quinta-feira, 11 de setembro de 2025

Cara ou coroa? Tramóias de um jogo no Piauí

A Taça Brasil era uma competição nacional disputada anualmente entre os times campeões em seus estados. 


Em meados dos anos 1960, o Paissandu enfrentou o Flamengo do Piauí que era um timaço naquele tempo. Contava com jogadores de fora do estado, como era o caso do bom goleiro Benício, que inclusive depois jogou no próprio Papão.


O primeiro jogo foi em Belém. E com certa dificuldade e “ajuda” do árbitro, o Paissandu venceu por 2 a 0. Um comentarista do rádio piauiense chegou a chamar um palavrão em sua emissora, que repercutiu em Belém. O polêmico (ainda vivo, além dos 90 anos) Carlos Said  viera a Belém. Para aquela época remota, seu destempero ao microfone foi  um “escândalo”.


No jogo da volta em Teresina, um clima de animosidade se formara contra o time paraense. Era como se o Flamengo tivesse sido “garfado” em nossa capital. No dia do jogo,  que seria realizado no então acanhado estádio “Lindolfo Monteiro”, os jogadores do PSC, antes do jogo foram acometidos de diarreia geral. Não puderam ir ao campo.


Descobriu-se que foram intoxicados no almoço. 


O cozinheiro do hotel onde estavam hospedados, colocara uma substancia tóxica na comida que provocou efeito nocivo   intestinal imediato aos jogadores.


Transferida a partida por 48 horas, o Papão foi derrotado pelo mesmo placar de Belém. Foi necessário o 3° jogo, ainda em Teresina e que terminou empatado em 0 a 0. O esdrúxulo regulamento do torneio, estipulava que caso não fosse  decidido o jogo na terceira partida, o que de fato aconteceu,  o inusitado cara/ coroa selaria o vencedor. Esse fato criou em torno de si uma lenda sobre seu desfecho. Para realçar  a propalada astúcia do presidente do Paissandu, o lembrado Giorgio Falângola, tido como autentica “raposa” no futebol,  dizia-se que  ele soubera que a moeda do árbitro, evidente que em conluio com ao cúpula da federação piauiense e do Flamengo, tinha a mesma face nos dois lados. Os dois presidentes dos clubes teriam a  estranha missão da escolha em campo.


Falângola, então, teria  apelado  para a “diplomacia”. Solicita marotamente  na hora a preferencia para se arriscar. O presidente do Flamengo, sem estar preparado para o “cheque-mate” e também   para demonstrar deferência ao dirigente visitante, não se opõe ao pedido. Claro, deu Papão na jogada mal sucedida. O juiz, também, na dele, deu o “cara” dito pelo matreiro cartola alvi-azul como vencedor. Sem tugir e nem mugir ,por parte de ninguém, o Paissandu foi pra fase seguinte da competição.


Os locutores Cláudio Guimarães pela Rádio Clube e Tavernard Neves (falecido) da Marajoara,   estavam lá para a transmissão desse jogo bizarro.


Cláudio Guimarães ( esq.) e Tavernard Neves, em Teresina (1966).

sexta-feira, 8 de agosto de 2025

Equipes esportivas inesquecíveis (7)


Controvérsias sobre a primeira equipe da Liberal


1- A rádio já não era mais Difusora desde 1966., Foi inaugurada em fins de 1960.


2- No tempo da Difusora ( primórdios) teve uma pequena equipe onde só dois nomes tinham expressão por já terem passado como narradores pela Clube: Edgar Delgado (primo de Edy Proença) e José Maria Simões, em que pese não demorar pelos vários prefixos por onde passou (incluindo Recife e Rio de Janeiro). O restante era quase todo anônimo, com exceção do rádio-escuta Carlos Duílio, nome de peso do Plantão da Clube. Se tanto, a equipe durou seis meses. Seu equipamento de campo era de péssima qualidade. O que também concorria para a equipe não ter obtido sucesso. Simões que já é falecido, alega no livro que escreveu –“42anos- Uma vida no Esporte” a existência do “fogo amigo” dentro da própria emissora para inviabilizar a equipe. Talvez sim e não. O saudoso Joaquim Antunes era o diretor da Divisão de Esportes e Notícias da rádio. Negou pra mim, com veemência, a insinuação. Embora fizesse restrição à equipe, por não ter gente de peso. A montagem da grande equipe em 1970, também suscita alguma divergência. José Carlos Raimundo, já perecido, em entrevista para o meu livro “Rádio Repórter” ( 2010) disse que os mais famosos contratados, foram ainda do tempo em que a emissora pertencia ao seu sogro, o ex=governador e prefeito de Belém, o lembrado general Moura Carvalho. Até antes de ser vendida para o saudoso Rômulo Maiorana (1970 ou 71) JCR dirigiu a antiga ZYE-25 como seu diretor-geral desde a sua fundação.


