sábado, 29 de março de 2025

EQUIPES ESPORTIVAS INESQUECÍVEIS (4)

 A Clube Rediviva

Em 1984 a Rádio Clube foi vendida pela família Proença e a Arquidiocese de Belém, as maiores acionistas da tradicional PRC-5,  para um grupo de empresário, todos eles com vínculos ao falecido e influente político do regime militarista, Jarbas Passarinho.

Seria um veículo de comunicação para enfrentar o recém lançado e bem sucedido jornal Diário do Pará, pertencente à família Barbalho.

O setor de maior audiêncida da emissora sempre fora seu eficiente Departamento de Esportes, chefiado pelo consagrado e saudoso  Edyr Proença. 

Ao repassar a emissora aos seus novos donos, Edyr  resolveu afastar-se da rádio. Mas o setor esportivo continuou a funcionar normalmente com os demais integrantes. Só Edyr e o filho Edgar Augusto, que era um dos narradores,  sairam.

 Com pouco tempo, porém, sob o comando do novo grupo, um “aloprado” além de leigo na área radiofônica,  foi designado como  diretor para comandar a Clube e resolveu abruptamente extinguir o departamento esportivo. Com um simples aviso, afixado no quadro de notícias internas da rádio, ele  informava que a partir daquele dia, o esporte na PRC-5 deixaria de funcionar. Aos poucos que lhe foram pedir explicações, alegara que fora decisão dos novos donos,  em virtude do departamento ser deficitário.

Um autêntico terremoto se  expandiu pela cidade com uma decisão tão esdrúxula. Até as concorrentes lamentavam o fato,  em razão da tradição esportiva da PRC-5.

Por cerca de um ano e meio a Clube ficou ausente das atividades esportivas. Sua nova equipe só  reaparece em 1986  quando o grupo do Diário do Pará adquire a emissora. Alguns remanescentes da antiga equipe foram aproveitados, tais como. : Cláudio Guimarães, Guilherme Guerreiro, Beraldo Frances , José Lessa e Jones Tavares. Foram contratados: Carlos Castilho, Agripino Furtado, Theodorico Rodrigues e Toninho Costa, que eram da Marajoara,  além de Adonay do Socorro ( ex-Liberal ), Nonato Santos, Carlos Estácio e Osmar Simões,  que já haviam passado por lá em outro tempo.

Edyr Proença aceitara o convite para voltar a  ser o comandante do novo time.

Já partiram no trem da viagem final : Edyr Proença, Theodorico Rodrigues, Toninho Costa, Nonato Santos, Carlos Estácio e Osmar Simões.

Na foto, aparecem  da esquerda pAra a direita:

 Agripino, Beraldo, Nonato, Cláudio, Jones, Edyr, Guerreiro, Estácio, Castilho,Theodorico, Simões, Lessa, Toninho e Adonay.




domingo, 23 de março de 2025

Júlio Sales, um narrador que tinha seu time do coração.

Pode ter sido até por mero oportunismo. Mas éticamente plausível.Se de um lado havia uma dupla (narrador e comentarista) que todo mundo sabia ser torcedores do Ceará Sporting, por que o Fortaleza que era "pagão" no rádio esportivo seria proibido de ter um "padrinho "?

Foi a tática que Júlio Sales usou quando deixou a Rádio Clube e se transferiu para o rádio de Fortaleza. Vestiu ao microfone, a camisa  do Tricolor do Pici. E se assumia ao microfone, primeiramente pela Assunção, e depois por quase meio século na extinta Uirapuru. Ainda teria breve passagem pela Nordeste de Natal.

Bem lembrado pelo amigo e confrade Nildo Lima, Júlio poderia ser considerado como um autêntico "Embaixador do Pará” no rádio cearense. Em suas narrações, enxertava bordões lembrando coisas de nossa terra.

Morreu (ontem (11/3) aos 83 anos,  ainda sendo narrador da Assunção.. Começou na Marajoara, foi pra a Clube, depois para a Difusora de Macapá, retornou para a Clube e no remoto ano de 1962, resolveu aceitar um convite vantajoso da Assunção que disputava a audiência com a Dragão do Mar que tinha o icônico Paulino Rocha (comentarista) e Gomes Farias (narrador). como donos da audiência esportiva alencarina. A torcida do Fortaleza passou a dar preferencia por Júlio Sales que era pai do Mário Sales ( narrador da equipe da Assunção) e irmão do saudoso Helton Sales que atuou como comentarista na Clube e Marajoara..

Sempre que eu passava alguns dias em Fortaleza em vários anos, acostumei-me a trocar prosa com o Júlio, assim como o Edgar Delgado, outro paraense da gema e que foi narrador da Clube e Difusora do Pará.

