Alberto e Julinho Bendahan eram
considerados primos-irmãos. Teriam sido criados juntos. Tinham uma agencia de
câmbio na rua Campos Sales. Talvez a única de Belém naquele tempo. Diferentes fisicamente–
Alberto era branco e Júlinho bem moreno.
Ambos altos, embora Julinho fosse magro
e Alberto, forte, já puxando para o gordo.
Tudo bem entre os dois. Exceto na paixão
clubística. Alberto chegou à presidência do Remo e Julinho era “amarrado” no basquete do Paissandu. Além de
colaborador financeiro cativo do futebol, sendo nos anos 1970, diretor do departamento profissional. Chegou à presidência do Papão
concluindo através de mandato-tampão a gestão
de Urubatan D´Oliveira. Foi nessa época
(1965) que aconteceu a histórica vitória do Paissandu por 3 a 0 sobre o Penarol
que era o campeão do Mundo, na Curuzu,
no dia 19 de julho.Na gestão de Alberto (1961/62) o Remo ganhou quase uma dezena de modalidades amadoras –
basquete, vôlei, futebol de salão, atletismo, natação, regata, polo aquático, celotex,
entre outras. Mas não conseguiu o mais importante: o futebol profissional. Foi
o ano em que o Paissandu contratou ninguém menos que o técnico Gentil Cardoso,
já em declínio nos grandes times do país, mas ainda um nome de muito respeito.
Quem o contratou foi justamente uma pessoa tida como alheia ao futebol: o
empresário Nelson Souza, que diziam disputar com Alberto “conquistas” extra
campo. Nelson passou apenas uma chuva na
direção de futebol do Papão. Era dono de uma fábrica de azeite natural, o famoso
óleo Dora.
Alberto cumpriu só a metade de seu mandato, pois acometida de um doença, retirou-se de Belém por algum tempo. Após o
golpe de 1964, passou a ser olhado com certa desconfiança pelos novos donos do poder
os militares. Alegava-se que ele fora um dos colaboradores financeiros da
esquerda ´paraense. Era considerado como gente da chamada burguesia
esclarecida. Mas nunca sofreu perseguição ostensiva.
Formava com a esposa Myrian, um dos
casais mais badalados do soçaite paraense.
Quando o ex-prefeito de Belém, Lopo de Castro, já falecido, arrendou seu
jornal O Estado do Pará e a Rádio Guajará em 1978 para os jornalistas Avertano
Rocha e Oliveira Bastos, a televisão também de sua propriedade, o canal 4, foi parar nas
mãos de Romulo Maiorana, mas tendo Alberto Bendahan como seu preposto. Ele
morreu em 1992.
Júlio foi presidente da
Federação Paraense de Basquetebol nos
anos 1960.
Faleceu em princípios do novo século.
Julinho foi presidente do PSC e um devoto do basquetebol bicolor |
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