Zuleide Ranieri - Foi a pioneira na narração do futebol. |
Hoje elas estão em
todas. Ou melhor, muito próximas do domínio das profissões antes tidas como um
nicho masculino. É o avanço feminino no universo dos homens. Sinal de uma nova
era. Chegaram, faz tempo às comunicações. E vieram com tudo. Nos jornais
impressos e na televisão, só dá elas.
No rádio esportivo ainda estão meio acanhadas. Mas a recente
narração de uma locutora mineira – com voz nem tão agradável, conforme ouvi no Youtube – já assanhou as pretendentes à
função até hoje exclusiva dos narradores.
Não é bem assim. Por volta de princípios dos anos 1970, uma
emissora paulista se aventurou a formar uma equipe totalmente feminina.Com
quase uma dezena de integrantes, a Rádio Mulher balançou o mercado e espantou a
macharada. Sua principal narradora era Zuleide Ranieri, falecida no ano passado,
que tinha boa voz e bossa peculiar na transmissão de um jogo de futebol. Concorria
à altura com as emissoras mais tradicionais da capital paulistana. Acompanhava inclusive
times brasileiros quando jogavam no exterior. Uma de suas estrelas era Claudete
Troiano, até hoje um rosto dos mais conhecidos na televisão. Foi da Gazeta por
vários anos.” Uma mulher a mais no estádio, um palavrão a menos” era o bordão
favorito de Zuleide.
Com a migração das AMs para a faixa das FMS, quem se arrisca
por aqui em apostar na novidade? Por suas várias experiências já efetivadas,
além de ter inegavelmente o melhor som entre todas as FMs de Belém, a Rauland
poderia investir no projeto. Formando uma equipe através de concurso público. Poderia ter uma surpresa na empreitada. Quem sabe não há mulheres paraenses
vocacionadas para essa nova função?
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