terça-feira, 20 de agosto de 2019

O futebol amazonense na atualidade


Em tempos remotos, o futebol do Amazonas contava com três times apontados como os grandes da capital: Nacional, Rio Negro e Fast. Os dois primeiros eram considerados os maiores rivais. O Naça o preferido do povão e o Rio Negro o clube da elite. O Fast intermediava as duas maiores torcidas. Embora financeiramente fosse mais sólido que o Leão baré.

Com a implantação da Zona Franca de Manaus em fins de 1960, o futebol manauara passou a ser considerado o novo “el dorado” do Norte. Mais dois times vão se incorporar ao trio metropolitano: Olímpicos e Rodoviária. Que tal como os considerados grandes,   pagavam salários superiores em nível equivalente a  três vezes maior que os de Belém. Por isso mesmo vários jogadores de Remo, Paissandu e Tuna, ainda jogando um futebol de primeira, transferiam-se para os clubes de lá.

Todos os cinco clubes eram participantes do Torneio Norte-Nordeste realizado pela então Confederação Brasileira de Desportos (CBD),  antecessora da atual CBF.

É necessário lembrar que o estádio Vivaldão (atual Arena da Amazônia)  foi inaugurado um pouco antes do Mangueirão. E o Nacional entrou na Primeira Divisão Brasileira antes do Remo (1972). O time amazonense era uma espécie  de laboratório para a base do Atlético Mineiro que emprestava seus garotos para adquirirem experiência no time baré. E depois eram recambiados à Belo Horizonte  para jogarem  no time principal,  como é o caso por exemplo  de Toninho Cerezo,  por muitos anos craque na seleção nacional.

Mas nos anos 1980 uma crise entre a crônica esportiva e a federação amazonense esticou a corda em demasia. O que levou quase à falência o futebol do Amazonas. O então poderoso jornal A Crítica,  do falecido Humberto Calderaro, entrou nesse vácuo e promoveu o tradicional Peladão que passou a ser a febre do futebol na capital e hoje estendendo-se à participação também  de clubes do interior.

O Rio Negro que sempre teve por parte de seus associados uma certa antipatia pelo futebol profissional,  foi o primeiro a parar com suas atividades. E, em  seguida o Fast. Rodoviária e Olímpicos desapareceram de cena para sempre . Restou  o Nacional  mas a cada ano, com um time cada vez  mais fraco. Surge, então nos anos 1990 o solitário São Raimundo, o tradicional  clube proletário do bairro da Colina com seu acanhado “Estádio da Colina” e bem treinado pelo lendário Aderbal Lana. O “Raimundão”passou então  a galvanizar a simpatia dos torcedores amazonenses. Em uma Copa do Brasil, por muito pouco não eliminou nas semifinais o poderoso Palmeiras. Mas sem planejamento sólido o São Raimundo foi definhando por falta de grana e sem concorrentes nas disputas estaduais. Por ocasião da construção da Arena da Amazônia para a Copa de 2014  teve seu estádio (se é que ainda lhe pertence) reformulado pela CBF.

Há seis anos, uma dissidência do Nacional, resolveu criar o Manaus que como um bólido ressuscitou o futebol  amazonense e no domingo que passou (18) na decisão da série “D” atraiu quase 50 mil torcedores ao estádio estadual. Perdeu nos pênaltis para o Brusque de Santa Catarina. Mas promete ser uma equipe das mais fortes na Terceira Divisão de 2020.     



Manaus, a atual força do futebol amazonense

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