craques” como Xavier, Robinho, Neguete e Lailson, entre outras “joias”,  compromete,  sem dúvida,  o sucesso de sua gestão no campo administrativo.

O açodamento só se justifica quando a substituição de um treinador  é feita por outro que tenha um currículo que seja razoável quanto ao conhecimento da torcida. Se não for assim, é preferível arriscar com um prata da casa que ao menos já conhece o estilo de cada jogador local.


  

Marlon, o de muitos times

Com a camisa do Remo

No Paysandu, não teve muito destaque



Entre os anos de 2007 a 2010, o lateral esquerda Marlon mostrou seu futebol em Belém sem encher os olhos de ninguém.

Despontou na Tuna, vindo da base do Pinheirense  e logo estaria vestindo a camisa do Remo. Com seu futebol mais voluntarioso e  raçudo  do que técnico, chamava atenção pelo chute forte de longa distancia e a entrega em campo, até mesmo se estivesse jogando mal. É seu estilo peculiar e  que agradou sobretudo quando foi para o Criciuma. Formou no time que foi campeão catarinense em 2013. Passou antes pelo Vila Nova e Ananindeua, ambos do vizinho município de Belém.

Do Criciuma onde já passou quatro vezes (2012/13 e 2018/19) foi para o Vasco (2014) e, sem tanta demora, no ano seguinte , iria para o Bahia e depois voltaria a jogar em Belém pelo Paissandu (2015) na Série B,   onde todavia  não se destacou. Mas nem por isso ficou parado. Foi jogar no Capivariano, do interior paulista  (2016) e de lá   o Brasil de Pelotas o contratou  em 2017 e o Criciuma ao final do campeonato gaúcho  o fez retornar. Por onde atuou em 2018 e  no ano passado.

No Criciúma, a melhor fase de sua carreira


Quando já estava certo de jogar pelo Águia de Marabá  este ano, foi surpreendido pelo convite do Santo André paulista, para onde foi imediatamente,  depois de saber da boa notícia de que ganhou um causa trabalhista  de mais de R$ 1,5 milhão do Vasco da Gama.
No time do ABC paulista, Marlon faz excelente campanha, com o Azulão  sendo o primeiro colocado em sua chave, com 15 pontos em seis jogos disputados. Ganhou até do poderoso Palmeiras.


Quando ia ficar no Águia, surgiu o Santo André



Com 34 anos, Marlon está no Santo André

Nos jogos transmitidos pela televisão, Marlon é quase sempre elogiado por seu futebol valente e o desempenho habitualmente  aguerrido em campo.

O futebol tem seus caprichos, enigmas e até mesmo mistérios,  que ninguém consegue explica-los meramente pela ótica do esporte em si. Ainda bem que continua assim.
Com 34  anos, Marlon ainda demonstra ter condicionamento físico para ir mais longe. Seu futebol se destaca justamente pela resistência física que ainda  esbanja em campo.


No Vasco e no Bahia, só uma rápida passagem

Os Carepas



A familia Carepa principalmente através dos irmãos Artur e José, ambos já falecidos, teve sempre laços de amor com o Clube do Remo.

O pai da ex-governadora Ana Júlia foi ligado à natação azulina por muitos anos, sendo que a própria filha destacou-se também como nadadora do Leão.

Nesta foto, aparecem da esquerda para a direita, o treinador Roberto Ferreira, Ana Júlia, sua mãe, Maria José, o irmão Luiz Roberto, o pai e o outro irmão, Emílio. 

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2020

As facetas de Juan Alvarez

Juan tinha um temperamento difícil
Em minhas costumeiras caminhadas pela praça Batista Campos, dia desses encontrei quatro irmãos da família Sirotheau também na mesma pisada. Tendo como companheiro de andanças  um amigo comum à família, logo enturmamos e passamos a caminhar todos juntos.
Um dos Sirotheau era o ex-jogador do Remo que fez uma dupla famosa no meio de campo com o castanhalense Carlitinho, em fins dos anos 1960. Destacaram-se principalmente nas disputas do extinto Torneio Norte/Nordeste do qual o Leão foi Bi campeão do Norte  (1968/69).
O ex-craque do Remo, entretanto, iniciou na base do Paissandu (juvenil) e atuava também com grande desenvoltura no futsal bicolor.

