sábado, 20 de janeiro de 2018

Equipes efêmeras


O mesmo personagem desempenhando o mesmo papel em duas situações similares. No livro 42 anos-uma vida no esporte, (1997) o saudoso José Maria Simões conta como a antiga Rádio Difusora e a extinta Guajará formaram suas equipes esportivas em épocas distintas, mas que não conseguiram demorar sequer seis meses. Ambas sob o seu comando.

Inaugurada em fins do ano 1960, a Difusora (hoje Liberal) pertencia ao mesmo grupo do primitivo jornal O Liberal, nesse tempo, já tendo como dono o ex-governador Moura Carvalho. 

Com poucos meses no ar, José Simões propôs a formação de uma equipe esportiva, segundo conta em seu livro. A não ser ele e Edgar Delgado, ambos com passagem pela Clube, o restante do time era totalmente desconhecido. Pelo menos em termos de ouvintes. O ex-técnico Luiz Zago, que treinou o Paissandu, assim como Carlos Duílio, que fora escuta do Plantão da Clube poderiam ser as exceções . Os demais – Sérgio Barata, Raimundo Pamplona, Venancio, José Maria Martins e João Batista – eram literalmente anônimos.

Por suposta pressão interna, conforme revela Simões, a equipe seria logo desfeita. Em torno de 20 anos depois, a extinta Guajará que fora arrendada para dois jornalistas endinheirados pela família do ex-prefeito de Belém, Lopo de Castro, estava em fase de transformação quase completa de sua programação. Tendo inclusive o lembrado e competente Adwaldo Castro como seu diretor geral. No início foi cogitada uma equipe sob o comando do mato-grossense Mário Antonio que tinha deixado a Rádio e TV Liberal. Depois chegou-se a falar no carioca Luiz Brandão que voltara à Marajoara no final dos anos 70, mas sem tanta demora estaria de retorno ao Rio de Janeiro.

Adwaldo teria então convidado Simões, naquela época afastado do rádio, para chefiar a equipe da emissora. Ele montou, embora com reduzido numero de integrantes, um grupo com nomes já com certo prestígio no microfone esportivo : Ronaldo Porto e Zaire Filhos (narradores), Edalmir Parziale, José Trindade e Raimundo Bichara eram os repórteres, além de Guilherme Guerreiro e Meireles Fayal no Plantão. O próprio José Simões era o único comentarista.

Sem tantas explicações a equipe em pouco tempo –menos de seis meses - estava extinta. O arrendamento tanto da rádio como também do jornal O Estado do Pará não vingara.

Simões, que era bom profissional tanto como narrador quanto comentarista, foi no entanto, autentico andarilho no rádio com várias entradas e saídas na Clube, duas vezes na Guajará e o período mais longo que passou foi na Liberal nos anos de 1990 para depois encerrar a carreira em definitivo na Marajoara no ano 2000. Teve breves passagens ainda pela Difusora de Macapá, Olinda de Pernambuco e Continental do Rio. Morreu em 2002.

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