3- Pediu-me, contudo, que tirasse a dúvida com uma pessoa, que eu prefiro manter o anonimato, como respeito póstumo e hoje eu posso até exagerar em dizer que eu preferisse


4- “uma boa morte” - quando fui procura-lo. Um bipolar agudo no temperamento, ressentido com sua dispensa da emissora, inclinou as pretendidas informações, mesmo já me conhecendo de outros tempos, a uma recompensa financeira. Parei por ai. Mas resolvi também ignora-lo no conteúdo do meu livro. Nenhuma foto dele e seu nome, se muito, sendo citado só uma vez no texto, ainda que abreviado por suas iniciais de três letras. E, já foi de bom tamanho... Trabalhou na rádio desde o início da Difusora. E ainda permaneceu por muito tempo quando foi comprada (já sendo Liberal) pelo Maiorana.


5- O filho do lembrado Grimoaldo Soares, o Paulo, mesmo sendo bem mais novo do que eu, sempre foi meu amigo, já que o Grimoaldo por muitos anos morou na mesma rua da minha família, a Soares Carneiro, próximo à Praça Brasil. Paulo Soares garantiu que foi Romulo Maiorana quem convidou seu pai para integrar a novel equipe, como comentarista. Foi um dos três nomes de peso –Cláudio Guimarães e Jayme Bastos, os outros dois- nos quais se alicerçou a promissora Equipe Legal, o slogan do novo time do rádio esportivo paraense. Além dele, um dos netos de Moura Carvalho, Pedro Valinoto, também afirma que a antiga Difusora foi de fato vendida para o RM no ano de 1970.


6- É inegável reconhecer em Cláudio Guimarães, naquela época remota, como a contratação mais impactante da nova equipe. Mesmo não sendo o titular exclusivo da narração na Clube, dividia com Jair Gouveia, o sucesso do relato dos jogos pela tradicional PRC-5. Claro que havia ainda a presença de Edgar Augusto (filho de Edyr), Tavernard Neves, Guilherme Jarbas e depois da grande revelação vindo inicialmente para a Marajoara, o macapaense Guilherme Pinho. Mocinho ainda, mas já seguro na narração com boa voz e pronúncia límpida. Ingressou também na Liberal, quando já estava em vertiginosa ascensão na Clube. A transferência de CG para a Liberal, segundo revela o próprio Cláudio, teve a recompensa de um carro novo, que RM ofertou-lhe como luvas pela contratação.


7- Jayme Bastos estava há quase cinco anos afastado do microfone, desde que deixou a extinta Guajará no final de 1965. Mas ainda era um nome muito lembrado dos ouvintes do futebol pelo estilo irreverente de narrar, arrimado na bela voz gutural e dicção cristalina, além dos bordões criativos e sobretudo populares ecoados pelo povão. Ele era também um cara preparado no improviso quando se fazia necessário comentar sobre um fato inesperado ocorrido no decorrer do jogo. Sem tanta demora e lançando o craniado jargão “neca, neca” pra traduzir o placar em branco para um dos times ou empate em zero a zero, voltaria logo a sua melhor forma no relato do futebol. Explodia a galera ao dizer no ar, o bordão que o consagraria na carreira nem tão linear no tempo que passou pelas quatro antigas AMs de Belém: Marajoara, Guajará, Liberal (sua fase áurea por cerca de 10 anos) e Clube ( em rápida passagem)


8. Além da sua extinta Maguary, de tão breve existência sob sua direção. Quem sabe, a grande frustração em sua marcante trajetória no rádio. Não conseguiu superar os entraves quase que previstos para ter uma emissora AM por mais de cinco anos (1990/95) e sem grana suficiente para investir, além das divergências com os dois outros irmãos que eram seus sócios, vendeu a rádio para uma igreja evangélica ( hoje é a Novo Tempo).


