Em fins dos anos 1970 (1977) surgia um clube que prometia
ser o quarto grande da capital. Era o Comercial sustentado financeiramente por
duas grandes empresas: Xerfan (tecidos) e Dom Vital (transportadora de cargas).
Com sede própria na avenida Almirante Barroso, dispunha até
de uma agencia de propaganda que cuidava da divulgação das atividades do clube,
especialmente o futebol. Recheado de jogadores em final de carreira ou
sub-utilizados por Remo, Tuna e
Paissandu, formou um timaço que dava trabalho quando enfrentava os chamados
três grandes metropolitanos. Com uma folha de pagamento superior à da Tuna,
seus jogadores além do bom salário pago religiosamente em dia, ainda recebiam
vales quinzenais e bichos quando a partida que vencessem justificasse a gratificação extra.
Ao término do campeonato estadual, os dirigentes, porém,
resolveram desativar o time. Mostravam-se insatisfeitos pelo que achavam
injustiça de arbitragem nos jogos contra
os dois maiores tivais do estado – Remo e Paissandu – e por isso sentiram-se
desmotivados para participar do Torneio de Incentivo que era uma competição que
a Federação de Futebol promovia para que os clubes menores não ficassem
inativos por ocasião da disputa do Campeonato Brasileiro da 1º Divisão.
Os dirigentes do Comercial, entretanto, recusaram-se em
participar do torneio, preferindo desmanchar seu bom elenco de profissionais. E com isso, no ano
seguinte, encerravam em definitivo a atividade relâmpago de um clube que
prometia ser a quarta força de Belém, principalmente quando o Sport Clube
Belém, por vários anos mantido pelos militares da Base Aérea foi definhando
depois que seu patrono maior, o major Rodopiano Barbalho, que o fundou em 1970 e em seguida assumiu a
presidência da FPF, retornou a sua terra natal, o Rio de Janeiro. O Brasinha
ficou órfão da polpuda ajuda financeira que recebia mensalmente de
contribuições do contingente fardado da Aeronáutica. Chegou a contratar grandes
jogadores de fora como Dico, Roberto e Luizinho, vindos do futebol de Brasília
e que depois jogariam no Remo (Dico e Roberto ) e na Tuna (Luizinho).
O Sport ainda se manteve nas disputas do campeonato paraense
por vários anos, mas sem ser mais aquele timaço da época de Rodopiano Barbalho. Foi considerado por alguns anos como o quarto
time grande do nosso futebol.
O Comercial só disputou um campeonato, mas era um bom time. |
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