sábado, 14 de julho de 2018

Bira e seus irmãos


Cinco irmãos jogarem no mesmo time já é algo extraordinário. E todos sendo titulares, talvez, uma façanha inédita. Digna de figurar no Guines, o livro dos recordes. 

O velho Herundino que fora um grande artilheiro no ataque do Esporte Clube Macapá, na década de 1950 era pra lá de radical: “Algum filho meu que jogar pelo Amapá (adversário e maior rival de seu time) sai de casa”. Por isso ninguém se arriscaria a desgostar o pai. Bira, Aldo, Marco Antonio, Assis e Haroldo, atuaram juntos pelo clube que corresponderia ao Remo amapaense. As camisas eram na cor azul. E o Amapá, embora listradas, era alvi- negro, mas a galera contrária ao Macapá, considerava-o como se fosse o Paissandu. 

Em tempos idos, o Amapá, era um dos cinco territórios federais do país. 

Bira e Aldo vieram jogar no Papão em 1976. E logo ganharam vagas garantidas no primeiro time bicolor. No ano seguinte, um acerto de bastidores em razão de pendencia jurídica sobre o campeonato de 1976 vencido em campo pelo Papão, mas com a ausência do Remo nas partidas finais, o atacante transferiu-se para o Baenão, E o Remo desistiu do processo no STJD. 

Impetuoso, veloz e sobretudo goleador, Bira sagrou-se tri campeão azulino em 1977/78/79. Foi o maior artilheiro do Leão até hoje no campeonato paraense. Marcou 32 gols no Tri de 1979. Cresceu a fama quando marcou cinco gols em um jogo contra o Guarany de Campinas no Mangueirão. O Bugre campineiro foi o campeão brasileiro daquele ano. Em 1980 Bira teve seu passe comprado pelo Internacional onde brilhou por três anos. E depois ainda jogaria no Juventus paulista e vários outros times. Ao encerrar a carreira em 1986 tornou-se treinador chegando a comandar o próprio Remo, Paissandu e Tuna além de outras equipes do interior. 

Aldo também teve vitoriosa trajetória no Fluminense onde foi titular da lateral- direita por alguns anos. 

Segundo dizem em Macapá, o melhor dos cinco irmãos era Assis, meia-armador, mas que por ser funcionário federal nunca quis arriscar o cargo que ocupava no governo amapaense pelo futebol em outro estado. 

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