sexta-feira, 19 de agosto de 2022

Fábio Bentes do avesso

Uma enxurrada de denúncias – algumas muito graves – foram feitas ontem à noite pelo sócio azulino marco Antonio Pina, que já foi inclusive em época recente, vice-presidente do clube, contra o atual presidente Fábio Bentes.


Aliás, há pocuo tempo atrás, antes da série C entrar em suas rodadas derradeiras, Marco Antônio já havia se pronunciado em uma live pessoal advertindo para o risco inclusive do clube ser rebaixado para a Quarta Divisão onde já estivera em passado recente.


Ontem em um programa ao vivo na internet, Pina, ao ser entrevistado pelo dono da live, botou a boca no mundo e saiu a detonar a administração de Fábio Bentes no futebol remista, que ele classificou como caótica. Durante a gestão Bentes (iniciada em 2020), o Remo conseguiu a façanha de ascender, após longo período figurando entre as séries C e D (e até um período sem disputar competições nacionais), à Segunda Divisão, muito embora tenha sido novamente rebaixado apenas sete meses depois da promoção. E no sábado passado (13), interrompeu sua trajetória na “C” desclassificado ao quadrangular final da competição pelo Botafogo de Ribeirão Preto.


Pelos cálculos do sócio, com o rebaixamento do clube à terceira divisão, o Leão teve um prejuízo de 35 milhões de reais que poderiam ser auferidos com a permanência na Segundona, na amplitude projetada dos lucros que a competição proporcionaria.


Marco Antônio denunciou a incompetência do departamento de futebol remista que, segundo ele, faz contratações de jogadores (em sua grande maioria quase anônimos) com salários incompatíveis ao que realmente representam tecnicamente. E citou o meia Anderson Paraíba, que recebia 12 mil reais no Botafogo paraibano, e veio a ganhar no Remo 40 mil reais. Praticamente sem mostrar a que veio, pois nunca participou de uma partida inteira apresentando um futebol ao menos regular. 


Criticou o que diz ser um “colegiado” do futebol integrado por seis dirigentes que não teriam ingerência nas contratações. Entre esses integrantes, lembrou de João Galvão, um ex “faz tud” no Águia de Marabá e tido como um bom olheiro no futebol, mas que não mostrou essa expertise no Remo. Tudo é decidido unicamente pelo presidente remista, garante Marco Antônio.


Ainda segundo o ex-cartola, Fábio Bentes, quando assumiu o Remo em 2020, já encontrou o clube bastante saneado em suas dívidas. A maior delas, a trabalhista, foi resolvida através de um longo acordo realizado antes de Bentes, denominado Conciliar, e foi o motivo pelo qual o Leão teve quase todas as suas rendas de patrocínio bloqueadas pela Justiça do Trabalho. Contudo, há cerca de cinco anos, esses débitos trabalhistas foram reduzidos consideravelmente. Tanto que, desde o ano passado, as verbas dos patrocinadores já estavam liberadas, o que veio a desafogar financeiramente o futebol profissional. Além da polpuda ajuda do governo do Estado, que teria liberado cerca de cinco milhões de reais em três parcelas, tanto para o Remo quanto para o Paissandu, durante os anos da pandemia (2020 - 2022).


Marco Antônio acusou Fábio Bentes quando era apenas sócio do clube de liderar sorrateiramente uma campanha entre os torcedores do Remo a não frequentarem mais os estádios em jogos do clube. Tudo visando desgastar a administração que o antecedera, a de André Cavalcante.


Outros dois fatos enfatizados por ele foram a reabertura do Baenão, que ele diz ter sido quase toda bancada por torcedores através do projeto “Retorno do Rei ao Baenão”. E além disso, com algumas contribuições significativas de vários sócios mais generosos...


Quanto ao Centro de Treinamento comprado do Carajás Esporte Clube em Outeiro, Pina alega falta de transparência na transação. “Ninguém sabe quanto custou,, ou qual o valor pago como entrada, nem quantas parcelas ainda faltam pagar”. Ele acha um negócio “meio nebuloso”.


Ao procurar rechaçar a pecha de oportunista que alguns internautas procuraram insinuar através do chat, Marco Antônio recordou seu ingresso no Remo ainda nos anos 1990, como uma espécie de voluntário do Baenão, prestando pequenos serviços no estádio, fazendo compras de alimentos para a concentração... e assim foi se projetando até chegar ao cargo de vice-presidente de Zeca Pirão (2017), que teve administração turbulenta. E que Pina concorda que houve desacertos, mas não por corrupção da parte do presidente. Que, segundo ele, gastou cerca de um milhão de reais no Remo, sem ser ressarcido. Refuta também a destruição do “Evandro Almeida” por parte de Pirão. “Ele pretendia apenas modernizar o estádio. E nós deixamos o Baenão funcionando. Depois é que relegaram o estádio ao abandono, propositalmente para culpar o Pirão” – justifica. 


Outro detalhe ressaltado na entrevista de Marco Antônio é que Fábio Bentes foi levado ao Remo pelas mãos de Zeca Pirão, para dirigir o marketing do clube.


Marco Antônio preferiu não confirmar ser candidato à sucessão de Fábio Bentes em 2023, embora sem descartar tal possibilidade.



Marco Antônio Pina (Magnata).

Fábio Bentes, presidente do Remo.

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