sábado, 9 de novembro de 2024

Livro do Quarenta

A longa e gloriosa  trajetória não só no futebol, mas em sua existência longeva de 90 anos benfazejos, estão compilados no livro que o conhecido jornalista e pesquisador do nosso futebol,  Ferreira da Costa,  escreveu sobre o mais famoso jogador  da linhagem dos Quarenta, o Paulo Benedito dos Santos Braga. O jogador do Século do futebol paraense. Escolha dos cronistas esportivos com mais de 50 anos de idade em 2002.

Por sua importância não só nos quase 20 anos em que exibiu seu estupendo talento com a camisa 10 do Paissandu,  mas de uma maneira geral como um dos nossos maiores craques de todos os tempos, Quarenta não poderia deixar de ter sua biografia perenizada em um livro, ainda impresso, como recomenda a melhor leitura de qualquer gênero.

O livro já está à venda nas bancas de revista da cidade ao preço de R$ 30,00.

 




quarta-feira, 2 de outubro de 2024

Missão cumprida


O futebol é tão enigmático quanto a  própria vida. Quando tinha a pedra nas  mãos  para “bater o jogo”, Tonhão frustrava os que queriam vê-lo como presidente do Remo. Além da linhagem azulina herdada do pai, ele tinha um currículo precioso de cooperação ao clube remista, sobretudo no futebol profissional, que começou muito cedo. E, talvez por isso memo, sentia-se bloqueado quando era cogitado para comandar o clube do seu coração. Não queria, talvez, dar ordens à pessoas mais experientes na vida,e   que viram-lhe  ainda  de calças curtas. Mas a fila anda. 


Ele foi presidente da Junta Governativa que  juntamente com Sérgio Cabeça (outro nome destacado no futebol do Leão Azul )  e João Santos, deram novo rumos ao combalido clube de Periçá. E prosseguiram na conquista de campeonatos estaduais, chegando ao Tetra em 1996.

Em 1999 estava de volta comandando um  novo grupo que iria substituir Roberto Porto em fim de mandato. Com Ubirajara Salgado,  João Santos, Clóvis Malcher e Paulo Mota, consegue recuperar o título estadual e permanecer na serie “B” nacional em uma campanha acirrada em sua fase derradeira.


Mesmo presente em vários anos no departamento de futebol, a presidência, porém, amedrontava-o e ele se esquivava quando seu nome era lembrado como esperança de um remista-raiz assumir o clube. Talvez, quem sabe, até mesmo  por questões profissionais.


Mas nas voltas que a vida dá, inesperadamente ele aceitou em 2023 substituir Fábio Bentes que por cinco anos presidiu o Mais Querido. Realizou uma administração elogiável, modernizou o clube, mas foi quase um fiasco no futebol,  considerado o carro-chefe em times de massa como é o Remo.

Tonhão encontrou o Remo parcialmente saneado financeiramente e com ajuda externa de um grupo endinheirado, resolveu investir no futebol. Equivocou-se em vários nomes de saída. Trouxe Catalá de volta que salvara o Remo de ser rebaixado de divisão no ano passado, mas  neste ano decepcionara totalmente, a começar pela eliminação precoce da Copa do Brasil, por um time anônimo de Porto Velho. Substituído  pelo apagado paraguaio  Morínigo,  o campeonato paraense e a Copa Verde também se inseriram no rol dos fracassos de 2024. Restava só a esperança na famigerada série “C”. 

No início da competição, três derrotas seguidas. Normal começar o torneio com 9  pontos negativos? Sob nenhuma justificativa. A não ser que o time compense com três vitórias sequenciais. Difícil de acontecer  em um campeonato da envergadura da Terceira Divisão. Com a quase milagrosa contratação do treinador Rodrigo  Santana, para nossas bandas daqui,  um quase desconhecido, as coisas melhoraram lá pelo Baenão.


É verdade que o Remo oscilou muito na competição. Sua gigantesca torcida, porém,  seguiu por acreditar no time, ao lotar os estádios. Motivando sua equipe, sem esmorecer no sonho de voltar à série “B”. Foi do Fenômeno Azul a grande festa de domingo no Mangueirão lotado” até à boca”. O time superou-se em campo, foi bem escalado por Rodrigo  Santana e a estrela do Tonhão ofuscou totalmente  as perdas deste ano. O Remo agora precisa rever atitudes açodadas em termos de contratações de jogadores. Há atletas aproveitáveis no time? Pouquíssimos se o Leão Azul pretende de fato evoluir e não quiser passar somente seis meses para onde retornou agora, como aconteceu em 2021.


Tonhão veio para ficar? Tudo indica. E fez por merecer.


