Riberto Bacuri não
aceitava ganhar menos dos que fossem considerados celebridades do time do
Paissandu. Ele também se achava assim. E
pelo que jogava desde que chegou em 1974 vindo da Portuguesa de Desportos,
tinha suas razões.
Naquele tempo em que o Remo sobressaia na Primeira Divisão
nacional, a equipe do Papão em que pese ter bons jogadores, não conseguia
traduzir em campo o mesmo desempenho do Leão. E muito menos no campeonato
paraense. Naquela década (70) os remistas ganharam dois Tri,sendo um deles
invicto (77/78/79) e só perdeu o de 76 porque o presidente Manoel Ribeiro não
deixou o time disputar as partidas finais contra o maior rival. Logo depois na primeira
partida pela competição nacional, o Remo venceu por 5 a 2.
Dono de um estilo
cheio de firulas, Bacuri parecia jogar “rebolando” em campo. Era um tanto individualista
mas produzia grandes jogadas para a
equipe no gramado . Principalmente quando jogou ao lado de Willy, um excelente
volante apoiador que veio do futebol carioca.
Quando Aureliano
Beltrão chegou para comandar o time em 1978 as coisas andavam meio bagunçadas na Curuzu e ai os ares mudaram para o meio campista. Beltrão que já passara pela Tuna, além de falar pelos cotovelos era um treinador
disciplinador. Nada de fricotes estelares com ele. Botou Bacuri no banco
enquanto ele fincava o pé em não renovar contrato se não fosse pela quantia que pedia. E o Paissandu não
arredava o pé do que alegava só poder
pagar ao seu jogador. Bacuri diante do impasse foi cedido ao Ceará e depois
ainda jogaria no América potiguar.
Retornou quando João Avelino, que o trouxera
em 74, estava de volta a Curuzu para treinar novamente a equipe bicolor. Mesmo
conquistando o primeiro campeonato do novo decênio, Bacuri encerrou a carreira
prematuramente antes dos 30 anos.
Encantou-se por uma
bragantina, casou e foi morar na Pérola do Caeté desde aquele tempo remoto onde
por lá se estabilizou financeiramente
com uma panificadora.
Foi um jogador que
pelo longo tempo em que jogou pelo Papão, até hoje é relembrado por seu futebol
clássico.
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