Em uma disputa final da competição amadora,  justamente contra o Remo, Sirotheau já integrava à época  o elenco profissional do Papão. Ainda que não fosse o titular no time. Mas estava sempre entre os relacionados para  o banco de reservas .

Final de jogo, vitória do Paissandu, a intensa vibração da torcida  alvi-azul na quadra, eis que surge inesperadamente Juan Alvarez para abraçar efusivamente Sirotheau,  mas ao mesmo tempo segredar-lhe uma “surpresa” bizarra: “ Não o quero mais jogando em meu time”. O treinador achava incoerente o atleta disputar duas modalidades,  para ele distintas, ainda que fosse o futebol e pelo mesmo clube...

Sem mais espaço na Curuzu, Sirotheau atravessou a avenida e foi se dar bem no Remo. Onde ficou por três anos e depois foi contratado pelo Rio Negro de Manaus quando o futebol amazonense pegou embalo com o início das atividades da Zona Franca de Manaus.
Curiosidade: além de jogador, ele foi incluído no seleto  quadro social do então elitista clube baré.

O técnico uruguaio desde quando chegou à Belém pela primeira vez em 1965, aprontou logo de saída para cima de  um autêntico ícone da Fiel: o atacante Carlos Alberto, o festejado Urubu de gloriosas jornadas em quase 10 anos jogando pelo Papão. Juan implicou com o jogador que rebelou-se contra ele e praticamente encerrou sua lendária carreira, deixando a Curuzú.
Em que pese o temperamento   complicado que por vezes até  extrapolava, o treinador uruguaio fincou raízes no PSC, time   que comandou  por cinco ocasiões (1965/66/ 1971 / 72 /76  ) sendo em  quatro oportunidades campeão paraense –1965/1971 / 72 e 76 – mas seu maior triunfo, entretanto, foi  a goleada histórica em cima do Peñarol de seu próprio pais,  num jogo amistoso  em Belém, por 3 a 0. Com o potencial maior  do feito por ser o time uruguaio o campeão mundial de clubes  daquele ano (1965).

Além do Paissandu, ele treinou o Remo (1977) e o Castanhal.

Quando morreu em seu pais, Juan foi atendido no último pedido à família: ter suas cinzas jogadas sobre o estádio da Curuzú. No que foi atendido. Sentimental? Talvez, para quem o conheceu mais de perto. 

Urubu, a primeira vítima
Sirotheau jogava bem o futsal

O estilo diferente de Chico Chagas

O início foi na reportagem de rua pela Rádio Liberal. Na segunda metade dos anos 1970. Com isso, quando passou a atuar na área esportiva já na década de 80, o repórter Chico Chagas que faleceu na última  sexta-feira (31/01) mostrou um estilo diferente de se expressar, tanto nas informações  como ponta- de- gol,   quanto nas reportagens  no gramado. Assim também como mestre -de -cerimonias na abertura, intervalo e final das jornadas esportivas,  quando já estava na Clube.

A comunicação menos amarrada à camisa de força do futebolês, fugindo ao lugar comum das expressões usuais no jornalismo esportivo radiofônico, foi a marca registrada de  Chico Chagas que era chamado pelos colegas  de “Dom Chico”  e “O internacional”  pelas viagens que fazia com constância nas coberturas da Clube fora do pais, em quase 40 anos de atuação no rádio esportivo. Ele  passou por diversos prefixos de Belém – Liberal, Marajoara (duas vezes),  Clube, Maguary e, até  há pouco tempo - apenas   alguns meses -  na Metropolitana-FM, sua última emissora. Teve também ligeira passagem pela Timbira do Maranhão em 1981.