9- A equipe da Liberal quando iniciou em 1970, além de Jayme, Cláudio e Grimoaldo, contava com Guilherme Pinho, Luiz Solheiro (em disposição no mercado, depois de trabalhar algum tempo em Macapá, mas fora do rádio, embora já tendo passagens como comentarista pela Marajoara, Clube e Guajará); Carlos Cidon (ex- narrador na Guajará)e os plantonistas: os irmãos Antonio e Sergio Bellar, além de Joércio Barbalho e Hamilton Pinheiro (informante).


10- Pouco tempo depois, entraram: Guarany Jr. vindo do rádio santareno para a Marajoara, o desconhecido goiano Paulo Ferrer, além de Flávio Moreira, ex-plantonista da Clube e Aldo César que substituiu Hamilton Pinheiro. Causou espécie a contratação mais badalada da nova equipe, Cláudio Guimarães, sem tanta demora deixar a emissora. Na versão contada por ele, recentemente, sua saída foi espontânea. A saudade da Rádio Clube, com pouquíssimo tempo lhe fez procurar Edyr Proença que lhe acolheu de volta ao prefixo pioneiro da PRC-5 Um dia em conversa com Jayme Bastos sobre o assunto, com a ironia que era a marca registrada de sua personalidade, ele recorreu à zoação : “A Liberal não era ouvida em Bragança”. Cláudio é filho do município. Voltou à Clube, onde até hoje atua e que até parece ser a emissora do seu coração. Embora ainda tendo retornado à Liberal em 1988 onde ficou por breve tempo (menos de cinco anos) e não poupou críticas à direção da emissora por não saber gerir em termos modernos o departamento comercial que alegara redução de custos para sua dispensa e de outros companheiros em 1992. Nesse tempo, a Liberal contava com Ivo Amaral, Jorge Luiz e o próprio Cláudio como seus principais narradores.




segunda-feira, 23 de junho de 2025

Gilson Faria começou e morreu cedo

Da turma do rádio esportivo no  passado (anos 1970 em diante), eu não tinha intimidade com Gilson Faria que faleceu ontem (19/6). Só nos conhecíamos.

Ele começou por volta de 1978 no Plantão da Clube onde chegou a ser o informante por breve tempo. , Possuía boa voz e dicção clara.  Sem tanta demora, porém,   foi para Teresina atuar na Rádio Clube piauiense e com pouco tempo, já começou  a narrar o futebol. Demorou por lá  alguns anos e retornou a Belém agora  na Rádio Marajoara (1986) narrando o futebol , na mesma época,  em que Mário Sales também passa a narrar pela ex-emissora "Associada".  Comandava  ainda o programa  de variedades  "Show da Cidade" no início da manhã até às 9 horas. Naquele tempo (1988) a Marajoara e a Liberal disputavam renhidamente a audiência esportiva. A Clube estava em fase de "quarentena" com uma equipe fraca, sem nomes de maior expressão.

Gilson e Mário foram contratados pela Liberal que já  levara  também os repórteres Agripino Furtado, Ailton Silva e Paulo Bahia. Todos da Marajoara. Na Liberal, Gilson passou a ser apresentador e também narrador  da TV Liberal. Diariamente,  em  um espaço  inserido na primeira edição do Jornal Liberal, no começo da manhã. O mesmo que apresenta atualmente Carlos Ferreira, que foi o sucessor de Gilson, após longo tempo à frente desse quadro. Retornava para  se apresentar na segunda edição do JL na hora do almoço.

Atuava também no jornalismo do canal 7, por ocasião do Círio de Nazaré, como repórter ou até mesmo ancorando a mega procissão anual

De saída do grupo Liberal, após uma longa  trajetória de 20 anos,  ele aporta na TV Cultura,  do governo estadual,  onde inesperadamente passa a  comandar um programa ao feitio das mesas redondas esportivas,  lançado pelo canal 2 aos domingos à noite. Entrava antes do tradicional Bola na Torre (RBA) e chegou a registrar   audiência significativa. Certa tarde de um domingo  ele telefona para minha residência e convidou-me a participar do programa. Eu reluto em aceitar o convite por já me considerar com "prazo de validade" vencido. Ele termina por me persuadir e eu fui umas três  vezes em semanas alternadas  participar como um dos debatedores. Sem nenhuma  explicação plausível, o programa saiu do ar. Se tanto, durou dois anos. Na Funtelpa, por ser um órgão do governo, as emissoras (Rádio e TV) dependem do humor do diretor   executivo indicado ao  cargo máximo,  ,  para o futebol ter vez em sua  grade de programação. Os mais elitistas não dão tratos à bola.

