quarta-feira, 24 de janeiro de 2024

Turma da Pça. Brasil

Foi a maior turma de bairros dos anos 60. Reuníamos mais de 50 integrantes que residiam nas redondezas da tradicional Praça Brasil.
Em alguns anos chegamos a confraternizarmos nas festas de Natal e Ano Novo. Em uma delas, no ano de 2001, aparecem: Em pé: Camilo, Luiz (“Pé de Castro”) e Alfredinho (abraçados). Mas abaixo, sentados: Paulo César, eu, Carlos Sá, Paulo Soares (filho do saudoso comentarista Grimoaldo) e Paulo Fraga. À frente: João Sakamoto (quem souber se ainda está vivo comunique-me... ), Jayme Começanha ( com a indefectível camisa do seu Papão) e à direita, João Lima e Miguel (comendo). É uma ínfima parte da grande galera da Praça do Índio.
Em outra foto: À frente: Paulo César, Adauto e Carlos Sá. Atrás: eu (perto da pilastra) e Walter Santana;e mais adiante Alfredinho (boné), perto dele: (sentados) Paulo Fraga e Camilo.







Ontem (23), Sakamoto partiu. É mais um dos velhos amigos da Praça Brasil que se foi. O "japonês", como nós carinhosamente o chamávamos lá na Praça, teve uma longa passagem pelo jornalismo paraense. Primeiramente na colagem (paginação) nos primórdios do offset do Liberal, em 1972 até 1990. Fui eu quem o indicou para o saudoso Nestor, que integrava aquele setor especializado do novo sistema gráfico do jornal. Sakamoto deixa uma imensa lacuna de saudade por parte de quantos foram seus companheiros no jornalismo paraense. A matéria acima foi inicialmente publicada em 15/01/2014.

domingo, 7 de janeiro de 2024

Zagallo tinha sorte. E daí?

Minha saudosa mãe costumava dizer: “Quem tem sorte, vive com ela. Quem não tem, morre sem ela”.

O Zagallo, falecido nesta sexta-feira (5), tinha sorte, mas também era talentoso. Por isso, os muitos  títulos que ganhou como jogador e treinador, incluso o memorável TRI pela melhor seleção brasileira de todos os tempos: a de 1970.

Eu ainda era um quase menino (faz tempo...), e vi o velho Lobo, já em fim de carreira, jogar pelo Botafogo. Em um jogo no antigo estádio do Souza, da Tuna. O ataque alvinegro era arrasador: Garrincha, Didi, Paulinho, Quarentinha e Zagallo. Nessa tarde de um domingo, Garrincha driblou toda a defesa do Remo, inclusive o goleiro Piedade. Mas parece que não fez o gol. Coisas do futebol. Esse mesmo time ganhara a decisão do campeonato carioca, goleando o Fluminense por 6 a 2.

Um detalhe desse tempo: Zagallo passou a ser chamado de “Formiguinha”, por ser um ponta-esquerda que jogava recuado. Tal como fazia Telê, no Fluminense. Mas quando arrancavam para o contra-ataque, já era meio gol para qualquer um dos demais atacantes.

Zagallo foi injustamente estigmatizado por parte da crônica esportiva nacional. As “viúvas” de João Saldanha na Copa de 70. Foi o seu técnico substituto no escrete canarinho. Em que pese a inegável inteligência e preparo intelectual, por ser um esquerdista fanático, Saldanha, era endeusado pela imprensa com o mesmo viés ideológico. Mas alguém teria que assumir o lugar de Saldanha, naquela época da ditadura militar. Por isso, Zagallo passou a ser tido como um “direitista”. No bolorento maniqueísmo ideológico que já se arrasta por tempos idos. E vindos.

Nada, porém, como a opinião de Tostão, um dos integrantes da genial seleção de 1970, ao dizer que Zagallo não foi mero “ genérico” de Saldanha. Introduziu modificações táticas significativas ao time que deslumbrou o mundo na Copa daquele ano remoto.

Por que citei Tostão? Por ser arrolado entre os jogadores de “cuca legal” do passado. Ou na linguagem ideológica de nossos dias, um cara que pensa sempre “politicamente correto”. Mas ele, todavia, não é um radical nas ideias.

