Dos quatro, somente Henrique Amado pode ser considerado como uma autentica cara nova no microfone esportivo. Carlos Gaia, Abner Luiz e Jorge Anderson, embora surgindo recentemente na narração do futebol, já possuem rodagem em outros setores do rádio esportivo.
Gaia que começou como repórter na Liberal, depois passando pela Marajoara e Rauland-FM além de uma emissora de Castanhal, já como narrador, só veio a se firmar, entretanto, ao se transferir para a Clube. Onde, aliás, só disputa vaga na locução do futebol com cobras criadas: Cláudio Guimarães, Ronaldo Porto, Jones Tavares, Guilherme Guerreiro e Walmir Rodrigues. Mas quando é chamado a dar o seu recado, sabe fazer com um estilo que lembra o saudoso Jayme Bastos pela vibração e as tiradas no ar. Além da voz potente, quase no mesmo timbre do “neca, neca”.
A retransmissão da programação da CBN pela Liberal-AM alguns anos atrás, deu oportunidade a Abner Luiz de se firmar no comando da Equipe Legal. E aproveitar a brecha para revelar um novo estilo na narração do futebol. Já não tão arraigado ao antigo formato dos locutores mais tarimbados do rádio esportivo brasileiro. A pouca extensão da voz pode ser compensada com um modo diferente na narrativa do jogo. Os próprios locutores da CBN encarregaram-se disso depois que José Carlos Araújo deixou a Globo. Abner é dessa nova escola. Como repórter ele passou pela Marajoara e Clube e na televisão atuou na Cultura, Gazeta (antiga Rauland, hoje Grão Pará) além do canal Esporte Interativo, onde teve atuação destacada.
No começo da carreira sendo o informante do Plantão da Clube por algum tempo, Jorge Anderson depois de passar já como narrador pela Marajoara, foi para a Floresta-AM de Tucuruí levado pelo finado Nonato Santos. E passou a apurar seu próprio estilo, nem tão linear nas inflexões durante o jogo todo, mas procurando ser diferente ao marcar presença no microfone. A narração pela TV Cultura também contribuiu para aperfeiçoar sua articulação verbal. Atualmente é um dos sete narradores do numeroso time da Poderosa.
O novato Henrique Amado aproveitou sua chance na Marajoara, surpreendendo por sua voz quase que literalmente no mesmo timbre do veterano Jones Tavares, que por quase 50 anos nunca teve um sósia vocal. Amado é uma autentica “metralhadora” na narração de uma partida embora exacerbe nos bordões que procura citar aos montes no transcorrer do jogo. Não que sejam supérfluos. Apenas excedem como “ornamentação” no relato do jogo, hoje quase um vício, que teve origem, entretanto. Nos primórdios da narração por parte dos antigos “speakers esportivos”. Não se pode negar, porém, que o garotão sendo agora o segundo narrador da Metropolitana-FM é uma grata revelação tanto no rádio como na TV. Precisar apenas saber dosar seus refrões.
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