Em uma das manhãs das minhas caminhadas na praça Batista Campos, encontrei com ele que nesse tempo me disse estar implantando uma afiliada da Record em Redenção, salvo engano. E não nos falamos mais. Arrisco dizer que foi no ano de 2010.Morreu de câncer  sem chegar aos 70 anos. Tinha 66. Cedo, para os padrões etários de hoje em dia. Deus o guarde.

Desta foto postada, além de Gilson, são falecidos; Paulo Ferrer, Jorge Dias, Jurandir Bonifácio, Antenor Araújo  e Ronaldo Porto.







terça-feira, 29 de abril de 2025

Equipes Esportivas inesquecíveis ( 5 )

Cultura teve uma boa equipe

Com o vácuo inesperado  provocado  pela desativação do Departamento de  Esportes da Clube em 1984, a Rádio Cultura que naquele tempo era sintonizada  apenas em Onda Tropical, mas que conseguia ter grande penetração por toda a região amazônica, resolveu montar uma equipe capaz de concorrer com a Marajoara, e a Liberal. A emissora do Governo do Estado, sem tanta nitidez, conseguia também  ser ouvida em Belém.

A Cultura, desde quando foi fundada em 1977 teve uma equipe esportiva reduzida, transmitia sem maior entusiasmo o futebol, mas chegava a concorrer com a Clube  por quase  todo o interior do estado. O som do seu transmissor de onda tropical  penetrava com nitidez em   qualquer  hora do dia, com som límpido por uma  extensa área da Amazônia.

Comandada pelo saudoso Tavernard Neves desde a sua fundação, quando tinha seus estúdios no vizinho município de Marituba, em 1984, porém, já havia se transferido para as instalações  da Imprensa Oficial, onde seria a sede da FUNTELPA - Fundação de Telecomunicações do Pará. Lá funcionaria além da emissora OT,a novel  FM e o futuro  canal 2, a TV Cultura do Pará.

Da equipe pioneira, além de Tavernard, permaneceram: Alexandre Santos. Orlando Barros e Álvaro Nascimento.  Alguns  nomes conhecidos,  com passagens  por outras emissoras foram contratados. Eram profissionais já tarimbados,  e que viriam a dar status ao novo time para ser um real concorrente das duas outras emissoras da capital. A Cultura à época dirigida pelo falecido Orlando Carneiro ( Funtelpa) e Gilvandro Furtado (Rádio) transmitia os jogos dentro e fora do Estado nas competições nacionais; Depois que a FM foi inaugurada, nas partidas mais importantes fundia a OT com o excelente   som da FM e era páreo duro enfrentando a Liberal e e Marajoara.

Por ser integrante da administração pública estadual, com a mudança de governo, novos dirigentes, nem sempre concordavam em manter uma equipe competitiva. Ou chegavam a desativar   seu setor esportivo. Por isso mesmo esta equipe qualificada, não teve duração tão longa. Uns cinco anos, se tanto.

Na foto aparecem, em pé, da esquerda para a direita: Alexandre Santos (repórter), Luiz Araujo (ponta de gol), Orlando  Barros (chefe do Plantão), Jota Serrão (narrador), Julio Linch (comentarista), Tavernard Neves (chefe da equipe ), e Redivaldo lima (repórter). Em baixo, na mesma ordem: Jaílton do Vale (informante do Plantão), Mário Sales (repórter) ,Álvaro Nascimento (coordenador,),Zaire  Filho (narrador) e Hélio Nascimento (repórter).

Já partiram: Luiz Araújo, Júlio Linch, Tavernard Neves, Álvaro e Hélio Nascimento( eram irmãos).




sábado, 29 de março de 2025

EQUIPES ESPORTIVAS INESQUECÍVEIS (4)

 A Clube Rediviva

Em 1984 a Rádio Clube foi vendida pela família Proença e a Arquidiocese de Belém, as maiores acionistas da tradicional PRC-5,  para um grupo de empresário, todos eles com vínculos ao falecido e influente político do regime militarista, Jarbas Passarinho.

