sábado, 23 de fevereiro de 2019

Quem foi o pioneiro no Pará?

Na crítica de arbitragem no rádio paraense quem teria sido o pioneiro? Alguns atribuem a Arlindo Louchards que era preparador físico, o início dessa função. Ele aparece em um anúncio da Rádio Marajoara, nos primórdios das transmissões esportivas da ex-emissora “Associada” em fins dos anos 50. Só que nesse tempo, Luiz Solheiro havia se transferido para a Rádio Clube, onde fazia dupla com Edyr Proença (ele nos comentários) e possivelmente Louchards poderia ter sido o seu substituto na equipe de Jayme Bastos (narrador). Quando a extinta Guajará estreou seu time na narração esportiva, Louchards, aparece como sendo o crítico de arbitragem e Solheiro e Arlindo Dourado dividiam os comentários.

Acontece que Manoel Nery Filho é tido como o verdadeiro precursor na função. Ele foi árbitro sem tanto destaque na década de 1960.Mas criou um bordão que o consagrou no rádio: “No fi –gu-ri-no” – dizia silabicamente e Isso para demonstrar que o no momento do gol, tudo fora legítimo, sem irregularidade no lance que originou-o.

Nery Filho não era tão eloquente em seus comentários. Mostrava-se discreto, com críticas moderadas, sem espalhafato e com vocabulário embora limitado, mas sem ofender a gramática. Fora do rádio era o maestro da Banda dos Fuzileiros Navais de Belém. Depois que deixou a Clube teve rápida passagem pela Liberal nos anos 1980.


Os rebarbados (1)


Rebeldes, incompreendidos, indisciplinados, bipolares, brigões. Alguns desses adjetivos serviriam para explicar o comportamento de jogadores que embora sendo bons de bola ou até mesmo craques, são problemáticos fora das quatro linhas. 

Nem sempre é o alcoolismo ou as drogas nos tempos atuais que contribuem para este desvio de conduta por parte deles. Por s vezes potencializa o mal comportamento, é evidente. Alguns deles são mimados de nascença ou carentes de afeto na infância, em geral paupérrima e atribulada nos lares das periferias Não necessariamente sendo originária desse fator social. 

Dos longos anos em que acompanho o futebol paraense, escolhi apenas seis deles, por considera-los craques ou próximo disso. E principalmente por representarem décadas diferentes. 

O primeiro deles, Carlos Alberto, que era mais conhecido pelo apelido, Urubu, considerado o segundo ídolo, do Paisandu (o primeiro sempre foi o Quarenta) na segunda metade da década de 1950 e até meados dos anos 1960. Urubu era valente, destemido, bravo em qualquer momento do jogo, chutava bem com a canhota e para ele, literalmente, seguindo o pensamento do saudoso e hilário dirigente corintiano, Vicente Matheus, “o jogo só termina quando acaba”. Ou vice-versa. 

Pelo amor acendrado demonstrado em campo e criando a mística em decisões de campeonato contra o Remo de que “matava” o jogo em cima da hora, quando a partida já ia terminar, Carlos Alberto ainda era mais consagrado por zoar a torcida remista. Se marcasse um gol seu rumo imediato em campo era dirigir-se à torcida adversária chacoalhando e às vezes até provocando-a com gestos obscenos. Por isso mesmo era “odiado” pelos azulinos. Ele não estava nem ai. Vivia em constante lua de mel com a galera bicolor. Mas só até quando o treinador uruguaio Juan Alvarez foi contratado para ser o novo técnico do Paissandu. Era o ano de 1965. 

O técnico uruguaio fazia da disciplina rígida, seu maior triunfo ao comando de uma equipe. Chegou já sabendo da fama de indisciplinado do Urubu. E por isso mesmo focou logo nele para mostrar o seu cartão de visita. Ambos de antipatizaram mutuamente, embora Urubu hoje com mais de 80 anos e deficiente visual causado por diabetes, ache que Juan o escolheu para “bode expiatório” com a intenção de amedrontar todo o elenco bicolor. No embate entre ambos a diretoria do Papão resolveu prestigiar seu novo técnico. Carlos Alberto já se aproximava também do final de carreira com quase 10 anos jogando na Curuzú. 

E praticamente foi mesmo o canto do cisne de um dos jogadores mais raçudos do futebol paraense de todos os tempos. E um dos ícones do time alvi azul idolatrado até hoje.

O Urubu, hoje aos 80 anos mesmo deficiente visual não esquece seu Papão.

Equipe da Marajoara – 1988


Uma das grandes equipes da Marajoara da segunda metade da década de 1980. Tinha o duplo comando de Ronaldo Porto e Carlos Castilho.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

Chembra e Xuxa


Há quase vinte anos de falecido (ele morreu em 2000) o saudoso jornalista Euclides Bandeira que só era conhecido como “Chembra” nos meios de comunicação, foi um dos mais festejados jornalistas de seu tempo (1968/2000). Durante  sua longa carreira no jornalismo impresso, atuou no extinto jornal “associado) A Província do Pará. Começou como repórter policial e deixou o jornal em 1995 na função maior na redação: editor-chefe.

Por ocasião da Copa do Mundo de 1982 realizada na Espanha, a revista Ele/Ela que era editada pelo poderoso grupo Bloch, dono de diversos títulos de revistas, além da recém fundada TV Manchete, promoveu um concurso nacional de contos tendo como tema o Mundial,
Chembra concorreu e ganhou em 1ºlugar com o conto “A Copa escapou de boa”. E foi pra Espanha  em companhia da Xuxa que começava a se destacar na época como apresentadora infantil da TV Manchete.

Em homenagem póstuma ao sempre lembrado colega de pré-adolescência na Praça Brasil, no colégio Paes de Carvalho, na antiga  Faculdade de Direito e inclusive em A Província, para onde o levei quando eu atuava na Revisão, reproduzo em meu Blog o trabalho premiado.     
















Livro do Quarenta

A longa e gloriosa  trajetória não só no futebol, mas em sua existência longeva de 90 anos benfazejos, estão compilados no livro que o conhe...