sábado, 5 de maio de 2018

Nabor Silva



No tempo dos próceres e paredros, Nabor de Castro e Silva poderia ser comparado a um autentico devoto bicolor. 

Ele era o cabeça-pensante do poderoso grupo Cunha Maia de Capanema. E que tinha até um banco em Belém: o América do Sul. Mas não era integrante da família. Embora atuasse quase como o dono. De tanto prestígio que tinha junto à empresa que operava na industrialização de malva e juta na região nordeste do Estado. 

Em fins dos anos 1950 e princípios da década seguinte, o Remo dera um salto gigantesco. Construíra sua moderna sede social em Nazaré, reinaugurara o estádio Baenão dotado de túneis (uma novidade em Belém) e iluminação feérica, as arquibancadas todas em cimento armado, deixando pra trás o majestoso “Souza” da Tuna, considerado àquela época um dos melhores do Norte e Nordeste. Sem contar a construção do ginásio “Serra Freire”, na avenida Braz de Aguiar. 

O Paissandu na própria expressão de seu presidente de então, o saudoso Arnaldo Mores Filho, era “apenas um time de futebol” . O dirigente maior do Papão quando disse isso, estava em estado de êxtase pela conquista epopeica de um dos muitos campeonatos daquele tempo. Claro que desagradou muita gente, até mesmo outros dirigentes do Clube do Povo. Só que enquanto o Remo cuidava de seu patrimônio, o Papão acumulava títulos, ganhando tri campeonatos de quatro em quatro anos. E quase só com jogadores de sua base, uma autentica usina de revelações comandada pelo seu ex-jogador Caim. 

E onde entra Nabor Silva nesse lance? Com seu incentivo financeiro ajudou a construir a nova sede em Nazaré, reformulou o velho estádio da Curuzú, ajudou na construção do ginásio “Moura Carvalho” e sobretudo não deixava o herói alviazul, Quarenta, cobiçado por outros times, incluindo o Remo, a sair da Curuzú. Nabor foi o dirigente com o qual Quarenta estabeleceu uma espécie de vinculo perpétuo com o Paissandu. Foram quase 20 anos jogando profissionalmente seu primoroso futebol em um único clube.. E até mesmo depois de encerrar a carreira, o cartola bicolor era seu arrimo nos momentos de dificuldades. Nabor Silva tinha quase que veneração por Quarenta. Reconhecia no mignon jogador aquele que revirara a história do clube nas conquistas das competições estaduais. Na disputa de 18 campeonatos, Quarenta vencera 12 e o Remo na mesma época só três. Uma largura!

Um comentário:

  1. O tempo das grandes contratações do Paysandu, década de 70 do século passado, foi movimentado pela presidência de Giorgio Falangola. Coincidiu com a ideia da construção da nova sede do Papão da Curuzu. A responsabilidade de angariar recursos pra sede foi da dupla Nabor Silva e Fausto Soares, este que foi depois presidente do clube. Apesar das inúmeras tentativas, Falangola não conseguiu nenhum centavo da construção para a formação do time.

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