Minha geração de
jornalistas – os iniciados nos anos 1960– parece que não veio fadada à
longevidade biológica.
Poucos chegaram aos
“setentinha”. Padrão etário razoável para a nova fase de expectativa de vida
dos brasileiros. Gente competente como
Aldo Almeida (ainda muito jovem já assinava coluna política em A Província do Pará dos “Associados”); o
corrosivo e polêmico João Seixas, Euclides “Chembra” Bandeira, brilhante em um só jornal, o consagrado colunista social Edwaldo
Martins e Luiz Paulo Freitas (Paulo Zing)
o eclético e bem informado colunista de O Liberal, foram além do meio do
caminho, mas sem chegar ao estigmatizado
pódio cronológico. Sem contar meu saudoso amigo e compadre, Ronaldo Bandeira, também incluído nesse naipe, que jurava para
mim, principalmente nos finais de farra sorumbáticos, saber
a idade em que “subiria”: pelos seus cálculos, por volta dos 74 anos.
Na época
ainda estávamos na expectativa dos cinquenta. Um câncer quase sempre ameaçador
aos tabagistas inveterados, encurtou, todavia, sua “profecia”, o peculiar otimismo
- por vezes até inconsequente - e a alegria de viver, em 10 anos. Sou um dos
“sobreviventes”, como costuma nos zoar Jayme Bevilácqua,
outro dessa “fauna jurássica” que ainda
vive, para gáudio dos amigos daquela
época tão recuada. Embora há muito afastado do jornalismo. Desde quando a gloriosa
“ A Província” bateu as botas em definitivo, no início do novo século. Confesso que nunca
pensei em ir tão longe ao atravessar a barreira dos setenta 1º de junho e
mais alguns trocados.
Mas vou levando e cuidando do corpo na esperança de preservar
a vida por mais alguns anos. A dificuldade maior nesses
novos tempos de tecnologia galopante é a adaptação às ferramentas da modernidade.
O computador, por exemplo, essa “máquina
de fazer doidos”, como chamava-o Ronaldo Bandeira, entrou em meu cotidiano faz
pouco tempo. Na marra. E passei a gostar dessa geringonça. Já superei duas
fases: a do Orkut e até alguns meses atrás, o desvairado Facebook.
Segundo
alguns o verdadeiro “templo da ignorância”. Não o vejo tanto assim. Há, é
verdade, recalques demais sendo expelidos como forma de aliviar tensões e
frustrações do pesado cotidiano em que vivemos. Acredito que no mundo inteiro.
No watsap me viro como posso e o twiter e instagram considero-os apenas como supérfluos na modernice da comunicação.
Este Blog se propõe a perenizar o rádio esportivo e o
futebol paraense do passado. Sem perder de vista, porém, o que se passa no
presente. Por não ter compromisso com a instantaneidade da informação, o
chamado tempo real da linguagem informática, pretendo que uma vez
por semana, as notícias se renovem. Vídeos , áudios de
transmissões do futebol (apenas alguns trechos, evidente) e similares, tenciono
também postá-los.
Com a ajuda dos que
desejarem colaborar para isso, meu novo hobby para espantar o tédio da longevidade,
com certeza, vai se tornar mais light.
O título está em
sintonia com o tema rádio, ainda que ponta
de gol seja uma expressão quase que exclusiva da terminologia do rádio
esportivo paraense. O Google que até certo tempo o recepcionava, hoje
restringe-se à sinonímia de repórter
de atrás do gol, repórter de pista ou
repórter de campo, a função similar em outros estados. E ainda serve de gancho como referência à inesquecível
revista GOL da qual mantenho o título.
Sejam bem-vindos.
Expedito
Leal.
Um excelente começo de blog de um excelente jornalista.
ResponderExcluirAté que enfim surgiu algo novo no esporte paraense. Expedito Leal que diz ter uma idade "avançada", inova com um blog interessantíssimo sobre o outro lado do esporte paraense: o lado das cabines de rádio, o lado do ouvinte torcedor. Ouvir histórias e vozes marcantes do rádio paraense passado, é uma delícia há muito aguardada, e que agora está se materializando. Fiquei com gosto de "quero mais", e espero o desenvolvimento das outras páginas que certamente virão. Afinal, o Expedito tem obrigação de viver muito, para nos contar tudo que pesquisou e que conhece. Parabéns "garoto"! Não perca tempo, mande mais...
ResponderExcluirPaulo, amigão, sua generosidade "cutuca" meu ego.Que ainda pulsa com essas massagens, mesmo sabendo descontar os "naturais exageros" da amizade. Enquanto der tempo, conto como vi ou me contaram.Sem mentir jamais. Guerreirão pelo telefone também dá aquela força.Parodiando ( por que não?) o saudoso e "modesto" Eloy Santos, "vamos em frente, que atrás vem gente, com muita inveja da gente".KKKK
ResponderExcluirPrezado Sr. Expedito Leal, aqui quem fala é um humilde fã. Apesar da pouca idade, conheci seu blog e fui ler sobre seu trabalho na crônica esportiva local. Há arquivos da "Revista Gol" digitalizados que me acabo na leitura e na observação de todos os pontos da revista. Sou leitor voraz do seu Blog, leio e escrevo sobre a história do nosso futebol e este site é um refúgio. Parabenizo grandemente pelo seu trabalho. Saúde, paz e esperança! Grande abraço, Italo.
ResponderExcluirEmbora refratário(até demais...) na resposta, fico-lhe grato pelos elogios ao meu blog. Disponha para qualquer informação que precise. Abs.
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