sexta-feira, 19 de julho de 2019

O tempo passa... (as revelações dos anos 70)

O saudoso Edyr Proença quando narrava o futebol criou um bordão que se adaptava ao patrocinador (único) das transmissões do futebol na Rádio Clube. A famosa lâmina de barbear Gillete escolheu a antiga PRC-5 juntamente com outras emissoras nos pais para veicular seus anúncios em nível nacional. “O tempo passa e a barba cresce” - dizia o maior ícone do rádio esportivo paraense, antes de anunciar o tempo do jogo. 

Pegando esse gancho do sempre lembrado cronista, selecionei cinco nomes que começaram a carreira de narrador exatamente há quase cinquenta anos e que até hoje continuam em evidencia, seja no rádio ou na TV.
Guilherme Pinho
Cronologicamente, começo por lembrar do falecido Guilherme Pinho, o garotão que veio do rádio de Macapá (Difusora) em 1969 e deslanchou como se fosse um átimo na Marajoara, passando depois pela Clube e Liberal. E de maneira tão rápida, não ficaria em nenhuma das três AMs que transmitiam o futebol. Ele excedia em irreverencia e por isso se indispunha com os colegas por onde passava. Voz clara e dicção nítida, tinha bom improviso e estilo pessoal na narração. Foi para o rádio cearense, flutuou por várias emissoras e depois de formado em Direito passou para outro setor no rádio: a política. Pinho teve morte trágica em seu apartamento em Fortaleza em 1996.

Zaire Filho.
O objetivo de Zaire Filho logo que ingressou na Clube em 1970 era ser o informante do Plantão já que o titular por longos anos, o saudoso Eduardo Tavares, estava quase por terminar o curso de Medicina. A saída de Cláudio Guimarães para a novel equipe da Liberal, desarrumou um pouco o time da Clube. Embora tendo as presenças de Tavernard Neves, Guilherme Jarbas e do próprio filho de Edyr Proença, o Edgar Augusto, a emissora precisava de um ‘caixeiro-viajante”, alguém que tivesse disponibilidade para transmitir os jogos do Remo e do Paissandu fora de Belém. José Simões que retornara pela “enésima” vez à emissora, trocara a narração pelos comentários, revezando-se com Edyr. E foi dele a sugestão para aproveitar Zaire como narrador. Deu tudo certo, como se fora combinado por antecipação. Além da Clube, o locutor do bordão “alegria, alegria” na hora do gol, passaria pela Excelsior da Bahia (1977), rapidamente pela Marajoara e ainda Liberal, Guajará e Cultura onde narrou pela última vez no rádio. É cadeira cativa na televisão, primeiramente na extinta Marajoara, à época dos “associados”, depois na Liberal e desde 1994 apresenta o matinal Camisa 13 da RBA.
Jorge Dias.

No embalo do Remo na Primeira Divisão nacional de 1975, o falecido Jorge Dias pega força como narrador ao cunhar o slogan. “Gol da máquina” em alusão ao grande desempenho do time azulino naquele ano. Um pouco influenciado pelo estilo de Ivo Amaral, então chefe da equipe da Marajoara, Jorge Dias teve maior destaque, porém, quando a Clube foi esvaziada em sua equipe em 1988 e ele surge como o nome mais expressivo na narração. Tendo ainda a concorrência de Jota Serrão e Oti Santos. Formou uma dupla sincronizada com o também já falecido Nonato Santos que passou de repórter a comentarista. Jorge dias ainda passaria por outros prefixos: Liberal, Rauland-FM e Metropolitana-FM onde estava atuando quando veio a falecer em 2014.

Edson Matoso.
O substituto natural do sempre lembrado Jayme Bastos na Liberal era Carlos Cidon, também já morto. Mas Edson Matoso começou sua longa trajetória como repórter da Equipe Legal e depois passaria a narrar, revezando-se com Cidon nas viagens para transmitir os jogos em outras capitais. Matoso até hoje foi o narrador mais próximo do modo estiloso de Jayme Bastos ao narrar o futebol. Alternando narração e comentários, ele já passou pela Marajoara, Clube e Rauland-FM quando a emissora estreou uma equipe comandada por ele e com audiência surpreendente em 1998. Tem forte presença na TV já tendo atuado na Liberal, RBA, na extinta Guajará, SBT e atualmente está na Grão Pará.
Ronaldo Porto.
O programa dominical “Na marca do pênalti” da Marajoara, revelou uma dupla que logo faria sucesso: o falecido Luiz Araújo e Ronaldo Porto. Com a montagem de uma equipe forte através da Liberal em 1970, Ronaldo Porto sem tanta demora estaria integrando a Equipe Legal comandada por Jayme Bastos. Mas só veio a narrar o futebol através da Clube depois que deixou a Liberal. Um dos narradores de timbre de voz forte e dicção clara, o chamado “locutor 40 graus” já passou por outros prefixos de Belém (Guajará e Maguary) e também de São Luís: Difusora Timbira e Educadora. Eclético, apresenta programas de variedades no canal 13, já tendo passado também pela extinta Guajará.

2 comentários:

  1. Expedito, faltou o Edgar Augusto, o locutor "minucioso"

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  2. Edyr, amigo, o Edgar surgiu aí por meados dos anos 60. Claro, depois de Cláudio e Jair Gouveia. Ou não?

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