Tonhão, com Sérgio Cabeça e João Santos
- junta governativa de 1996
Tonhão cumpriu o que prometeu.



quarta-feira, 24 de janeiro de 2024

Turma da Pça. Brasil

Foi a maior turma de bairros dos anos 60. Reuníamos mais de 50 integrantes que residiam nas redondezas da tradicional Praça Brasil.
Em alguns anos chegamos a confraternizarmos nas festas de Natal e Ano Novo. Em uma delas, no ano de 2001, aparecem: Em pé: Camilo, Luiz (“Pé de Castro”) e Alfredinho (abraçados). Mas abaixo, sentados: Paulo César, eu, Carlos Sá, Paulo Soares (filho do saudoso comentarista Grimoaldo) e Paulo Fraga. À frente: João Sakamoto (quem souber se ainda está vivo comunique-me... ), Jayme Começanha ( com a indefectível camisa do seu Papão) e à direita, João Lima e Miguel (comendo). É uma ínfima parte da grande galera da Praça do Índio.
Em outra foto: À frente: Paulo César, Adauto e Carlos Sá. Atrás: eu (perto da pilastra) e Walter Santana;e mais adiante Alfredinho (boné), perto dele: (sentados) Paulo Fraga e Camilo.







Ontem (23), Sakamoto partiu. É mais um dos velhos amigos da Praça Brasil que se foi. O "japonês", como nós carinhosamente o chamávamos lá na Praça, teve uma longa passagem pelo jornalismo paraense. Primeiramente na colagem (paginação) nos primórdios do offset do Liberal, em 1972 até 1990. Fui eu quem o indicou para o saudoso Nestor, que integrava aquele setor especializado do novo sistema gráfico do jornal. Sakamoto deixa uma imensa lacuna de saudade por parte de quantos foram seus companheiros no jornalismo paraense. A matéria acima foi inicialmente publicada em 15/01/2014.

domingo, 7 de janeiro de 2024

Zagallo tinha sorte. E daí?

Minha saudosa mãe costumava dizer: “Quem tem sorte, vive com ela. Quem não tem, morre sem ela”.

O Zagallo, falecido nesta sexta-feira (5), tinha sorte, mas também era talentoso. Por isso, os muitos  títulos que ganhou como jogador e treinador, incluso o memorável TRI pela melhor seleção brasileira de todos os tempos: a de 1970.

Eu ainda era um quase menino (faz tempo...), e vi o velho Lobo, já em fim de carreira, jogar pelo Botafogo. Em um jogo no antigo estádio do Souza, da Tuna. O ataque alvinegro era arrasador: Garrincha, Didi, Paulinho, Quarentinha e Zagallo. Nessa tarde de um domingo, Garrincha driblou toda a defesa do Remo, inclusive o goleiro Piedade. Mas parece que não fez o gol. Coisas do futebol. Esse mesmo time ganhara a decisão do campeonato carioca, goleando o Fluminense por 6 a 2.

Um detalhe desse tempo: Zagallo passou a ser chamado de “Formiguinha”, por ser um ponta-esquerda que jogava recuado. Tal como fazia Telê, no Fluminense. Mas quando arrancavam para o contra-ataque, já era meio gol para qualquer um dos demais atacantes.

Zagallo foi injustamente estigmatizado por parte da crônica esportiva nacional. As “viúvas” de João Saldanha na Copa de 70. Foi o seu técnico substituto no escrete canarinho. Em que pese a inegável inteligência e preparo intelectual, por ser um esquerdista fanático, Saldanha, era endeusado pela imprensa com o mesmo viés ideológico. Mas alguém teria que assumir o lugar de Saldanha, naquela época da ditadura militar. Por isso, Zagallo passou a ser tido como um “direitista”. No bolorento maniqueísmo ideológico que já se arrasta por tempos idos. E vindos.

Nada, porém, como a opinião de Tostão, um dos integrantes da genial seleção de 1970, ao dizer que Zagallo não foi mero “ genérico” de Saldanha. Introduziu modificações táticas significativas ao time que deslumbrou o mundo na Copa daquele ano remoto.

Por que citei Tostão? Por ser arrolado entre os jogadores de “cuca legal” do passado. Ou na linguagem ideológica de nossos dias, um cara que pensa sempre “politicamente correto”. Mas ele, todavia, não é um radical nas ideias.

Pela imensa maioria, principalmente dos torcedores brasileiros, Zagallo, foi reconhecido como um excelente treinador. Tinha defeitos? Inerente a qualquer ser humano. Suas virtudes, porém, no futebol foram inegáveis. Dizia-se que tinha muita sorte. E dai? Mais um fator favorável a ele. No fundo, por se declarar ou dar demonstração de ser um supersticioso, juntou a fome com a ânsia de comer. Ele era cara autentico. Como João Saldanha sempre foi. Talvez os dois com convicções opostas. Normal na vida dos que são racionais em suas análises comportamentais.  


