Liberato de Castro
O “Fantasma do Guamá”
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Em pé: Mati, Osvaldo, Lalor, Milton, Guimarães e Waldir. Agachados: Adamil, Vela Branca, Santana, Palito e Santiago. |
Na primeira metade dos anos de 1960 um time que já teria existido em épocas passadas do futebol amador, ressurgia agora para disputar o Campeonato Profissional.
O Clube Atlético Liberato de Castro tinha esse nome em homenagem ao pai do prefeito de Belém, aquela época (1960), Lopo de Castro.
O novo time da Primeira Divisão recrutou alguns “refugos” (jogadores em final de carreira) de Remo, Paissandu e Tuna. Entre eles, Hermínio, por vários anos atacante do Leão: Acapu, médio apoiador e ponta-direita da Tuna e Lalor promessa dos aspirantes do Paissandu, mas que por diversas vezes jogou na equipe titular do Papão. No novo Liberato despontava também uma linha intermediária que era o ponto alto do time: Milton (depois contratado pelo Remo), Guimarães (era repórter da extinta Folha do Norte) e Waldir que ao final do campeonato foi para a Tuna. No ataque, além de Acapu e Hermínio, destacavam-se Vela Branca (o apelido vinha de sua palidez acentuada ) um artilheiro esperto que tal como Palito (depois transferido para a Tuna) sabiam fazer gols.
A “cábula” do Liberato era com o Remo. Em quase todos os campeonatos que disputou, fazia o Leão penar para vencer, o que raramente acontecia. O time do Guamá agigantava-se em campo. Embora não fosse tão diferente com a Tuna e o Paissandu.
da década de 1970 o “Fantasma “ formou um de seus melhores times que tinha craques já veteranos como o zagueiro Jorge Corrêa (ex-Paissandu e considerado o melhor marcador do negão Alcino), Maniva (lateral-esquerda que foi da Tuna e era um marcador impiedoso ), Da Silva (cracaço, meia-armador revelado pelo Combatentes e que brilhou na Tuna durante vários anos, tecnicamente, só ofuscado por Quarenta em sua posição), além de Freitas, o serelepe atacante que vindo da base do Papão jogou ainda no Remo, Tuna, Combatentes, mas teve seus momentos de glórias no Fluminense de Feira de Santana da Bahia.
O primeiro patrono do Liberato foi Gilberto Lima, gerente local da VASP, a empresa de aviação de São Paulo, pertencente ao governo do Estado. Indicação de Lopo de Castro que tinha no governador paulista Adhemar de Barros, do Partido Social Progressistas (PSP) seu grande padrinho politico. Lopo era do mesmo partido de Adhemar.
Em 1968 o time guamaense faz sua primeira pausa no campeonato. Só retornaria em 1973 já sob o comando do advogado Lucas Almeida, seu presidente, que arregimentou outro punhado de bons veteranos e seguiu com altos e baixos até 1980 quando parou em definitivo.
O Liberato e Castro talvez se ressentisse de um estádio, por menor que fosse, para fincar raízes com o populoso bairro do Guamá. Como aconteceu com o Sacramenta ou até mesmo o Pinheirense, em Icoaraci, que chegou a receber em seu modesto estádio “Abelardo Conduru” (até hoje em atividade) as presenças de Remo e Paissandu. Embora deva ser ressaltada a menor densidade demográfica de Belém daquela época já bem distante.
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Jorge Correa e Freitas do timaço de 1975. |