Júlio Salles e o filho Mário, na Rádio Assunção, em foto de 2003 |
Quase octagenário, o paraense Júlio
Sales continua a narrar o futebol pela Rádio Assunção de Fortaleza.
Desde o remoto ano de 1962, ele é um
dos “sobreviventes” raros de uma geração de grandes nomes no rádio esportivo
cearense. Entre tantos: Ivan Lima, Gomes Farias, Paulino Rocha, José Santana,
José Cabral, Barbosa Filho, Celso Martinelli e Sérgio Pinheiro, falecido recentemente. Nem todos cearenses de
nascimento.
Júlio começou na Marajoara quando
Jayme Bastos projetou montar uma equipe que pudesse concorrer com o timaço de
Edyr Proença, da Rádio Clube. Que tinha naquela época, Grimoaldo Soares, Luiz Solheiro, João Álvaro,
Carlos Estácio, José Maria Nobre Gonçalves, Carlos Alberto Vieira, Carlos Duílio,
Almir Nobre e Virgílio Câmara.
Por um mal entendido entre Jayme e
Helio Thys, novo diretor de programação que
viera da Tupi do Rio, aconteceu a entrega do lugar por parte do narrador titular
e Júlio em solidariedade ao companheiro, também deixou a Marajoara.
Sem tanta demora estava ingressando
na equipe de Edyr Proença. Ainda teve
breve passagem pela Difusora de Macapá, mas logo retornando à Clube.
Em 1962 recebeu convite quase
irrecusável e foi para a Dragão do Mar de Fortaleza, mas sua longa permanência aconteceria na extinta Uirapuru. E depois que
a emissora entrou em fase de declínio financeiro trocando de proprietários,
ingressa na Asssunção onde está até hoje.
A grande sacada de Júlio ao chegar ao
rádio alencarino foi observar a empatia
quase que total por parte os que militavam ao microfone esportivo com o time do
Ceará Sporting. Decidiu então mostrar identificação com o Fortaleza que naquele
tempo ainda tinha sua torcida bem menor que a do maior rival. Ganhou grande audiência por
parte dos simpatizantes do Tricolor do Pici.
Mário Sales surgiu na Clube em fins
dos nos 1970 cobrindo as atividades da Tuna Luso Brasileira e depois passou a
atuar nas reportagens dos jogos como ponta-de-gol. Transferiu-se para a
Marajoara e depois ingressa na Cultura. Na década de 80, na Marajoara, consegue surpreender na narração do futebol tal
como aconteceria com Gilson Faria, também
revelado pelo Plantão da Clube e indo depois para o rádio de Teresina onde
passou uma temporada. Ambos receberam oferta tentadora da Liberal e foram atuar
na emissora das Organizações Rômulo Maiorana.
No inicio da década de 1990, Mario
segue o rumo do pai indo para o rádio de Fortaleza onde já atuou pelas rádios :Cidade,
Clube e Band-FM. E finalmente passou a atuar ao lado do pai na Assunção.
Embora com estilos diferentes – e nem
poderia ser de outra maneira, pelo longo tempo que etariamente os separa – os dois possuem audiência
cativa no rádio alencarino.
Ao contrário do pai, Mário optou por simpatizar
com o “vovô alencarino”, como é conhecido o time do Ceará.
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Testemunha auditiva dos grandes nomes do rádio esportivo paraense desde a década de 60 (século passado, claro), lembro muito bem de Julio Sales na PRC-5. Na minha opinião - que me perdoem os fãs de Edyr Proença - foi o maior locutor esportivo que já passou por esta terra. Seu estilo empolgado e por vezes arrasador, vibrante, e crítico, fazia o ouvinte se encher de entusiasmo.
ResponderExcluirEnquanto militou no Pará, fui seu fã de carteirinha.
Deixou herdeiros: Edgar Delgado, Jair Gouveia, Claudio Guimarães, Jayme Bastos, José Simões, etc, mas cada qual com seus estilos, um tanto diferentes do grande Júlio.
Fiquei feliz pelo Expedito trazer essa recordação tão bem lembrada de um narrador que ficará sempre na história do rádio paraense.