Com menos de dois meses no Remo, o atacante Vitor Andrade aparece como o novo ídolo no Baenão.
Quando
foi anunciado como uma nova contratação para o elenco azulino, soou para a
imensa torcida do Leão, com as mesmas características peculiares ou de perfis
semelhantes aos chamados “reforços” vindos de outros estados. Em geral, mais do
que trintões, rodados por vários clubes, alguns “bichados” crônicos e poucos
tendo de cara afinidade com o Fenômeno Azul, a exigente e apaixonada galera
azulina.
O
impetuoso jogador que começou na base do Santos, mas logo indo mostrar seu
futebol no exterior, é o avesso desse protótipo de “reforço”. Ainda novo,
longilíneo, mexe-se muito em campo e sabe aproveitar as oportunidades de gol
que aparecem durante o jogo. Não seria correta a definição de oportunista, pois
ele sabe trabalhar as jogadas coletivas e principalmente as individuais. O gol
que deu a vitória ao Remo contra o Confiança é o melhor exemplo de seu
desempenho solo no ataque. Nesta partida, já repetira jogadas e conclusões ao
gol pelo menos duas vezes. E só a excelente performance do goleiro adversário não
lhe permitira fazer o gol da vitória antes.
Depois do
saudoso “negão” Alcino, o maior “xodó” remista de todos os tempos, o volante
sergipano Agnaldo, vindo do Sport nos anos 1990, foi o outro jogador de grande
empatia com os torcedores do Remo, além de ter sido o técnico do título
paraense 100% invicto em 2004. Um feito inusitado.
O
belíssimo gol que Vitor Andrade marcou contra o Cruzeiro há poucos dias no
Baenão, foi o “voucher” que fez ressurgir sua imagem de craque para todo o país,
depois de seu retorno do estrangeiro. Foi manchete na mídia nacional.
Os
ídolos, além da aura nata, precisam apenas confirmar que sabem fazer o que
parece extraordinário, de forma natural. E por isso são diferenciados.
Se Vitor
Andrade veio para ficar na memória azulina, só o tempo dirá. Até agora, tem
mostrado essa inclinação por sua entrega ao time e seu futebol refinado e
principalmente a linearidade de suas atuações, o que Felipe Gedoz não consegue manter,
mesmo já integrado à equipe há muito mais tempo. É disperso demais, embora
ainda saiba jogar seu bom futebol.