Seria um veículo de comunicação para enfrentar o recém lançado e bem sucedido jornal Diário do Pará, pertencente à família Barbalho.

O setor de maior audiêncida da emissora sempre fora seu eficiente Departamento de Esportes, chefiado pelo consagrado e saudoso  Edyr Proença. 

Ao repassar a emissora aos seus novos donos, Edyr  resolveu afastar-se da rádio. Mas o setor esportivo continuou a funcionar normalmente com os demais integrantes. Só Edyr e o filho Edgar Augusto, que era um dos narradores,  sairam.

 Com pouco tempo, porém, sob o comando do novo grupo, um “aloprado” além de leigo na área radiofônica,  foi designado como  diretor para comandar a Clube e resolveu abruptamente extinguir o departamento esportivo. Com um simples aviso, afixado no quadro de notícias internas da rádio, ele  informava que a partir daquele dia, o esporte na PRC-5 deixaria de funcionar. Aos poucos que lhe foram pedir explicações, alegara que fora decisão dos novos donos,  em virtude do departamento ser deficitário.

Um autêntico terremoto se  expandiu pela cidade com uma decisão tão esdrúxula. Até as concorrentes lamentavam o fato,  em razão da tradição esportiva da PRC-5.

Por cerca de um ano e meio a Clube ficou ausente das atividades esportivas. Sua nova equipe só  reaparece em 1986  quando o grupo do Diário do Pará adquire a emissora. Alguns remanescentes da antiga equipe foram aproveitados, tais como. : Cláudio Guimarães, Guilherme Guerreiro, Beraldo Frances , José Lessa e Jones Tavares. Foram contratados: Carlos Castilho, Agripino Furtado, Theodorico Rodrigues e Toninho Costa, que eram da Marajoara,  além de Adonay do Socorro ( ex-Liberal ), Nonato Santos, Carlos Estácio e Osmar Simões,  que já haviam passado por lá em outro tempo.

Edyr Proença aceitara o convite para voltar a  ser o comandante do novo time.

Já partiram no trem da viagem final : Edyr Proença, Theodorico Rodrigues, Toninho Costa, Nonato Santos, Carlos Estácio e Osmar Simões.

Na foto, aparecem  da esquerda pAra a direita:

 Agripino, Beraldo, Nonato, Cláudio, Jones, Edyr, Guerreiro, Estácio, Castilho,Theodorico, Simões, Lessa, Toninho e Adonay.




domingo, 23 de março de 2025

Júlio Sales, um narrador que tinha seu time do coração.

Pode ter sido até por mero oportunismo. Mas éticamente plausível.Se de um lado havia uma dupla (narrador e comentarista) que todo mundo sabia ser torcedores do Ceará Sporting, por que o Fortaleza que era "pagão" no rádio esportivo seria proibido de ter um "padrinho "?

Foi a tática que Júlio Sales usou quando deixou a Rádio Clube e se transferiu para o rádio de Fortaleza. Vestiu ao microfone, a camisa  do Tricolor do Pici. E se assumia ao microfone, primeiramente pela Assunção, e depois por quase meio século na extinta Uirapuru. Ainda teria breve passagem pela Nordeste de Natal.

Bem lembrado pelo amigo e confrade Nildo Lima, Júlio poderia ser considerado como um autêntico "Embaixador do Pará” no rádio cearense. Em suas narrações, enxertava bordões lembrando coisas de nossa terra.

Morreu (ontem (11/3) aos 83 anos,  ainda sendo narrador da Assunção.. Começou na Marajoara, foi pra a Clube, depois para a Difusora de Macapá, retornou para a Clube e no remoto ano de 1962, resolveu aceitar um convite vantajoso da Assunção que disputava a audiência com a Dragão do Mar que tinha o icônico Paulino Rocha (comentarista) e Gomes Farias (narrador). como donos da audiência esportiva alencarina. A torcida do Fortaleza passou a dar preferencia por Júlio Sales que era pai do Mário Sales ( narrador da equipe da Assunção) e irmão do saudoso Helton Sales que atuou como comentarista na Clube e Marajoara..

Sempre que eu passava alguns dias em Fortaleza em vários anos, acostumei-me a trocar prosa com o Júlio, assim como o Edgar Delgado, outro paraense da gema e que foi narrador da Clube e Difusora do Pará.

