sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

Um cartola polido




Este texto foi postado por mim no dia 24/04/2018, em reconhecimento à pessoa polida que foi Vinicius, presidente azulino no biênio 80/81, e que partiu ontem, deixando saudades à coletividade remista.



"Quando os dirigentes de futebol ainda nem eram chamados de cartolas, usavam-se as expressões próceres ou paredros, que tinham o mesmo significado. 

Vinicius Bahury de Oliveira vem desse tempo no Clube do Remo. Em torno da segunda metade da década de 1950. Sua família fazia parte da diretoria do Moto Clube de São Luis. Que tinha nos Abud donos de uma fábrica de tecidos o seu grande patrono. Ele veio jogar pelo Papão do Norte, integrando o elenco que esteve em Belém realizando uma temporada de jogos. Já era dono da empresa Cimaq na capital timbira. Que era a revendedora exclusiva da Chevrolet. Em Belém fez amizade com Jorge Age, naquele tempo, o maioral do futebol azulino. E sem tanta demora estava se radicando em Belém trazendo também a sua empresa revendedora de veículos pesados como tratores e caminhões de carga. Surgia então a Cinorte, uma loja gigantesca situada na avenida Senador Lemos, próximo à Doca. 

Durante os anos 50/60 do século passado, os bolsos dos dois paredros estavam sempre abertos para manter o futebol remista. Que paradoxalmente veria a partir de 1956, o maior rival dar o pontapé inicial para uma grande revirada na conquista de títulos. O Remo passou a escassear os campeonatos, que só ocorriam de quatro em quatro anos. Mas os dois grandes dirigentes remistas prosseguiriam em sua longa caminhada na vida do clube. 

Jorge Age assumiu a presidência no biênio 1955/56 e Vinicius em 1980/81. Foram sempre dois cardeais do Leão Azul, embora só Bahury ainda viva. Hage faleceu há dois anos. 

Depois que chegou a ser dono da fábrica Ametal localizada no distrito industrial de Ananindeua, Vinicius deixou as atividades mercantis. Até hoje é reverenciado dentro do Remo e considerado uma dos maiores remistas, mesmo não sendo paraense. 

Quando atuava à frente do futebol azulino –isso acontecendo em várias oportunidades – ele sempre foi considerado pela imprensa esportiva de Belém como uma pessoa educada, gentil para com seus adversários, especialmente os cartolas de Paissandu e Tuna. Basta dizer que suas empresas tinham seus impressos feitos nas duas maiores gráficas de Belém de tempos passados: Falângola e Grafisa, ambos de Giorgio Falângola e Altino Pinheiro, respectivamente, dois bicolores de escol. Vinicius não confundia as coisas. Adversários, mas só dentro do campo. Fora, eram grandes amigos. Como recomenda o manual de boas relações pessoais."

Turma da Pça. Brasil

Foi a maior turma de bairros dos anos 60. Reuníamos mais de 50 integrantes que residiam nas redondezas da tradicional Praça Brasil. Em algu...