terça-feira, 3 de dezembro de 2019

Os Bendahans



Alberto e Julinho Bendahan eram considerados primos-irmãos. Teriam sido criados juntos. Tinham uma agencia de câmbio na rua Campos Sales. Talvez a única de Belém naquele tempo. Diferentes fisicamente– Alberto era branco e Júlinho bem  moreno. Ambos altos,  embora Julinho fosse magro e Alberto,  forte, já  puxando para o gordo.

Tudo bem entre os dois. Exceto na paixão clubística. Alberto chegou à presidência do Remo e Julinho era “amarrado” no basquete do Paissandu. Além de colaborador financeiro  cativo do futebol, sendo nos anos 1970, diretor do departamento profissional. Chegou à presidência do Papão concluindo através de mandato-tampão  a gestão de Urubatan D´Oliveira. Foi nessa época (1965) que aconteceu a histórica vitória do Paissandu por 3 a 0 sobre o Penarol que era o campeão do Mundo, na Curuzu,  no dia 19 de julho.Na gestão de Alberto (1961/62) o Remo ganhou  quase uma dezena de modalidades amadoras – basquete, vôlei, futebol de salão, atletismo, natação, regata, polo aquático, celotex, entre outras. Mas não conseguiu o mais importante: o futebol profissional. Foi o ano em que o Paissandu contratou ninguém menos que o técnico Gentil Cardoso, já em declínio nos grandes times do país, mas ainda um nome de muito respeito. Quem o contratou foi justamente uma pessoa tida como alheia ao futebol: o empresário Nelson Souza, que diziam disputar com Alberto “conquistas” extra campo. Nelson passou apenas  uma chuva na direção de futebol do Papão. Era dono de uma fábrica de azeite natural, o famoso óleo Dora.

Alberto cumpriu só  a metade de  seu mandato, pois acometida de um doença,  retirou-se de Belém por algum tempo. Após o golpe de 1964, passou a ser olhado com certa desconfiança pelos novos donos do poder os militares. Alegava-se que ele fora um dos colaboradores financeiros da esquerda ´paraense. Era considerado como gente da chamada burguesia esclarecida. Mas nunca sofreu perseguição ostensiva.

Formava com a esposa Myrian, um dos casais mais badalados do soçaite paraense.

Quando o ex-prefeito de Belém, Lopo de Castro, já falecido, arrendou seu jornal O Estado do Pará e a Rádio Guajará em 1978 para os jornalistas Avertano Rocha e Oliveira Bastos, a televisão também  de sua propriedade, o canal 4, foi parar nas mãos de Romulo Maiorana, mas tendo Alberto Bendahan como seu preposto. Ele morreu em 1992.

Júlio foi presidente da Federação Paraense de Basquetebol nos anos 1960.

Faleceu em princípios do novo século.


Julinho foi presidente do PSC e um devoto do basquetebol bicolor

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