Morreu aos 68 anos e como setorista, desde quando começou na Liberal e depois na Marajoara, cobriu as atividades do Paissandu, seu clube do coração.   

Chico Chagas começou nas reportagens de rua

A Marajoara de outros tempos

Embora contemporâneos, José Severo, Ivo Amaral e o saudoso Tavernard Neves, que aparecem comigo por ocasião do lançamento  do meu livro “Rádio Repórter” em 2010, na sede da Tuna Luso Brasileira, iniciaram na ex-emissora  “associada” em épocas distintas.

Severo começou como locutor comercial e repórter de transmissões externas quase ao inicio das atividades da ZYE-20 em 1954. Ele ingressou dois anos depois. O narrador  Ivo Amaral que inda era pré-adolescente, iniciaria no departamento esportivo -  que chefiou por quase 20 anos -  como rádio-escuta do Plantão Esportivo em 1957 e Tavernard Neves que também integraria a equipe esportiva,  em 1962.

A  emissora  dos “Associados” por mais de 25 anos foi uma das rádios de Belém das mais prestigiadas pelos ouvintes. Principalmente em sua fase inicial, quando possuía um grandioso  elenco diversificado -locutores, animadores, noticiaristas, repórteres, cantores, atores, atrizes , comediantes  e ainda seu  regional e uma grande  orquestra, com a elevada  potência de seu transmissor e um   departamento técnico dos mais qualificados.

A Marajoara naquele tempo remoto,  era realmente uma festa !


Severo, Ivo e Tavernard representam os grandes momentos da Marajoara

quarta-feira, 8 de janeiro de 2020

A molecada do Lucena




Este time da Tuna ainda disputava o campeonato paraense da Primeira Divisão. Era uma das equipes  montadas por Carlos Alberto Lucena, o treinador que só gostava de trabalhar com a garotada das divisões de base da Vila Olímpica do Souza.

O time da foto ganhou o primeiro turno do campeonato, embora não tenha sido o campeão da temporada. Jogavam nessa equipe entre outros, Marlon, Paulo de Társio, o goleiro Ignácio e o mais “velho” de todos, Márcio Belém,  que brilhou no Remo desde os times da base. Quem escalaria o restante desse elenco cruzmaltino ? Detalhe: a torcida da Lusa que não é tão pequena como se costuma zoar, conforme mostra a foto batida no Manguirão. O massagista ainda era o saudoso e folclórico  Macaco (Braulino Filizolino de Sena) que por muitos anos jogou na lateral-direita da Fogueira Branca do Souza. Seu irmão, Sarará, juntamente com Maneco, são os únicos ainda vivos dos timaços que na década de 1950 consagraram-se três vezes campões paraenses: 51/55 e 58 quando a maioria deles já estava pendurando as chuteiras.

A cara do pai ( 7 )

Trisha, quando atuava na TV Liberal


Foi na filha Trisha que o veterano narrador Cláudio Guimarães viu sua herança no rádio esportivo, que já se aproxima dos 60 anos, provavelmente se prolongar ainda mais. Embora a simpática morena tenha preferido a televisão para demonstrar a influência do DNA de seu genitor no exercício profissional.

Com atuação no microfone esportivo paraense desde que a Rádio Educadora de Bragança (sua terra natal) foi inaugurada em 1962, Cláudio, que começou antes dos 15 anos, sem tanta demora viria estudar em Belém e aproveitou para ingressar na equipe da extinta Guajará recém montada sob o comando do saudoso Jayme Bastos.

Mostrou competência e logo  transferiu-se para a equipe da Rádio Clube emissora por onde tem atuado na maior parte de sua longeva carreira. Já esteve na Liberal por duas vezes a na Rauland-FM quando a emissora estreou no futebol em 1991.

