Embora a primeira emissora de rádio do interior paraense tenha sido a Clube de Santarém inaugurada em 1948, a realidade é que foi a partir da inauguração da primitiva Educadora (hoje Rural) em 1964 que o intercâmbio de narradores esportivos vindos para Belém começa a se intensificar.
Um nome teria relevância impar na atividade esportiva no rádio mocorongo. Osmar Simões que embora nascido em Santarém, ainda criança veio estudar na capital. E só retornaria à sua terra natal em 1954 quando foi transferido pela Caixa Econômica, onde trabalhava, para ser o gerente da agência na Pérola do Tapajós. Já tendo experiência como locutor-comercial além de outras atividades paralelas desenvolvidas na antiga PRC-5, empresta seu conhecimento para fazer voltar ao ar a Clube santarena que estava desativada há algum tempo. Mas a pioneira passa por constantes crises técnicas e financeiras num “entra e sai” do ar, até que a Prelazia santarena monta e inaugura em 1964 a Educadora. Com Osmar Simões sendo a peça- chave em seu planejamento e programação.
Uma única vez estive em Santarém. No início de 1978 quando fui juntamente com o saudoso companheiro Ronaldo Bandeira instalar a representação da revista GOL no município. Naquela época, as duas emissoras estavam em acirrada concorrência. A Clube já pertencia ao amigo Armando Fonseca, que fora meu colega no colégio “Paes de Carvalho”. E estava sendo dirigida por outro amigo de infância na Vila Importadora, o Josino Figueiredo. A edição nº 46 da GOL na coluna Alambrado anuncia a equipe da emissora chefiada por Oti Santos e contando ainda com Francisco Sales, Franco Costa, Dário Tavares, Jardel Melo e Jota Veiga. Salvo engano, o saudoso Raimundo Lima, que passou em Belém pela Marajoara, Liberal, Guajará e chegou até a integrar a primeira equipe da extinta Maguary, naquela época residindo em Santarém integrava também a turma da Clube. Pela Rural (já naquele tempo com esse nome), o denominado Escrete do Rádio era formado por Osvaldo de Andrade, Jota Parente, Bena Santana, Miracildo Corrêa, Campos Filho, Edu Castro, e Habib Bichara.
Gente que veio para Belém e brilhou nos microfones esportivos da capital: Tadeu Matos pela Marajoara em meados dos anos de 1960 e permanecendo no prefixo “associado” até a década de 1980 depois de formado em Direito e sendo funcionário do Basa. Deixou o rádio quando foi ser juiz da Justiça do Trabalho, chegando ao desembargo. Os irmãos Guarany Júnior e Olimpio Guarany que também foram da Rural. O primeiro estreando na Marajoara no início dos anos de 1970 e logo depois(1972) se transferindo para a Liberal que estreara sua equipe em 1970. Guarany enquanto teve influência no departamento esportivo, travou uma luta renhida pela audiência enfrentando a qualificada equipe de Guilherme Guerreiro que chefiava o time da Marajoara. A Clube nessa época (anos 1980) passou por uma fase quase de inanição no esporte. Sendo até desativada no setor por quase dois anos (1984/86). Foi sua equipe mais fraca (de 1988 até 1994) de todos os tempos.
Oti Santos quando foi eleito deputado estadual (1987) recebeu convite de Edyr Proença, ainda na chefia do esporte na Clube, e integrou por vários anos a equipe da Poderosa. Chegou a ser o “caixeiro-viajante” da emissora transitando por todo o país nas transmissões dos jogos de Remo e Paissandu, ambos na Primeira Divisão. Retornou a Santarém depois de dois mandatos e elegeu-se prefeito de Belterra. Chegou à presidência da Aclep (1993) embora sem concluir o mandato.
Santarém ainda exportaria Olympio Guarany que passou pela Clube em um tempo de bons narradores como Zaire Filho, Cláudio Guimarães e Ronaldo Porto. Outro nome de destaque foi Cláudio Serique que chegou transferido pelo Basa em fins dos anos 1970 sendo narrador da Poderosa e apresentador por algum tempo do programa dominical Gastando a Bola. Participou ainda da efêmera equipe da Guajará, no início da década de 1980.E logo depois retornaria à sua cidade.
Por fim, o veterano Campos Filho que era funcionário do Banco do Brasil, aportou em Belém e ingressa na Clube no começo do novo século. Integrava a Turma do Bate Papo e sendo aproveitado esparsamente em alguns comentários de jogos. Foi transferido para a Clube de Marabá onde chefia uma reduzida, porém, atuante equipe esportiva.
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