quarta-feira, 24 de julho de 2019

Juarez Soares e Castor





Naquele fatídico jogo do Remo contra o Corinthians pela Copa do Brasil do distante ano de 1996, quando o atacante Castor fez aquele “histórico” gol contra e empatou o jogo e deu a classificação ao time paulista, Juarez Soares, que morreu ontem, estava comentando a partida pelo SBT. O veterano e até hoje criativo Silvio Luiz era o narrador do jogo.

Nesse tempo, eu e o saudoso Tavernard Neves estávamos no Mangueirão gravando a partida para passar depois em VT no canal 4, a extinta TV Guajará. Tavernard narrava e eu comentava o jogo com o atual presidente da Aclep, Getúlio Oliva, nas reportagens no gramado.

Após o jogo, visivelmente frustrado, sugeri ao Tavernard que não perdêssemos a viagem e entrevistássemos tanto Juarez quanto Silvio Luiz. Para passarmos a matéria no programa Debatebola (original) que apresentávamos com a participação de Edson Matoso aos domingos à noite. O jogo foi realizado na quarta-feira.

Ao falarmos com Juarez, ele só pediu um tempo, pois iria comentar para a Rádio Globo de São Paulo que também se fazia presente ao Mangueirão. Resolvi acompanha-lo até a cabine da emissora e para meu espanto Juarez iniciou o seu comentário com uma frase que congelei na memória. “Um gol do Remo nos acréscimos da partida, emudeceu o Mangueirão”. Fiquei meio atônito com o preambulo da análise. Mas aí ele completou: “Um gol contra do atacante Castor, deu a classificação ao Corinthians”. E salvo engano, zoou:” O Castor é o meu senhor, e nada me faltará”. Entrevistamos os dois maiores nomes daquela famosa equipe do SBT que marcou época e deu a maior audiência até hoje à emissora de Silvio Santos na decisão da Segunda Divisão nacional em 1978: mais de 70%.

Quando a ACLEP chancelou o congresso da ABRACE em Belém em 2003 ele foi um dos nomes lembrados para vir palestrar durante o evento. Cheguei a contatar com ele que se mostrou interessado, e até adiantou sobreo o tema que pretendia discorrer em sua explanação: o nefasto monopólio da Rede Globo sobre as grandes competições nacionais do futebol, que ele entendia como a redução do mercado de trabalho, pois os campeonatos em sua maioria não eram transmitidos pela Rede dos Marinho. Mas por necessária redução de custos com o evento, terminou não vindo.

No tempo em que ficou no SBT, tinha na equipe além de Silvio Luiz, a companhia de nomes famosos como Osmar de Oliveira e Orlando Duarte, (já falecidos), Luiz Ceará, Luiz Alfredo e Antonio Petrin. Apresentavam uma resenha dominical após o programa Silvio Santos. 

sexta-feira, 19 de julho de 2019

O tempo passa... (as revelações dos anos 70)

O saudoso Edyr Proença quando narrava o futebol criou um bordão que se adaptava ao patrocinador (único) das transmissões do futebol na Rádio Clube. A famosa lâmina de barbear Gillete escolheu a antiga PRC-5 juntamente com outras emissoras nos pais para veicular seus anúncios em nível nacional. “O tempo passa e a barba cresce” - dizia o maior ícone do rádio esportivo paraense, antes de anunciar o tempo do jogo. 

Pegando esse gancho do sempre lembrado cronista, selecionei cinco nomes que começaram a carreira de narrador exatamente há quase cinquenta anos e que até hoje continuam em evidencia, seja no rádio ou na TV.
Guilherme Pinho
Cronologicamente, começo por lembrar do falecido Guilherme Pinho, o garotão que veio do rádio de Macapá (Difusora) em 1969 e deslanchou como se fosse um átimo na Marajoara, passando depois pela Clube e Liberal. E de maneira tão rápida, não ficaria em nenhuma das três AMs que transmitiam o futebol. Ele excedia em irreverencia e por isso se indispunha com os colegas por onde passava. Voz clara e dicção nítida, tinha bom improviso e estilo pessoal na narração. Foi para o rádio cearense, flutuou por várias emissoras e depois de formado em Direito passou para outro setor no rádio: a política. Pinho teve morte trágica em seu apartamento em Fortaleza em 1996.

Zaire Filho.
O objetivo de Zaire Filho logo que ingressou na Clube em 1970 era ser o informante do Plantão já que o titular por longos anos, o saudoso Eduardo Tavares, estava quase por terminar o curso de Medicina. A saída de Cláudio Guimarães para a novel equipe da Liberal, desarrumou um pouco o time da Clube. Embora tendo as presenças de Tavernard Neves, Guilherme Jarbas e do próprio filho de Edyr Proença, o Edgar Augusto, a emissora precisava de um ‘caixeiro-viajante”, alguém que tivesse disponibilidade para transmitir os jogos do Remo e do Paissandu fora de Belém. José Simões que retornara pela “enésima” vez à emissora, trocara a narração pelos comentários, revezando-se com Edyr. E foi dele a sugestão para aproveitar Zaire como narrador. Deu tudo certo, como se fora combinado por antecipação. Além da Clube, o locutor do bordão “alegria, alegria” na hora do gol, passaria pela Excelsior da Bahia (1977), rapidamente pela Marajoara e ainda Liberal, Guajará e Cultura onde narrou pela última vez no rádio. É cadeira cativa na televisão, primeiramente na extinta Marajoara, à época dos “associados”, depois na Liberal e desde 1994 apresenta o matinal Camisa 13 da RBA.
Jorge Dias.

