O Bar Universal que ficava na Carlos
Gomes, esquina com a Bailique, nunca foi conhecido por seu nome fantasia. Todos
são o chamavam de Bar do Biriba. Seu proprietário, o carecudo e bonachão
Biriba, era conhecido nas rodas esportivas – era torcedor ferrenho do Paissandu
– nos meios jornalísticos, naquele tempo com destaque para os jornais impressos
e o rádio – além da própria boemia.
Afinal, seu bar e restaurante era dos mais concorridos, situava-se quase no coração
da zona do meretrício, o “quadrilátero da luxúria” formado pelas ruas Primeiro
de Março, Padre Prudêncio, Riachuelo e General Gurjão, nesta última, onde se localizavam as chamadas “pensões alegres” das damas da noite de maior
status, algumas até estrangeiras conhecidas como “as polacas”.
Biriba foi o
primeiro charangueiro de Belém, chefiando a torcida organizada do Papão com
batuqueiros e músicos de instrumento de sopro. Era também prestigiado dirigente
da extinta Escola de Samba Boêmios da Campina e durante o carnaval promovia
animadas batalhas-de-confete com o desfile das escolas exibindo-se no tablado do palanque
armado em frente ao “Universal”.
Em duas fotos de épocas distintas,
Biriba aparece na primeira, à cabeceira
da mesa, que contava com a presença de
dois conhecidos cronistas esportivos: Grimoaldo Soares, comentarista da Rádio
Clube à direita de gravata, e Moacir Calandrini, o saudoso Mestre Calá, o
terceiro à esquerda. A foto é da década de 1950.
Na outra, em 1978, da esquerda para a
direita: eu, Antonio José, o lembrado Ronaldo Bandeira, Eloy Lins, Sergio
Noronha e o Biriba.
Na noite, Biriba foi dono das boates
Tapera, na Alcindo Cacela e Pigale, em São Braz. Sem contar a rápida temporada
como croupier do cassino da Condor (no inicio dos anos 60) até acontecer o golpe
militar de 64.
Meu pai José Assayag foi um frequentador desse bar e restaurante, adorava a comida que servia lá. Saudades.
ResponderExcluirParabéns pela matéria
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