quarta-feira, 25 de novembro de 2020

Maradona vs Pelé

De primeira devo dizer que considerava Di Stéfano o melhor jogador argentino de todos os tempos. Falo com alguma experiência de vida... Pouquíssimo abaixo de Pelé. 

Mas o assunto é a morte de Maradona. Quase inesperada pelo muito que já passara anterior à recente cirurgia no cérebro. As sequelas pelo uso de drogas por algum tempo foram agudas. E,  pode-se mesmo dizer, a causa de sua morte prematura, mesmo tendo chegado aos 60 anos. Para os padrões etários de hoje,  contudo, era possível considera-lo como um jovem senhor. 

Em um comentário na revista Placar de alguns anos atrás, um dos colunistas da revista esportiva analisou a dúvida sobre quem teria sido melhor: Pelé ou Maradona. colocou como termômetro dessa discussão, o ciclo de cada um dos dois craques. Quanto ao futebol praticado, logicamente. E sem tantos rodeios ou atalhos para citar Maradona, justificou a época em que Pelé jogou, quando a visibilidade não era comparável ao tempo do craque argentino. A televisão no Brasil, em termos de futebol das grandes equipes restringia-se ao Rio e São Paulo. Em Belém, por exemplo, só se via os grandes craques nos  jornais de curta duração que antecediam a exibição dos filmes nos melhores cinemas da época. Afora isso, só nos esporádicos amistosos quando os times famosos vinham em temporadas por aqui, jogar contra os três maiores clubes paraenses: Remo, Paissandu e Tuna. Ou em partidas das extintas seleções estaduais, realizadas bienalmente.

Se Pelé tivesse tido a mesma exposição no auge de sua carreira 1958/ 1970, o favoritismo quase absoluto seria seu. Não à toa foi merecedor dos maiores galardões mundiais do futebol. Inclusive intitulado Rei, que os franceses lhe tributaram em manchete do jornal Le Figaro.

O legado de Maradona é inegável. Com maior empatia, talvez, por seu engajamento político. E o uso de drogas, uma tisna em sua carreira brilhante.

Pelé, bem mais velho, paga no outono da vida,  a cobrança implacável por sua alienação aos destinos do país, principalmente no tempo da ditadura militar. Além de fatos familiares que só deveriam ser um pertencimento pessoal. É o preço por vezes imensurável que a fama exige dos que alcançam o panteão da glória.


"Com certeza um dia vamos bater uma bola juntos lá no céu", disse Pelé, em homenagem à Maradona.

terça-feira, 10 de novembro de 2020

Pelé profético

A capa -desta revista é de 1994. Pelé tinha, à época, 54 anos. Mas já tinha noção do que sofreria ainda mais no futuro. Como agora ao chegar aos 80 anos. Os brasileiros com seu complexo de vira-lata, como dizia Nelson Rodrigues, encontraram no Rei,  já idoso, o repositório de suas idiossincrasias  contra o caráter do Atleta do Século. E haja pedras em cima de quem só fez projetar o nome do Brasil pelo mundo. O ser humano Pelé, é uma pessoa como qualquer outra em acertos e erros. Nada pode encobrir seus vacilos fora de campo, é verdade, mas também nada deve deve servir como desculpa para empanar sua gloriosa carreira como jogador de futebol. A de Melhor Jogador do Mundo. Reconhecido internacionalmente. Sem contestações.

A mania do brasileiro em só valorizar o que o que não é genuinamente seu, nada mais significa do que o complexo de inferioridade que parece ser um traço da personalidade nacional.

Pelé vai morrer glorioso. Com seus defeitos, é óbvio. Mas com o reconhecimento universal de que foi o maior futebolista de todos os tempos. E, como ele mesmo disse, sem que ainda vá existir outro Pelé.     




Os preferidos da mídia esportiva

  Resultado lógico na escolha dos três  narradores paraenses preferidos  de todos os tempos. Seleção feita por 26 de seus próprios colegas d...