Em tempos remotos, o futebol do
Amazonas contava com três times apontados como os grandes da capital: Nacional,
Rio Negro e Fast. Os dois primeiros eram considerados os maiores rivais. O Naça
o preferido do povão e o Rio Negro o clube da elite. O Fast intermediava as
duas maiores torcidas. Embora financeiramente fosse mais sólido que o Leão
baré.
Com a implantação da Zona Franca de
Manaus em fins de 1960, o futebol manauara passou a ser considerado o novo “el
dorado” do Norte. Mais dois times vão se incorporar ao trio metropolitano:
Olímpicos e Rodoviária. Que tal como os considerados grandes, pagavam salários superiores em nível
equivalente a três vezes maior que os de
Belém. Por isso mesmo vários jogadores de Remo, Paissandu e Tuna, ainda jogando
um futebol de primeira, transferiam-se para os clubes de lá.
Todos os cinco clubes eram
participantes do Torneio Norte-Nordeste realizado pela então Confederação
Brasileira de Desportos (CBD), antecessora
da atual CBF.
É necessário lembrar que o estádio
Vivaldão (atual Arena da Amazônia) foi
inaugurado um pouco antes do Mangueirão. E o Nacional entrou na Primeira
Divisão Brasileira antes do Remo (1972). O time amazonense era uma espécie de laboratório para a base do Atlético
Mineiro que emprestava seus garotos para adquirirem experiência no time baré. E
depois eram recambiados à Belo Horizonte
para jogarem no time principal, como é o caso por exemplo de Toninho Cerezo, por muitos anos craque na seleção nacional.
Mas nos anos 1980 uma crise entre a
crônica esportiva e a federação amazonense esticou a corda em demasia. O que
levou quase à falência o futebol do Amazonas. O então poderoso jornal A
Crítica, do falecido Humberto Calderaro,
entrou nesse vácuo e promoveu o tradicional Peladão que passou a ser a febre do
futebol na capital e hoje estendendo-se à participação também de clubes do interior.
O Rio Negro que sempre teve por parte
de seus associados uma certa antipatia pelo futebol profissional, foi o primeiro a parar com suas atividades. E,
em seguida o Fast. Rodoviária e
Olímpicos desapareceram de cena para sempre . Restou o Nacional
mas a cada ano, com um time cada vez mais fraco. Surge, então nos anos 1990 o
solitário São Raimundo, o tradicional clube proletário do bairro da Colina com seu
acanhado “Estádio da Colina” e bem treinado pelo lendário Aderbal Lana. O
“Raimundão”passou então a galvanizar a
simpatia dos torcedores amazonenses. Em uma Copa do Brasil, por muito pouco não
eliminou nas semifinais o poderoso Palmeiras. Mas sem planejamento sólido o São
Raimundo foi definhando por falta de grana e sem concorrentes nas disputas
estaduais. Por ocasião da construção da Arena da Amazônia para a Copa de
2014 teve seu estádio (se é que ainda
lhe pertence) reformulado pela CBF.
Há seis anos, uma dissidência do
Nacional, resolveu criar o Manaus que como um bólido ressuscitou o futebol amazonense e no domingo que passou (18) na decisão
da série “D” atraiu quase 50 mil torcedores ao estádio estadual. Perdeu nos
pênaltis para o Brusque de Santa Catarina. Mas promete ser uma equipe das mais
fortes na Terceira Divisão de 2020.
Manaus, a atual força do futebol amazonense |
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