Zagallo também foi vítima do maniqueísmo ideológico


sexta-feira, 6 de janeiro de 2023

1.280 socos no ar !!!

Eu tive a felicidade singular, no futebol, em ver Pelé jogar. Ao vivo ! Eu era um dos presentes no então estádio Evandro Almeida, o histórico Baenão,  naquela noite memorável de 29 de abril do distante ano de 1965.

 

Congelei o feito em minha memória de muitas décadas de 01 de junho. O elástico placar de 9 a 4 em favor do Santos sobre o Remo, foi o que menos importou para um remista ferrenho como sou. Valeria como a única vez em que veria o Rei do futebol jogar durante minha longa trajetória de vida. E quase o mesmo tempo de torcedor fanático pelo futebol. Considerado por todas as razões como o “esporte das multidões”. Quando menino, joguei minha “bola de meia” no meio da rua e já adolescente, raras vezes em campos de verdade.

 

Pelé foi Maradona e Messi juntos. Para mim, só o argentino (depois naturalizado espanhol) Di Stefano quase empata  com ele. Cracaço estiloso e raçudo. Um meia armador avançado. Esperto e diligente, que  também era  goleador. Estigmatizado por suposto boicote a Didi no Real Madri, quando o brasileiro transferiu-se  do Botafogo para o famoso clube espanhol em princípios dos anos 1960. Di Stefano defendia-se sempre, quase assumindo sua influencia pelo fracasso do craque brasileiro: “Um excelente jogador, mas muito lento para o modo de jogar do nosso time”, procurava justificar-se. As opiniões dividiam-se. Os defensores de Didi por acharem que Stefano temia “sombras” ao seu inegável status no Real. Outros por concordarem que embora sendo um dos expoentes do futebol brasileiro à sua época, Didi era um craque de pouca correria em campo. Não olhava pro chão com a bola nos pés. Parecia,  de cabeça sempre erguida, saber  onde estavam colocados seus companheiros de time .E nunca errava os passes, fossem  curtos , médios e, especialmente os de longas distancias. Era um exímio meiuca, organizador de jogadas.

 

Com a morte de Pelé, o futebol-arte perde sua maior expressão de todos os tempos. Sem querer profetizar sobre o tema, segue com ele, para sempre, a coroa de Rei. Que lhe foi reverenciada por um observador imparcial, isento e justo: um jornal francês quando Pelé pela primeira vez jogou em  um estádio em Paris. A manchete  de capa( primeira página)  do Le Figaro eternizou a consagração: LE ROI DU FUTEBOL.

 

Em sua longa carreira de mais de 20 anos, Pelé protagonizou a extraordinária façanha de marcar 1.280 gols ! O milésimo foi celebrado em um jogo contra o Vasco no Maracanã lotado em 1970.

Quando jogou com o Remo, ele entrou em campo vestido com o uniforme azulino. O Remo foi uma das poucas camisas que o Rei vestiria em sua gloriosa história, mesmo que o fato tenha mero valor histórico, pois ele não jogou pelo Leão Azul. Uma honraria, sem dúvida, para o Remo, até hoje festejada por sua grandiosa torcida.

 

Com o punho da mão direita cerrado, além do corpo impulsionado para o alto e o rosto em êxtase, tornou-se  a logomarca que o mundo devotou ao Maior jogador de futebol do mundo quando marcava seus gols. , Muitos deles, refletindo sua genialidade de craque inigualável no planeta.




quarta-feira, 4 de janeiro de 2023

Valdo Souza dá um tempo ao Rádio

Os ouvintes do esporte da Rádio Clube, têm sentido a ausência do prestigiado repórter Valdo Souza, o Valdão, que comandava as reportagens de campo antes, durante (no intervalo dos jogos) e depois das partidas, com rara capacidade dos chamados mestres-de- de cerimonia. Bem articulado, com voz e dicção,  dessas que envolvem o ouvinte por longo tempo enquanto relata, informa e analisa fatos ocorridos em campo. Ele sabe passar seu recado com desembaraço vernacular, oportunismo na informação dos fatos e sobretudo com uma dose bem calibrada de bom humor e descontração que inclui a ironia, a zoação refinada e até o deboche bem colocado, em casos que permitem esse tipo de crítica mais aguda e por vezes hilária.


Depois de deixar o SBT onde por quase uma década desfilava sua empatia no SBT- Pará, ao  meio dia, ele agora transferiu-se para a Rede TV, onde ao final da tarde é o âncora do Rede TV -Pará.


Por enquanto, Valdão não pensa em voltar ao microfone radiofônico.   




Livro do Quarenta

A longa e gloriosa  trajetória não só no futebol, mas em sua existência longeva de 90 anos benfazejos, estão compilados no livro que o conhe...