domingo, 23 de março de 2025

Júlio Sales, um narrador que tinha seu time do coração.

Pode ter sido até por mero oportunismo. Mas éticamente plausível.Se de um lado havia uma dupla (narrador e comentarista) que todo mundo sabia ser torcedores do Ceará Sporting, por que o Fortaleza que era "pagão" no rádio esportivo seria proibido de ter um "padrinho "?

Foi a tática que Júlio Sales usou quando deixou a Rádio Clube e se transferiu para o rádio de Fortaleza. Vestiu ao microfone, a camisa  do Tricolor do Pici. E se assumia ao microfone, primeiramente pela Assunção, e depois por quase meio século na extinta Uirapuru. Ainda teria breve passagem pela Nordeste de Natal.

Bem lembrado pelo amigo e confrade Nildo Lima, Júlio poderia ser considerado como um autêntico "Embaixador do Pará” no rádio cearense. Em suas narrações, enxertava bordões lembrando coisas de nossa terra.

Morreu (ontem (11/3) aos 83 anos,  ainda sendo narrador da Assunção.. Começou na Marajoara, foi pra a Clube, depois para a Difusora de Macapá, retornou para a Clube e no remoto ano de 1962, resolveu aceitar um convite vantajoso da Assunção que disputava a audiência com a Dragão do Mar que tinha o icônico Paulino Rocha (comentarista) e Gomes Farias (narrador). como donos da audiência esportiva alencarina. A torcida do Fortaleza passou a dar preferencia por Júlio Sales que era pai do Mário Sales ( narrador da equipe da Assunção) e irmão do saudoso Helton Sales que atuou como comentarista na Clube e Marajoara..

Sempre que eu passava alguns dias em Fortaleza em vários anos, acostumei-me a trocar prosa com o Júlio, assim como o Edgar Delgado, outro paraense da gema e que foi narrador da Clube e Difusora do Pará.

Após escrever o texto inicial que enviei aos que integram meu grupo no face, tomei conhecimento que o Júlio teve passagens também pelas rádios Verdes Mares e Dragão do Mar, todas de Fortaleza. Além disso, o maior tempo de sua extensa  carreira foi na Assunção e não na Uirapuru, onde atuou por muitos anos. Faço esse adendo ao texto primitivo, por primar pela narrativa dos fatos concretos.

Na foto (em PB) Júlio (à direita) e Edggar Delgado, quando atuavam na Rádio Clube.

Réquiem por sua alma.






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