Após escrever o texto inicial que enviei aos que integram meu grupo no face, tomei conhecimento que o Júlio teve passagens também pelas rádios Verdes Mares e Dragão do Mar, todas de Fortaleza. Além disso, o maior tempo de sua extensa  carreira foi na Assunção e não na Uirapuru, onde atuou por muitos anos. Faço esse adendo ao texto primitivo, por primar pela narrativa dos fatos concretos.

Na foto (em PB) Júlio (à direita) e Edggar Delgado, quando atuavam na Rádio Clube.

Réquiem por sua alma.






quarta-feira, 12 de março de 2025

Zé Ilídio, o garoto de Abaetetuba, agora é só saudade

Era um show ver jogar o Zé Ilídio (como era chamado na imprensa daquela época remota -anos 1960) na ponta direita e o  saudoso Neves na esquerda.

Dois autênticos "molequinhos" endiabrados a mostrar um futebol técnico  vistoso, "sapeca", com a camisa do Remo.

Neves era um  autentico "Garrincha" a driblar em variados estilos de fintas desconcertantes em cima de seus marcadores. Jogava nas duas extremas com a mesma desenvoltura. Zé Ilídio revelado pela Seleção de Abaetetuba no campeonato  Intermunicipal de 1961 com apenas 16 anos, chegou a ser convocado para a Seleção Paraense de 1962 , por Gentil Cardoso, que era o técnico do Paissandu e da nossa seleção. Claro que foi  só pra dar moral pro "moleque".

Na estreia do estupendo goleiro Castilho pelo Papão,  em jogo amistoso  noturno no Baenão, a grande estrela da noite foi Zé Ilídio fazendo gols com os chutes fortes com os dois pés e com a bola correndo pelo gramado. Castilho foi buscar a bola nas redes por três vezes. Remo: 3 a 0. O saudoso goleiraço  saiu de campo cabisbaixo pela humilhação. Claro que depois, ele  foi o arqueiro de muita  classe, desde seu longo tempo no  Fluminense. Foi campeão em 1965 e depois se tornaria (pela primeira vez) técnico, ganhando o título de 66 pelo Paissandu.

Em 1970, Zé Ilídio foi emprestado à Tuna. Mesmo não sendo titular, integrava o elenco que foi campeão pela Lusa  paraense  depois de 12 anos de jejum de campeonatos lá pelo estádio do Souza.Cedido por empréstimo ao Ferroviário cearense, em pouco tempo, era anunciado como o grande "reforço" que a própria Tuna contratara... Estava de volta até encerrar a carreira em 1972.

Zé ilídio era uma pessoa educada, bom papo, divertido, um copo e tanto. Residia próximo a casa de meu irmão Luiz. Os dois (ou nós três) eramos grandes amigos.

faleceu domingo ( 1/3), no hospital Ofir Loyola, aos 78 anos. Rèquiem por um grande homem, um craque de bola e excelente caráter.

Pelo Remo foi campeão em 1964 e fazia parte do timaço de 68, embora não sendo titular na equipe campeã.










sábado, 1 de março de 2025

Equipes esportivas inesquecíveis (3)

Quase 10 anos após ser formada (1970), a Equipe Legal da Rádio Liberal em 1978 já fora reformulada em quase sua totalidade. Eram remanescentes do time primitivo, apenas Jayme Bastos ( o narrador titular), Grimoaldo Soares (comentarista) e Carlos Cidon ( narrador). Mário Antonio (comentarista), Edson Matoso ( narrador e repórter) e Guarany Júnior (repórter)  (em cima) além de Raimundo Lima (repórter), Redivaldo Lima (repórter), Nonato Santos ( repórter), Waldir Oliveira ( escuta plantonista),  Berto Rodrigues e Reinaldo Vieira (revezavam-se como informantes do Plantão) ,  que completavam a equipe comandada por Jayme Bastos.

São falecidos: Jayme Bastos, Grimoaldo Soares, Carlos Cidon, Raimundo Lima e Nonato Santos.





segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

Equipes esportivas inesquecíveis (2)

 



A Guajará montou uma equipe tão arrojada em 1962 que foi escolhida pela crítica radiofônica de Belém, , como a Melhor daquele ano.


