quinta-feira, 9 de abril de 2020

O substituto do “neca, neca”

O amazonense José Teixeira era o substituto imediato de Jayme Bastos na primitiva equipe da Rádio Guajará (hoje a evangélica Novo Tempo), quando a equipe da emissora foi montada após um ano e meio de sua inauguração no final de 1960.                                    

Faziam parte do time que começou as transmissões do futebol, além de uma extensa programação esportiva diária, o tarimbado comentarista Luiz Solheiro, que já passara pela Clube e Marajoara, o repórter Carlos Cavalcante e o ex-árbitro e preparador físico Arlindo Louchards, também ex-integrantes da então emissora “associada”. E ainda: Arlindo Dourado,  que foi técnico do Papão e dividia com Solheiro os comentários dos jogo, e Carlos Cidon que era o repórter volante. Ele também era um do locutores comerciais da emissora que ficava na Frutuoso Guimarães, no centro comercial.

José Teixeira era anônimo no rádio esportivo paraense e viera de Manaus por volta de 1960, transferido pelo Banco do Brasil de onde era funcionário. Teria tido uma breve passagem pela Difusora baré. Tinha bom timbre de voz e dicção clara, embora na narração lembrasse um pouco o estilo dos narradores nordestinos pelo sotaque um pouco acentuado. Atuava também nas pontas –de- gol quando Jayme narrava os jogos.

Durante os  aproximados cinco anos em que a Guajará manteve sua equipe (1962/ 67), Teixeira participou dela. Quando Jayme Bastos deixou a emissora em 1965, ele passou a dividir a transmissão dos jogos com Carlos Cidon e já tinha na equipe nomes novos como Abias Almeida (ex-Clube), Luiz Eimar (o ex-goleiro Asas), e o repórter Emir Oliveira, pseudônimo de Raimundo Botelho,  que tempos depois viria a ser prefeito de Salinas por dois mandatos. O Plantão tinha em Meireles Faial o seu titular isolado tanto na escuta dos resultados dos jogos quanto na informação. 

Com a inauguração da extinta TV Guajará, em princípios de 1967, José Simões assume a direção de programação da rádio e em pouco tempo desativa a equipe esportiva. Em definitivo. O novo canal 4 passou a ter maior atenção por parte dos donos do grupo Guajará. Simões inclusive assume seu setor esportivo. Embora o único programa diário fosse apresentado por Cidon durante o jornal da noite. Os taipes dos jogos realizados fora de Belém eram narrados por Simões.

Teixeira, o regra três do "neca, neca"

Com o fim do departamento esportivo, Teixeira afasta-se do microfone e passa a ser o dono do concorrido bar O Gatão, localizado na esquina  da Avenida Almirante Barroso com a travessa do Chaco, no térreo do estádio da Curuzu. Criou um slogan interessante afixado na parece lateral do bar: "Visite o Gatão, mas não venha miado". A expressão “miado” era como os paraenses costumavam se referir a quem andava sem grana, “liso”, “duro”. Nada mais direto para espantar os que gostavam de beber e comer fiado...


Depois de se aposentar do Banco do Brasil e passar O Gatão em frente, José Teixeira mudou de ramo e criou uma empresa especializada na comercialização do guaraná natural da Amazônia e de poderosas ervas medicinais.  “A Moreninha”, que no inicio ficava no centro comercial, atualmente funciona na Conselheiro Furtado, próximo à praça Batista Campos. Ele faleceu em 2014, aos 75 anos.

Para a publicação deste matéria , o Blog Ponta de Gol contou com a boa vontade da sra. Dyane, filha de José Teixeira, que nos concedeu a foto do pai e algumas informações sobre sua biografia.

Os preferidos da mídia esportiva

  Resultado lógico na escolha dos três  narradores paraenses preferidos  de todos os tempos. Seleção feita por 26 de seus próprios colegas d...