O zagueiro Marajó surgiu com um
futebol fulgurante, saindo direto das divisões de base para o time profissional do Remo em
1977. Ele tinha ainda a cara de menino. Criado longe da família que residia em
Abaetetuba, a fama despontou muito cedo para o jovem zagueiro que não estava
preparado para a subida tsunâmica que o tornaria um bad-boy em pouco tempo.
Ainda assim, o Leão conseguiu
conviver por cinco anos com seu garotão-problemático que se embebedava com frequência e por vezes
aparecia no Baenão quando não era escalado para jogar, em estado de embriagues
visível, postando-se no alambrado para o
lado das cadeiras cativas do estádio azulino. Mas o Remo levava sempre em
consideração a pouca idade do craque, seu deslumbramento com o sucesso
repentino e perdoava sua vida irregular fora de campo. Marajó quando não era o
titular da posição, alternava com o
banco, mas jogava sempre.
O estrelado súbito aconteceu em uma
decisão do Re-Pa no final do ano de 1978. O adversário atacava todo do meio do
campo para a grande área remista. Na
sobra de uma bola, ainda em seu campo de defesa, Marajó consegue penetrar no
campo contrário e aproximando-se da área, teve a calma suficiente para esperar
a saída do goleiro Reginaldo e
encobri-lo de voleio. O gol foi considerado um dos mais bonitos daquele ano
pelo Fantástico. Ele era exímio batedor
de bolas paradas.
Com o desgaste acentuando-se entre o jogador e o clube, o Remo decidiu em
1982 emprestá-lo ao Vasco. Marajó mostrou sua bola de craque em São Januário e tornou-se
logo o dono da posição. Mas as traquinagens extra-campo continuavam no Rio. Foi
então emprestado ao Santo André e depois à Portuguesa de Desportos. Sempre como
titular nos dois times paulistas.
Retorna à Belém em 1987 contratado
pelo Paissandu onde fica até o final da temporada de 1989. Encerra a carreira
pelo Pinheirense em 1991.
De volta ao seu aconchego natal
(Abaeté) ele redime-se da boemia e torna-se praticante evangélico. Casado,
torna-se um pai de família exemplar e amadurece
no futebol tornando-se treinador do Vênus, clube local que disputou por
vários anos a Primeira Divisão paraense. Demonstrou sempre quando esteve à
frente do time conhecimentos sobre o futebol
e por isso o Vênus era um time difícil de ser vencido em seus domínios, no estádio Humberto Parente. E até mesmo
quando jogava em Belém contra os grandes da capital.
Marajó hoje é um pai de família exemplar. |
Nenhum comentário:
Postar um comentário