Após escrever o texto inicial que enviei aos que integram meu grupo no face, tomei conhecimento que o Júlio teve passagens também pelas rádios Verdes Mares e Dragão do Mar, todas de Fortaleza. Além disso, o maior tempo de sua extensa  carreira foi na Assunção e não na Uirapuru, onde atuou por muitos anos. Faço esse adendo ao texto primitivo, por primar pela narrativa dos fatos concretos.

Na foto (em PB) Júlio (à direita) e Edggar Delgado, quando atuavam na Rádio Clube.

Réquiem por sua alma.






quarta-feira, 12 de março de 2025

Zé Ilídio, o garoto de Abaetetuba, agora é só saudade

Era um show ver jogar o Zé Ilídio (como era chamado na imprensa daquela época remota -anos 1960) na ponta direita e o  saudoso Neves na esquerda.

Dois autênticos "molequinhos" endiabrados a mostrar um futebol técnico  vistoso, "sapeca", com a camisa do Remo.

Neves era um  autentico "Garrincha" a driblar em variados estilos de fintas desconcertantes em cima de seus marcadores. Jogava nas duas extremas com a mesma desenvoltura. Zé Ilídio revelado pela Seleção de Abaetetuba no campeonato  Intermunicipal de 1961 com apenas 16 anos, chegou a ser convocado para a Seleção Paraense de 1962 , por Gentil Cardoso, que era o técnico do Paissandu e da nossa seleção. Claro que foi  só pra dar moral pro "moleque".

Na estreia do estupendo goleiro Castilho pelo Papão,  em jogo amistoso  noturno no Baenão, a grande estrela da noite foi Zé Ilídio fazendo gols com os chutes fortes com os dois pés e com a bola correndo pelo gramado. Castilho foi buscar a bola nas redes por três vezes. Remo: 3 a 0. O saudoso goleiraço  saiu de campo cabisbaixo pela humilhação. Claro que depois, ele  foi o arqueiro de muita  classe, desde seu longo tempo no  Fluminense. Foi campeão em 1965 e depois se tornaria (pela primeira vez) técnico, ganhando o título de 66 pelo Paissandu.

Em 1970, Zé Ilídio foi emprestado à Tuna. Mesmo não sendo titular, integrava o elenco que foi campeão pela Lusa  paraense  depois de 12 anos de jejum de campeonatos lá pelo estádio do Souza.Cedido por empréstimo ao Ferroviário cearense, em pouco tempo, era anunciado como o grande "reforço" que a própria Tuna contratara... Estava de volta até encerrar a carreira em 1972.

Zé ilídio era uma pessoa educada, bom papo, divertido, um copo e tanto. Residia próximo a casa de meu irmão Luiz. Os dois (ou nós três) eramos grandes amigos.

faleceu domingo ( 1/3), no hospital Ofir Loyola, aos 78 anos. Rèquiem por um grande homem, um craque de bola e excelente caráter.

Pelo Remo foi campeão em 1964 e fazia parte do timaço de 68, embora não sendo titular na equipe campeã.










sábado, 1 de março de 2025

Equipes esportivas inesquecíveis (3)

Quase 10 anos após ser formada (1970), a Equipe Legal da Rádio Liberal em 1978 já fora reformulada em quase sua totalidade. Eram remanescentes do time primitivo, apenas Jayme Bastos ( o narrador titular), Grimoaldo Soares (comentarista) e Carlos Cidon ( narrador). Mário Antonio (comentarista), Edson Matoso ( narrador e repórter) e Guarany Júnior (repórter)  (em cima) além de Raimundo Lima (repórter), Redivaldo Lima (repórter), Nonato Santos ( repórter), Waldir Oliveira ( escuta plantonista),  Berto Rodrigues e Reinaldo Vieira (revezavam-se como informantes do Plantão) ,  que completavam a equipe comandada por Jayme Bastos.

São falecidos: Jayme Bastos, Grimoaldo Soares, Carlos Cidon, Raimundo Lima e Nonato Santos.





segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

Equipes esportivas inesquecíveis (2)

 



A Guajará montou uma equipe tão arrojada em 1962 que foi escolhida pela crítica radiofônica de Belém, , como a Melhor daquele ano.


Apoiada sobretudo no retorno de Jayme Bastos, após sua saída da Marajoara em 1958 e desfrutando de uma excelência de som potente e nítido  com 10 kws que cobria uma  imensa área em toda a Amazônia, mesmo sendo transmitida apenas  em ondas médias ( as extintas AMs) a emissora da travessa Frutuoso Guimarães ganhou audiência esportiva, competindo à altura com a Clube e a Marajoara.


