Campeão em 2014, a arrancada de Rony (detalhe) começou no Remo |
O destino às vezes escreve a vida das
pessoas como lhe achar mais conveniente. Por vezes, começa pelo avesso do
sucesso. Em outras pelo início do fim. Depende do roteiro escolhido pelo acaso
e do protagonismo exercido pelo personagem do enredo.
A atuação espetacular do atacante
Rony, no jogo de ontem, decisivo da Copa do Brasil e que culminou com o segundo
gol do time paranaense, fez o ex-atleta do Remo ser o foco principal da mídia,
especialmente das plataformas sociais da internet. Em todas, só dá Rony.
Com uma carreira relâmpago que começa
no Remo em 2014, jogando poucas partidas pelo Sub-20, destaca-se, porém, na
Copa São Paulo da mesma categoria. Mas ao ver seu time eliminado da competição,
o jovem atacante retorna à sua pequena cidade de Magalhães Barata, decerto,
desconhecida por muitos, ainda que não tão distante de Belém.
Por lá, desde a infância, a vida foi
dura para ele e os quatro irmãos depois da separação do pai da família e a
morte da mãe. Foi criado pela avó, que também não demoraria a falecer e fica
juntamente com os outros irmãos sob a guarda do avô. Na faina diária de gente
humilde, dorme com os irmãos em cima de papeis ou jornais velhos que lhes servem
de cama. E quando não tem o que comer, passa fome ou alimenta-se com o que
aparecer. E o futuro parece não vislumbrar mudanças. Vira-se como pode:
ajudante de mecânico, pedreiro e moto-taxista. Até retornar a Belém, de novo,
para vestir a camisa azulina e despontar para a glória em 2014. Foi campeão de
profissionais e sem tanta demora, vendido ao Cruzeiro, onde passou pela base, mas não tendo oportunidade no time de cima,
foi cedido ao Náutico.
No time pernambucano começa a sobressair como artilheiro
na série B, não conseguindo, contudo, subir para a Primeira Divisão. Devolvido
ao Cruzeiro, é repassado a um clube do
Japão, onde sente bastante a mudança do clima, embora sem se vitimizar. Retorna
ao Brasil e passa a viver uma situação indefinida quanto à sua contratação por
parte primeiramente do Botafogo e depois do Corinthians, por problemas na sua transferência
por parte do clube japonês, que achava ter a preferência em sua renovação
contratual. O litígio encerra quando o Athlético Paranaense o contrata no ano
passado com o aval da FIFA.
Sua estrela, então, começa a brilhar ao galgar os
degraus da fama de forma frenética. Ganha o campeonato paranaense deste ano, desponta
na Libertadores, ganha a Sul Americana e se consagra definitivamente com a
conquista ontem à noite da Copa do Brasil. Com as cambalhotas que tornaram-se
sua marca registrada ao fazer seus gols, quase sempre em arrancadas fulminantes
e o oportunismo do chute forte e bem colocado.
Para onde irá agora o garoto Rony?
Dizem que sonha em vestir a camisa canarinho como é natural para qualquer
jogador. O Athlético, porém, pensa em ampliar seu caixa, vendendo seu passe a um
clube do exterior.
O futebol no Brasil pode se tornar
sinônimo de riqueza inesperada para pessoas que nascidas na miséria, tornam-se
até milionárias em um contra ponto que só a vida mesma pode explicar. Sem
filosofismos de quitanda.
Do Remo ao Athletico PR. uma carreira vertiginosa |
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