Trisha iniciou a carreira  em fins dos anos 1990 como repórter e depois apresentadora na TV Liberal com presença no Globo Esporte local na hora do almoço;  passou pela RBA(canal 13) , teve ligeira militância na TV pernambucana e depois do retorno à Belém, foi para a Cultura (canal 2) apresentar um programa (Meio Campo) em companhia de um colega, antes das transmissões dos jogos do campeonato paraense no ano passado. Tanto como repórter  quanto como apresentadora, Trisha tem boa presença de vídeo e desembaraço verbal , o que lhe dá condições para ser considerada uma das melhores entre tantas que atuam ou já aturam no esporte televisivo de Belém.


Cláudio tem uma longa carreira no rádio

O lendário Antonio “Baena” Santos

O árbitro Antonio Santos  que teve longa  atuação  durante toda  a década de 1960, era um remista tão  indisfarçável,   que a irreverencia do saudoso Mestre Calá o apelidou de Antonio “Baena” Santos em sua coluna “Mestre Calá Manda Brasa”, publicada em O Liberal pré Romulo Maiorana.

Moreno, atarracado, de estatura mediana, Antonio Santos criou em torno de seu nome extenso rol de anedotas, todas mostrando a “facciosidade”  do folclórico árbitro. Nos anos 1960, o Remo só conseguiu ganhar três títulos paraenses:  o do começo da década (1960), 64 e 68. O restante foi tudo abocanhado pelo maior adversário, o Paissandu. Foram sete campeonatos em uma década, feito que o Remo só viria a superar nos anos 1990,  com oito títulos, sendo inclusive Penta (1993 a 97) e ainda em 90/91/99.

Em algumas partidas contra os considerados times pequenos (Júlio César, Combatentes, Liberato de Castro e Avante , entre outros) o time azulino dava constantes vexames, se não perdendo, mas amargando em campo para conseguir pelo menos empatar o jogo. A época era tão adversa para o Leão que o mesmo Mestre Calá, longevo cronista de perceptível simpatia bicolor, passou a chamar o Baenão de “Estádio dos Aflitos” pelo constante sofrimento da galera azulina em seu próprio estádio.





Em um desses jogos em que o time azulino perdia para um do chamado  “pelotão  dos menores”, o árbitro era Antonio Santos. Com o placar desfavorável em 1 a 0, e o jogo já se exaurindo tanto no tempo normal quanto nos descontos, um jogador da equipe vencedora passa perto do árbitro e reclama: "Seu juiz, esse jogo não acaba nunca?”. E o árbitro teria sido taxativo em sua resposta: "Vocês não deixam o Remo empatar...”.  Dito e feito: quando o Leão conseguiu o gol do empate, Antonio Santos encerrou o jogo.

Em outra ocasião, ele estava atuando como bandeirinha (hoje auxiliar técnico) e num lance confuso com a bola saindo pela linha lateral, Rubilota, pelo Remo, e outro jogador adversário disputam para ver a quem pertencia a cobrança do arremesso manual. E dirigem-se ao auxiliar do árbitro: “De quem é a bola, seu bandeira?”. Ele retruca de imediato: ”É nossa Rubilota”. E o atleta remista, meio atônito pela inesperada resposta do bandeira, indaga:” Nossa, de quem?”. “Tu sabes que é do Remo”, dissipa a dúvida sem cerimônia, o “imparcial”  Antonio Santos. Para espanto do outro jogador, mais do que evidente.

O lendário árbitro sabia, entretanto,  levar as críticas e gozações  numa boa e,  por longo tempo, sendo ou não de fato simpatizante azulino, como tudo  fazia crer, não teve seu nome vetado para continuar apitando. Pelo menos os jogos do Remo... 

Livro do Quarenta

A longa e gloriosa  trajetória não só no futebol, mas em sua existência longeva de 90 anos benfazejos, estão compilados no livro que o conhe...