Além de Jayme Bastos, seu principal narrador, a nova equipe que surgia contava com os comentários de Luiz Solheiro que já passara tanto pela Marajoara e também pela Clube; o desconhecido José Teixeira que fora da Difusora do Amazonas,  sendo o segundo narrador, Arlindo Dourado,  e Arlindo Louchards, ambos com experiência dentro de campo, na condição de treinador (o primeiro) e preparador físico. Os dois participavam da narração do futebol na análise técnica (Dourado) e da arbitragem (Louchards).


Para as reportagens no gramado, Carlos Cavalcante, que pertenceu à Marajoara e Carlos Cidon que era locutor comercial da emissora. José Teixeira e Abias Almeida, cobriam as pontas de gol. No plantão, a voz  trovejante do amazonense Djalma Dutra, excelente integrante do elenco de locutores comerciais.


A Guajará, até a saída de Jayme Bastos (1966) ainda revelaria o comentarista Fernando Pinto e o informante do Plantão, Eduardo Tavares, que marcaria época durante quase uma década na mesma função, depois que se transferiu para a Clube passando a ser conhecido apenas  como Edu Tavares.


Outro nome de peso, porém,  com breve passagem pela equipe, foi José Maria Simões, à época,  ainda  narrador.


Após os maiores nomes – JB, Solheiro, Dourado, Fernando Pinto e Louchards - deixarem a equipe, permaneceram até a extinção do departamento esportivo em princípios de 1967, José Teixeira, Carlos Cidon, Abias Almeida, Meireles Faial (escuta do plantão)  e o novo comentarista Luiz Eimar, o ex-goleiro Asas,  que jogou no Paissandu e Remo.


O repórter de campo Emir Oliveira, foi revelado no crepúsculo da equipe.


Desse extenso ról de nomes, provavelmente , só Meireles Fayal ainda resta vivo. Ele atuou por longo tempo na Clube e na  Liberal, como integrante do Plantão. Encerrou a carreira quando a Liberal desativou sua equipe em 2019.

terça-feira, 7 de janeiro de 2025

Equipes esportivas inesquecíveis ( 1 )

Quando o rádio esportivo passa por transformações no que concerne à transmissão dos jogos de futebol, um novo modelo imposto sobretudo pela pandemia do corona vírus, aliado à influencia da internet,  conecta ao televisionamento em maior escala através da televisão, é oportuno relembrar as grandes equipes do nosso  rádio em tempos remotos.


Após a saída do saudoso narrador carioca Luiz Brandão, que veio da Tupi carioca para substituir Jayme Bastos, a Marajoara então integrante do poderoso grupo dos “Associados” – jornais, rádios e televisões – passou a ter sua  jovem equipe comandada por Ivo Amaral, seu principal narrador.


Era quase meados dos anos 1960 e o time da emissora da Avenida Nazaré, era esse da foto agora  postada. Em pé, da esquerda para a direita: Ivo Amaral, Jones Tavares (narrador e repórter de campo), Carlos Cavalcante (repórter de campo ) Carlos  Monteiro (redator de programas), Tavernard Neves (narrador e repórter de campo) e João Souza (redator).Embaixo , na mesma ordem: Orlando Barros (plantonista-chefe),  Osvaldo Rodrigues (repórter e ponta-de-gol), Carlos Castilho ( narrador eventual, repórter de campo e depois comentarista titular), Sérgio Delgado de Moraes, o popular  Sessenta, ex-jogador do Clube do Remo e o pioneiro ao microfone como comentarista, entre alguns  craques do passado (Juvenil, Dias Renato, Mesquita e Olenilson,  foram alguns deles) e Antonio Athayde, grata  revelação como repórter.


São falecidos: Cavalcante, Tavernard, Osvaldo, Sessenta a Athayde.









sábado, 9 de novembro de 2024

Livro do Quarenta

A longa e gloriosa  trajetória não só no futebol, mas em sua existência longeva de 90 anos benfazejos, estão compilados no livro que o conhecido jornalista e pesquisador do nosso futebol,  Ferreira da Costa,  escreveu sobre o mais famoso jogador  da linhagem dos Quarenta, o Paulo Benedito dos Santos Braga. O jogador do Século do futebol paraense. Escolha dos cronistas esportivos com mais de 50 anos de idade em 2002.

Por sua importância não só nos quase 20 anos em que exibiu seu estupendo talento com a camisa 10 do Paissandu,  mas de uma maneira geral como um dos nossos maiores craques de todos os tempos, Quarenta não poderia deixar de ter sua biografia perenizada em um livro, ainda impresso, como recomenda a melhor leitura de qualquer gênero.

O livro já está à venda nas bancas de revista da cidade ao preço de R$ 30,00.

 




EQUIPES ESPORTIVAS INESQUECÍVEIS (4)

  A Clube Rediviva Em 1984 a Rádio Clube foi vendida pela família Proença e a Arquidiocese de Belém, as maiores acionistas da tradicional PR...