Júlio César foi o clube da Prefeitura de Belém
O Júlio César tinha uma elenco numeroso e qualificado. |
O Júlio César foi um dos clubes primitivamente considerados elitistas em termos esportivos em nossa capital. Recebeu por parte da mídia esportiva a honorífica denominação de “O Embaixador da Distinção” por sua disciplina exemplar nas competições das quais participava. Fundado em 1925 destacava-se sobretudo nos certames amadores: basquetebol e vôlei -os principais -Incorporando depois o handebol, a natação e o futsal.
Na fase do futebol considerado amadorista (até 1945) chegou a disputar o campeonato paraense por breve tempo entre 1938/1940.
Em fins dos anos de 1950 através de sua diretoria presidida por José Filgueiras de Souza, resolve fundir-se ao Armazenador que disputava a Primeira Divisão desde 1954. O Armazenador, que ironicamente Moacir Calandrini, o mais popular cronista esportivo da época e conhecido como Mestre Calá, chamava de Armazenagol, seria o Ibis paraense daquele tempo. Era mantido pelos funcionários da área portuária da capital através do Sindicato dos Arrumadores de Belém.
Mas daquela fusão surgiria mais tarde um time dos mais respeitados. Sendo inclusive encampado pela Prefeitura Municipal de Belém, quando Lopo de Castro era o prefeito. Passou então a ser chamado de Clube Municipal Júlio César. Concentrava seus jogadores, quase todos funcionários “fantasmas” da PMB, na granja Modelo, em Ananindeua e de propriedade da comuna metropolitana. Nesse tempo, a PMB passava por séria crise financeira e seu funcionalismo estava em atraso salarial “apenas” uns seis meses. Menos para a turma do “Julico” que recebia em dia.
Nos primeiros anos da década de 1960 o clube esmeraldino (as camisas eram com predominância da cor verde) formou uma equipe de respeito. Nesse time sobressaíram a dupla de meio-campo Nonato e Purifica além dos atacantes, Tavor (jogou na Tuna), Alfredo, Eloy, Vila e Itabereci. O goleiro titular era Mamaca, aspirante do Paissandu e seus zagueiros centrais, Zé Maria e Rafael (ex-Tuna) formavam uma defesa das mais seguras. Nas laterais, Nato (que o comentarista Grimoaldo Soares chamava de “delicado Nato”) e Batista.O goleiro Apinagés era outro destacado integrante de seu numeroso e qualificado elenco.
Com o golpe de 1964 e a saída de Lopo de Castro da PMB, o Júlio César foi se tornando mero participante do campeonato paraense até 1967.Dá um tempo e ressurge em 1970, mas só para sacramentar sua despedida do futebol paraense. O que aconteceria em 1974.
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