Pela imensa maioria, principalmente dos torcedores brasileiros, Zagallo, foi reconhecido como um excelente treinador. Tinha defeitos? Inerente a qualquer ser humano. Suas virtudes, porém, no futebol foram inegáveis. Dizia-se que tinha muita sorte. E dai? Mais um fator favorável a ele. No fundo, por se declarar ou dar demonstração de ser um supersticioso, juntou a fome com a ânsia de comer. Ele era cara autentico. Como João Saldanha sempre foi. Talvez os dois com convicções opostas. Normal na vida dos que são racionais em suas análises comportamentais.  


Zagallo também foi vítima do maniqueísmo ideológico


sexta-feira, 6 de janeiro de 2023

1.280 socos no ar !!!

Eu tive a felicidade singular, no futebol, em ver Pelé jogar. Ao vivo ! Eu era um dos presentes no então estádio Evandro Almeida, o histórico Baenão,  naquela noite memorável de 29 de abril do distante ano de 1965.

 

Congelei o feito em minha memória de muitas décadas de 01 de junho. O elástico placar de 9 a 4 em favor do Santos sobre o Remo, foi o que menos importou para um remista ferrenho como sou. Valeria como a única vez em que veria o Rei do futebol jogar durante minha longa trajetória de vida. E quase o mesmo tempo de torcedor fanático pelo futebol. Considerado por todas as razões como o “esporte das multidões”. Quando menino, joguei minha “bola de meia” no meio da rua e já adolescente, raras vezes em campos de verdade.

 

Pelé foi Maradona e Messi juntos. Para mim, só o argentino (depois naturalizado espanhol) Di Stefano quase empata  com ele. Cracaço estiloso e raçudo. Um meia armador avançado. Esperto e diligente, que  também era  goleador. Estigmatizado por suposto boicote a Didi no Real Madri, quando o brasileiro transferiu-se  do Botafogo para o famoso clube espanhol em princípios dos anos 1960. Di Stefano defendia-se sempre, quase assumindo sua influencia pelo fracasso do craque brasileiro: “Um excelente jogador, mas muito lento para o modo de jogar do nosso time”, procurava justificar-se. As opiniões dividiam-se. Os defensores de Didi por acharem que Stefano temia “sombras” ao seu inegável status no Real. Outros por concordarem que embora sendo um dos expoentes do futebol brasileiro à sua época, Didi era um craque de pouca correria em campo. Não olhava pro chão com a bola nos pés. Parecia,  de cabeça sempre erguida, saber  onde estavam colocados seus companheiros de time .E nunca errava os passes, fossem  curtos , médios e, especialmente os de longas distancias. Era um exímio meiuca, organizador de jogadas.

 

Com a morte de Pelé, o futebol-arte perde sua maior expressão de todos os tempos. Sem querer profetizar sobre o tema, segue com ele, para sempre, a coroa de Rei. Que lhe foi reverenciada por um observador imparcial, isento e justo: um jornal francês quando Pelé pela primeira vez jogou em  um estádio em Paris. A manchete  de capa( primeira página)  do Le Figaro eternizou a consagração: LE ROI DU FUTEBOL.

 

Em sua longa carreira de mais de 20 anos, Pelé protagonizou a extraordinária façanha de marcar 1.280 gols ! O milésimo foi celebrado em um jogo contra o Vasco no Maracanã lotado em 1970.

Quando jogou com o Remo, ele entrou em campo vestido com o uniforme azulino. O Remo foi uma das poucas camisas que o Rei vestiria em sua gloriosa história, mesmo que o fato tenha mero valor histórico, pois ele não jogou pelo Leão Azul. Uma honraria, sem dúvida, para o Remo, até hoje festejada por sua grandiosa torcida.

 

Com o punho da mão direita cerrado, além do corpo impulsionado para o alto e o rosto em êxtase, tornou-se  a logomarca que o mundo devotou ao Maior jogador de futebol do mundo quando marcava seus gols. , Muitos deles, refletindo sua genialidade de craque inigualável no planeta.




quarta-feira, 4 de janeiro de 2023

Valdo Souza dá um tempo ao Rádio

Os ouvintes do esporte da Rádio Clube, têm sentido a ausência do prestigiado repórter Valdo Souza, o Valdão, que comandava as reportagens de campo antes, durante (no intervalo dos jogos) e depois das partidas, com rara capacidade dos chamados mestres-de- de cerimonia. Bem articulado, com voz e dicção,  dessas que envolvem o ouvinte por longo tempo enquanto relata, informa e analisa fatos ocorridos em campo. Ele sabe passar seu recado com desembaraço vernacular, oportunismo na informação dos fatos e sobretudo com uma dose bem calibrada de bom humor e descontração que inclui a ironia, a zoação refinada e até o deboche bem colocado, em casos que permitem esse tipo de crítica mais aguda e por vezes hilária.