No embalo do Remo na Primeira Divisão nacional de 1975, o falecido Jorge Dias pega força como narrador ao cunhar o slogan. “Gol da máquina” em alusão ao grande desempenho do time azulino naquele ano. Um pouco influenciado pelo estilo de Ivo Amaral, então chefe da equipe da Marajoara, Jorge Dias teve maior destaque, porém, quando a Clube foi esvaziada em sua equipe em 1988 e ele surge como o nome mais expressivo na narração. Tendo ainda a concorrência de Jota Serrão e Oti Santos. Formou uma dupla sincronizada com o também já falecido Nonato Santos que passou de repórter a comentarista. Jorge dias ainda passaria por outros prefixos: Liberal, Rauland-FM e Metropolitana-FM onde estava atuando quando veio a falecer em 2014.

Edson Matoso.
O substituto natural do sempre lembrado Jayme Bastos na Liberal era Carlos Cidon, também já morto. Mas Edson Matoso começou sua longa trajetória como repórter da Equipe Legal e depois passaria a narrar, revezando-se com Cidon nas viagens para transmitir os jogos em outras capitais. Matoso até hoje foi o narrador mais próximo do modo estiloso de Jayme Bastos ao narrar o futebol. Alternando narração e comentários, ele já passou pela Marajoara, Clube e Rauland-FM quando a emissora estreou uma equipe comandada por ele e com audiência surpreendente em 1998. Tem forte presença na TV já tendo atuado na Liberal, RBA, na extinta Guajará, SBT e atualmente está na Grão Pará.
Ronaldo Porto.
O programa dominical “Na marca do pênalti” da Marajoara, revelou uma dupla que logo faria sucesso: o falecido Luiz Araújo e Ronaldo Porto. Com a montagem de uma equipe forte através da Liberal em 1970, Ronaldo Porto sem tanta demora estaria integrando a Equipe Legal comandada por Jayme Bastos. Mas só veio a narrar o futebol através da Clube depois que deixou a Liberal. Um dos narradores de timbre de voz forte e dicção clara, o chamado “locutor 40 graus” já passou por outros prefixos de Belém (Guajará e Maguary) e também de São Luís: Difusora Timbira e Educadora. Eclético, apresenta programas de variedades no canal 13, já tendo passado também pela extinta Guajará.

Bola na Torre e a presença feminina

Pela segunda vez ao participar do programa Bola na Torre, a novata Karen Sena demonstra a segurança dos que sabem marcar presença em debates esportivos. 

Articulada, e embasada nos questionamentos sobre o futebol, a simpática debatedora não se preocupa, entretanto, com o vocabulário rebuscado que alguns participantes desse tipo de programa, costumam exibir, extrapolando à verbosidade. Karen agrada justamente pela espontaneidade com que argumenta, defende, contrapõe ou concorda com outros integrantes da bancada do programa esportivo dominical do canal 13. 

Ela já integrou o elenco de apresentadores da Rádio Unama-FM e hoje é participante do Clube na Rede da Rádio Clube. 

Poderia ter presença mais assídua no Bola na Torre. 

Karen Sena com Giuseppe Tommaso no Bola na Torre.

Timaço da Faculdade de Direito

Quando fui o vice-presidente da Atlética de Direito – setor que dirigia a parta esportiva da antiga faculdade do Largo da Trindade – na realidade, embora sendo o vice, quem dirigia quase tudo era eu. O presidente era mais figura decorativa. Além de não dispor de tanto tempo para se dedicar à função. 

Nosso time de futebol daquela época (anos 1970) era um dos mais fortes entre todas as demais faculdades universitárias. 

Tivemos sorte, pois nesse tempo entraram para o curso da UFPA: o lembrado Rubilota, excelente meia-atacante do Remo, Chaminha que também passara pelo Leão, assim como Jacó. Todos jogadores de ataque. 


Nesta foto, aparecem em pé, da esquerda para a direita: Plínio Pinheiro Neto (foi deputado estadual pela Arena), Bené Santana (saudoso amigo), Miléo (até pouco tempo dirigente de futebol do Remo), Nicolau Crispino (promotor do MP estadual), Edmilson Sampaio (cartorário), Wilson Miranda (meu colega de turma) e César Mártires (procurador do Ministério do Trabalho). Em baixo, na mesma ordem: Abnader, (não identificado), Rubilota, Chaminha e Jacó (também já falecido). 

Jogávamos em Belém e também no interior do estado. Tempos bons.

Livro do Quarenta

A longa e gloriosa  trajetória não só no futebol, mas em sua existência longeva de 90 anos benfazejos, estão compilados no livro que o conhe...