Pau-preto (em pé) e Cacetão |
Alguns narradores de futebol mais saudosistas –especialmente os da televisão – costumam reclamar da composição dos nomes da grande maioria dos jogadores da atualidade. Quase ninguém é mais chamado apenas pelo primeiro nome. Quando não é o nome complementar, o sobrenome (seja materno ou paterno) é acoplado ao prenome.
Pior era no passado com apelidos pra lá de extravagantes. Por exemplo: quem não se assustaria com uma narração em que fossem destacadas as trocas de passes entre Pau Preto e Cacetão? Pois ambos jogaram por muito tempo no Paissandu. E um trio de irmãos tunantes formado por Sarará (o único ainda vivo e o mais velho de todos), Macaco e Macaquinho? Ou dois atacantes do Remo que atendiam pelas alcunhas de Marido e Santo Antonio? Os bicolores costumavam “sarrar” com os azulinos ao dizer que o Remo era o único time que tinha “marido” ...
Na segunda metade dos anos 1960, o Papão também teria um treinador chamado de Santo Cristo. Era carioca e nascido no antigo bairro do mesmo nome.
Quase infame mesmo era um goleiro que jogava pela seleção de Bragança e depois no Sacramenta com o esdrúxulo apelido de Pit-Fot. Pesquisei sobre tal apelido e o conhecido locutor bragantino, Celso Leite, respondeu-me que colheu junto à família do falecido jogador que seriam palavras pronunciadas por ele quando criancinha para denominar um brinquedo que não acertava dizer o nome.
Ao chegar à Belém contratado pela Rádio Marajoara, o narrador Luiz Brandão recomendou que fossem evitados numeroso apelidos na escalação dos times. Seu repórter volante o lembrado Abilio Couceiro chama do gramado para informar a escalação da Tuna e começa: Sarará, Macaco Primeiro...e logo é interrompido por Brandão: “Oh, Abilio, veja se consegue saber o nome desse zagueiro. Abilio responde na lata: Braulino Filizolino de Sena. E Brandão mais fulminante na resposta: “Deixa macaco mesmo”.
Mas a saia justa como a que o saudoso Edyr Proença se meteu ao ler em um programa a escalação de um time suburbano (coisa comum em tempos mais remotos) não teve igual. Patati, Patatá, Curió, Carrão de Sena e Cavalo do Major; Segue escalando o time mas freia de repente. Era um dos atacantes que tinha o sutil apelido de “Cú da Mãe”. Para não perder o embalo ao microfone, recorre à rapidez de raciocínio e prefere abreviar o abjeto apelido com um desenxabido “C” da mãe. Já quase estourando o riso.
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