Depois de deixar o SBT onde por quase uma década desfilava sua empatia no SBT- Pará, ao  meio dia, ele agora transferiu-se para a Rede TV, onde ao final da tarde é o âncora do Rede TV -Pará.


Por enquanto, Valdão não pensa em voltar ao microfone radiofônico.   




quarta-feira, 2 de novembro de 2022

Quem foi Guioberto Alves



Um dos melhores narradores nortistas de todos os tempos, oriundo do rádio de Macapá, passou, entretanto, despercebido dos microfones paraenses.


Embora nascido em Afuá, foi criado, porém, na capital do então território federal, Guioberto Alves, pode ser considerado o pioneiro na locução esportiva amapaense. Guioberto, em Macapá, trabalhou no Departamento Nacional de Endemias Rurais (DNER).


Era o narrador titular da única emissora macapaense: a pioneira Difusora. Mas sem demora, Guioberto recebeu irrecusável proposta financeira para ir para a Difusora do Maranhão. E por lá ficou sendo o narrador de maior audiência por uma década (1962/72) no rádio esportivo maranhense.


Dotado de boa voz aliada à uma dicção primorosa, Guioberto chegou a ser um dos diretores da extinta TV Difusora. Tinha status nas empresas de comunicação dos irmãos Bacela:r Raimundo e Mágno.


Quando morreu, em maio de 1972 regressava de uma viagem a Teresina, onde fora narrar um jogo do Sampaio Correa. O jipe que que ele mesmo resolveu dirigir no retorno, embora com o motorista da emissora também presente no veículo, ao furar um dos pneus, desgovernou sua direção e Guioberto, sem tanta experiencia ao volante, ao invés de pisar no acelerador, afundou o pé no freio, o que fez jipe capotar bruscamente na rodovia às proximidades do município de Peritoró. Com Guioberto viajavam o falecido repórter e depois famoso comentarista, Herbert Fontenele (já falecido) e o motorista da rádio. Só Guioberto morreu na hora do acidente. Os outros dois companheiros tiveram apenas ferimentos.


O enterro do radialista causou comoção em São Luis. As emissoras de rádio entraram em pool só tocando músicas fúnebres em homenagem póstuma. O corpo de Guioberto foi sepultado em um cemitério local, com uma multidão se fazendo presente. Guioberto embora noivo à época com uma maranhense ainda viva, não chegou a casar.


Para se ter ideia de seu status, uma avenida em São Luis, tem seu nome como denominação. Onde ficava a sede da desaparecida empresa de comunicação Organizações Mágno Bacelar (as extintas Rádio e TV Difusora).


Para recordar, a narração de Guioberto:



sexta-feira, 19 de agosto de 2022

Fábio Bentes do avesso

Uma enxurrada de denúncias – algumas muito graves – foram feitas ontem à noite pelo sócio azulino marco Antonio Pina, que já foi inclusive em época recente, vice-presidente do clube, contra o atual presidente Fábio Bentes.


Aliás, há pocuo tempo atrás, antes da série C entrar em suas rodadas derradeiras, Marco Antônio já havia se pronunciado em uma live pessoal advertindo para o risco inclusive do clube ser rebaixado para a Quarta Divisão onde já estivera em passado recente.


Ontem em um programa ao vivo na internet, Pina, ao ser entrevistado pelo dono da live, botou a boca no mundo e saiu a detonar a administração de Fábio Bentes no futebol remista, que ele classificou como caótica. Durante a gestão Bentes (iniciada em 2020), o Remo conseguiu a façanha de ascender, após longo período figurando entre as séries C e D (e até um período sem disputar competições nacionais), à Segunda Divisão, muito embora tenha sido novamente rebaixado apenas sete meses depois da promoção. E no sábado passado (13), interrompeu sua trajetória na “C” desclassificado ao quadrangular final da competição pelo Botafogo de Ribeirão Preto.


