A Tuna parece ter esgotado as
próprias forças para poder retornar à Primeira Divisão do futebol paraense.
Há seis anos a Lusa do Souza luta com
todas as forças que lhe são permitidas – e elas
são bem limitadas – para formar um time capaz de ganhar uma das duas vagas através da Segundinha. Mas
não consegue nada. Este ano a “campanha” foi mais do que pífia. Só conquistou quatro
pontos em quatro empates ainda que jogando em estádios diferentes, incluso até
o Baenão.
O ciclo cruzmaltino no futebol
amparado pela grana farta da colônia portuguesa endinheirada já vai longe. Na
década de 1950, conseguiu ganhar três títulos estaduais (51/55/58) Foi sua
maior façanha em termos locais. É verdade que possui também dois campeonatos
nacionais. Um na Segunda Divisão e dois na
Terceira.
Um dos presidentes mais recentes da
Lusa revelou-me que para manter um time de nível técnico razoável, a folha de
pagamento não pode exceder aos 100 mil reais. E pra minha maior surpresa ainda,
acentuou que um salário em torno de
cinco mil reais que algum jogador de maior expressão possa ganhar, a diferença
da base referencial ( R$ 2 mil) teria que ser
completado por algum abnegado. Convenhamos, quase impossível querer
montar uma equipe razoável tecnicamente, com “toda” essa grana...
Considerado com inteira justiça por
seu patrimônio material e esportivo, principalmente no futebol paraense onde
possui 10 títulos, a Tuna sempre foi a terceira força da capital. Um clube
tradicional e elitizado. Respeitado por sua rica história na terra e no mar.
Onde já conquistou inúmeros campeonatos de remo.
Para sua reduzida (em comparação com
Remo e Paissandu) porém, ardorosa torcida, o futebol tunante parece estar em
falência concreta. Que espera-se não seja uma profecia a se concretizar.
Por que não procurar uma solução fora
de Belém? O Red Bull não está investindo em vários clubes do pais, sem a
expressão que a Águia do Souza possui? Um contrato no formato do que foi
firmado com o Bragantino paulista, que está quase certo de retornar à Primeira
Divisão nacional, poderia impulsionar novamente o futebol tunante. Sem pruridos
de vaidade por ser considerado uma
“terceirização” do clube.
O mundo mudou. E quem parou no tempo,
perdeu seu lugar na história.
O timaço que ganhou três títulos paraenses na década 1950 |
A suntuosa sede da Praça da República |
A Tuna portuguesa era grande, muito grande, tanto financeiramente quanto de espírito vencedor. Mas sempre teve entre seus dirigentes não-portugueses, o pensamento de que não valia a pena investir - ou como diziam: gastar com futebol -.
ResponderExcluirAos poucos, com o sumiço dos portugueses do comando, os herdeiros brasileiros do clube, que torciam por Remo ou Paysandu, conseguiram seu intento: tirar a Tuna do futebol. Conseguiram.
O agora "querer voltar" é desejo da 3ª ou 4ª geração dos portugueses.
Tarde demais! Querem ter dinheiro antes de ter títulos, é um pensamento muito equivocado. Para forma um time de futebol apto a disputar campeonatos importantes, é preciso investimento maciço, tanto financeiro como na juventude. Não vejo futuro nenhum pra Tuna no futebol com as idéias de contratar jogadores reciclados, e tentar ganhar jogos de adversários mais inteligentes.
Talvez se o Addario vivo fosse, houvesse uma vaga no Peladão, por amizades ou pouca competência.