terça-feira, 20 de agosto de 2019

Mesa de bar no “Pata Rabuda”



Chegamos a ser quase duas dezenas de “peregrinos” diários no cooper vespertino na Praça Batista Campos, na segunda metade do decênio de 1990. Nossa turma tinha ex-jogadores de futebol como Ailso que foi do Remo nos anos 1960, Carlinhos, do Paisandu e Bosco da Tuna, na mesma época; Zaca que foi astro do futsal bicolor e Maneca uma das grandes estrelas no basquetebol do Papão. Ambos também naquela década. Calixtrato, o Cabrita, oficial de Justiça e remista “cricri”, o saudoso Issa Ayan que só falava no Remo e seu irmão, o pacato Aniz. O urologista Augusto, o odontólogo Flávio Cepeda, o professor e advogado Elson Monteiro, o engenheiro Durães (por onde anda? sumiu de Belém) que preparava uma senhora costela ao bafo, embora quando sendo assada às pressas” a espera fosse de apenas de umas 8 horas...Mas valia a pena saboreá-la. Lembro ainda do Maia, Waldo Souza, hoje reluzente na apresentação do SBT –Pará; Bernardo, o ligeiríssimo “Frango D’água”, o ferrenho bicolor, Ruy Noronha, e mais um monte de “andarilhos” e   que depois se tornariam amigos naquelas caminhadas desde à tardinha e que se estendiam até às primeiras horas da noite. Em harmonia, mas também com   algumas divergências clubísticas e politicas naturais, porém, com a predominância da fraternidade em geral.

Uma vez por mês nos reuníamos em confraternização sendo jogando futebol ou dominó com muita birita e tira-gostos ou até mesmo jantares. Um desses locais era o badalado bar e restaurante “Pata Rabuda” na Angustura próximo à Lomas Valentina, no bairro do Marco. Naquele ambiente que nos era quase familiar, bebida e comida rolavam soltas.

E por lá sempre estavam dois ex-jogadores que chegaram a ter seus dias de glória nos de 1970 e 80. Durvalino, que surgiu no Remo, e Lupercio, cracaço em vários times a começar na base do Paissandu, Botafogo, Náutico, CRB, Fortaleza, Remo e Tuna em final de carreira. Era um ponta-esquerda arisco, exímio driblador. Durvalino foi sempre reserva do Alcino enquanto o saudoso Negão Motora jogou no Remo. Depois foi para o Acre e algum tempo depois retornou a Belém. Gorducho, bom vivant, era o churrasqueiro cativo do conhecido empresário de transportes urbanos, o bicolor Toléo.
  





















Quando eu os encontrava por lá, ficava a relembrar dos seus tempos de fama, principalmente de Lupercínio, O rosto macerado pela bebida, tinha o comportamento oposto ao de Durvalino que era eternamente risonho, brincalhão. Lupercinio parecia estar sempre a recordar aquela época de glorias no passado. E que a carreira tão curta ilude os que não são conscientes de que o futebol passa tão rápido que quando termina, os jogadores ainda são tão novos. E a maioria perplexa, quase sem rumo, não sabe  para onde caminhar na vida que segue.  Paradoxo do próprio futebol.

Lupercinio faleceu em 2002 e Durvalino pouco tempo depois. Ambos sem chegar aos 60 anos.

Lupercinio passou por vários clubes, e em todos foi titular

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