Pelos cálculos do sócio, com o rebaixamento do clube à terceira divisão, o Leão teve um prejuízo de 35 milhões de reais que poderiam ser auferidos com a permanência na Segundona, na amplitude projetada dos lucros que a competição proporcionaria.


Marco Antônio denunciou a incompetência do departamento de futebol remista que, segundo ele, faz contratações de jogadores (em sua grande maioria quase anônimos) com salários incompatíveis ao que realmente representam tecnicamente. E citou o meia Anderson Paraíba, que recebia 12 mil reais no Botafogo paraibano, e veio a ganhar no Remo 40 mil reais. Praticamente sem mostrar a que veio, pois nunca participou de uma partida inteira apresentando um futebol ao menos regular. 


Criticou o que diz ser um “colegiado” do futebol integrado por seis dirigentes que não teriam ingerência nas contratações. Entre esses integrantes, lembrou de João Galvão, um ex “faz tud” no Águia de Marabá e tido como um bom olheiro no futebol, mas que não mostrou essa expertise no Remo. Tudo é decidido unicamente pelo presidente remista, garante Marco Antônio.


Ainda segundo o ex-cartola, Fábio Bentes, quando assumiu o Remo em 2020, já encontrou o clube bastante saneado em suas dívidas. A maior delas, a trabalhista, foi resolvida através de um longo acordo realizado antes de Bentes, denominado Conciliar, e foi o motivo pelo qual o Leão teve quase todas as suas rendas de patrocínio bloqueadas pela Justiça do Trabalho. Contudo, há cerca de cinco anos, esses débitos trabalhistas foram reduzidos consideravelmente. Tanto que, desde o ano passado, as verbas dos patrocinadores já estavam liberadas, o que veio a desafogar financeiramente o futebol profissional. Além da polpuda ajuda do governo do Estado, que teria liberado cerca de cinco milhões de reais em três parcelas, tanto para o Remo quanto para o Paissandu, durante os anos da pandemia (2020 - 2022).


Marco Antônio acusou Fábio Bentes quando era apenas sócio do clube de liderar sorrateiramente uma campanha entre os torcedores do Remo a não frequentarem mais os estádios em jogos do clube. Tudo visando desgastar a administração que o antecedera, a de André Cavalcante.


Outros dois fatos enfatizados por ele foram a reabertura do Baenão, que ele diz ter sido quase toda bancada por torcedores através do projeto “Retorno do Rei ao Baenão”. E além disso, com algumas contribuições significativas de vários sócios mais generosos...


Quanto ao Centro de Treinamento comprado do Carajás Esporte Clube em Outeiro, Pina alega falta de transparência na transação. “Ninguém sabe quanto custou,, ou qual o valor pago como entrada, nem quantas parcelas ainda faltam pagar”. Ele acha um negócio “meio nebuloso”.


Ao procurar rechaçar a pecha de oportunista que alguns internautas procuraram insinuar através do chat, Marco Antônio recordou seu ingresso no Remo ainda nos anos 1990, como uma espécie de voluntário do Baenão, prestando pequenos serviços no estádio, fazendo compras de alimentos para a concentração... e assim foi se projetando até chegar ao cargo de vice-presidente de Zeca Pirão (2017), que teve administração turbulenta. E que Pina concorda que houve desacertos, mas não por corrupção da parte do presidente. Que, segundo ele, gastou cerca de um milhão de reais no Remo, sem ser ressarcido. Refuta também a destruição do “Evandro Almeida” por parte de Pirão. “Ele pretendia apenas modernizar o estádio. E nós deixamos o Baenão funcionando. Depois é que relegaram o estádio ao abandono, propositalmente para culpar o Pirão” – justifica. 


Outro detalhe ressaltado na entrevista de Marco Antônio é que Fábio Bentes foi levado ao Remo pelas mãos de Zeca Pirão, para dirigir o marketing do clube.


Marco Antônio preferiu não confirmar ser candidato à sucessão de Fábio Bentes em 2023, embora sem descartar tal possibilidade.



Marco Antônio Pina (Magnata).

Fábio Bentes, presidente do Remo.

Turma da Pça. Brasil

Foi a maior turma de bairros dos anos 60. Reuníamos mais de 50 integrantes que residiam nas redondezas da tradicional Praça Brasil. Em algu...