Apoiada sobretudo no retorno de Jayme Bastos, após sua saída da Marajoara em 1958 e desfrutando de uma excelência de som potente e nítido  com 10 kws que cobria uma  imensa área em toda a Amazônia, mesmo sendo transmitida apenas  em ondas médias ( as extintas AMs) a emissora da travessa Frutuoso Guimarães ganhou audiência esportiva, competindo à altura com a Clube e a Marajoara.


Além de Jayme Bastos, seu principal narrador, a nova equipe que surgia contava com os comentários de Luiz Solheiro que já passara tanto pela Marajoara e também pela Clube; o desconhecido José Teixeira que fora da Difusora do Amazonas,  sendo o segundo narrador, Arlindo Dourado,  e Arlindo Louchards, ambos com experiência dentro de campo, na condição de treinador (o primeiro) e preparador físico. Os dois participavam da narração do futebol na análise técnica (Dourado) e da arbitragem (Louchards).


Para as reportagens no gramado, Carlos Cavalcante, que pertenceu à Marajoara e Carlos Cidon que era locutor comercial da emissora. José Teixeira e Abias Almeida, cobriam as pontas de gol. No plantão, a voz  trovejante do amazonense Djalma Dutra, excelente integrante do elenco de locutores comerciais.


A Guajará, até a saída de Jayme Bastos (1966) ainda revelaria o comentarista Fernando Pinto e o informante do Plantão, Eduardo Tavares, que marcaria época durante quase uma década na mesma função, depois que se transferiu para a Clube passando a ser conhecido apenas  como Edu Tavares.


Outro nome de peso, porém,  com breve passagem pela equipe, foi José Maria Simões, à época,  ainda  narrador.


Após os maiores nomes – JB, Solheiro, Dourado, Fernando Pinto e Louchards - deixarem a equipe, permaneceram até a extinção do departamento esportivo em princípios de 1967, José Teixeira, Carlos Cidon, Abias Almeida, Meireles Faial (escuta do plantão)  e o novo comentarista Luiz Eimar, o ex-goleiro Asas,  que jogou no Paissandu e Remo.


O repórter de campo Emir Oliveira, foi revelado no crepúsculo da equipe.


Desse extenso ról de nomes, provavelmente , só Meireles Fayal ainda resta vivo. Ele atuou por longo tempo na Clube e na  Liberal, como integrante do Plantão. Encerrou a carreira quando a Liberal desativou sua equipe em 2019.

terça-feira, 7 de janeiro de 2025

Equipes esportivas inesquecíveis ( 1 )

Quando o rádio esportivo passa por transformações no que concerne à transmissão dos jogos de futebol, um novo modelo imposto sobretudo pela pandemia do corona vírus, aliado à influencia da internet,  conecta ao televisionamento em maior escala através da televisão, é oportuno relembrar as grandes equipes do nosso  rádio em tempos remotos.


Após a saída do saudoso narrador carioca Luiz Brandão, que veio da Tupi carioca para substituir Jayme Bastos, a Marajoara então integrante do poderoso grupo dos “Associados” – jornais, rádios e televisões – passou a ter sua  jovem equipe comandada por Ivo Amaral, seu principal narrador.


Era quase meados dos anos 1960 e o time da emissora da Avenida Nazaré, era esse da foto agora  postada. Em pé, da esquerda para a direita: Ivo Amaral, Jones Tavares (narrador e repórter de campo), Carlos Cavalcante (repórter de campo ) Carlos  Monteiro (redator de programas), Tavernard Neves (narrador e repórter de campo) e João Souza (redator).Embaixo , na mesma ordem: Orlando Barros (plantonista-chefe),  Osvaldo Rodrigues (repórter e ponta-de-gol), Carlos Castilho ( narrador eventual, repórter de campo e depois comentarista titular), Sérgio Delgado de Moraes, o popular  Sessenta, ex-jogador do Clube do Remo e o pioneiro ao microfone como comentarista, entre alguns  craques do passado (Juvenil, Dias Renato, Mesquita e Olenilson,  foram alguns deles) e Antonio Athayde, grata  revelação como repórter.


São falecidos: Cavalcante, Tavernard, Osvaldo, Sessenta a Athayde.









Cara ou coroa? Tramóias de um jogo no Piauí

A Taça Brasil era uma competição nacional disputada anualmente entre os times campeões em seus estados.  Em meados dos anos 1960, o Paissand...