sexta-feira, 8 de agosto de 2025

Equipes esportivas inesquecíveis (7)


Controvérsias sobre a primeira equipe da Liberal


1- A rádio já não era mais Difusora desde 1966., Foi inaugurada em fins de 1960.


2- No tempo da Difusora ( primórdios) teve uma pequena equipe onde só dois nomes tinham expressão por já terem passado como narradores pela Clube: Edgar Delgado (primo de Edy Proença) e José Maria Simões, em que pese não demorar pelos vários prefixos por onde passou (incluindo Recife e Rio de Janeiro). O restante era quase todo anônimo, com exceção do rádio-escuta Carlos Duílio, nome de peso do Plantão da Clube. Se tanto, a equipe durou seis meses. Seu equipamento de campo era de péssima qualidade. O que também concorria para a equipe não ter obtido sucesso. Simões que já é falecido, alega no livro que escreveu –“42anos- Uma vida no Esporte” a existência do “fogo amigo” dentro da própria emissora para inviabilizar a equipe. Talvez sim e não. O saudoso Joaquim Antunes era o diretor da Divisão de Esportes e Notícias da rádio. Negou pra mim, com veemência, a insinuação. Embora fizesse restrição à equipe, por não ter gente de peso. A montagem da grande equipe em 1970, também suscita alguma divergência. José Carlos Raimundo, já perecido, em entrevista para o meu livro “Rádio Repórter” ( 2010) disse que os mais famosos contratados, foram ainda do tempo em que a emissora pertencia ao seu sogro, o ex=governador e prefeito de Belém, o lembrado general Moura Carvalho. Até antes de ser vendida para o saudoso Rômulo Maiorana (1970 ou 71) JCR dirigiu a antiga ZYE-25 como seu diretor-geral desde a sua fundação.


3- Pediu-me, contudo, que tirasse a dúvida com uma pessoa, que eu prefiro manter o anonimato, como respeito póstumo e hoje eu posso até exagerar em dizer que eu preferisse


4- “uma boa morte” - quando fui procura-lo. Um bipolar agudo no temperamento, ressentido com sua dispensa da emissora, inclinou as pretendidas informações, mesmo já me conhecendo de outros tempos, a uma recompensa financeira. Parei por ai. Mas resolvi também ignora-lo no conteúdo do meu livro. Nenhuma foto dele e seu nome, se muito, sendo citado só uma vez no texto, ainda que abreviado por suas iniciais de três letras. E, já foi de bom tamanho... Trabalhou na rádio desde o início da Difusora. E ainda permaneceu por muito tempo quando foi comprada (já sendo Liberal) pelo Maiorana.


5- O filho do lembrado Grimoaldo Soares, o Paulo, mesmo sendo bem mais novo do que eu, sempre foi meu amigo, já que o Grimoaldo por muitos anos morou na mesma rua da minha família, a Soares Carneiro, próximo à Praça Brasil. Paulo Soares garantiu que foi Romulo Maiorana quem convidou seu pai para integrar a novel equipe, como comentarista. Foi um dos três nomes de peso –Cláudio Guimarães e Jayme Bastos, os outros dois- nos quais se alicerçou a promissora Equipe Legal, o slogan do novo time do rádio esportivo paraense. Além dele, um dos netos de Moura Carvalho, Pedro Valinoto, também afirma que a antiga Difusora foi de fato vendida para o RM no ano de 1970.


6- É inegável reconhecer em Cláudio Guimarães, naquela época remota, como a contratação mais impactante da nova equipe. Mesmo não sendo o titular exclusivo da narração na Clube, dividia com Jair Gouveia, o sucesso do relato dos jogos pela tradicional PRC-5. Claro que havia ainda a presença de Edgar Augusto (filho de Edyr), Tavernard Neves, Guilherme Jarbas e depois da grande revelação vindo inicialmente para a Marajoara, o macapaense Guilherme Pinho. Mocinho ainda, mas já seguro na narração com boa voz e pronúncia límpida. Ingressou também na Liberal, quando já estava em vertiginosa ascensão na Clube. A transferência de CG para a Liberal, segundo revela o próprio Cláudio, teve a recompensa de um carro novo, que RM ofertou-lhe como luvas pela contratação.


7- Jayme Bastos estava há quase cinco anos afastado do microfone, desde que deixou a extinta Guajará no final de 1965. Mas ainda era um nome muito lembrado dos ouvintes do futebol pelo estilo irreverente de narrar, arrimado na bela voz gutural e dicção cristalina, além dos bordões criativos e sobretudo populares ecoados pelo povão. Ele era também um cara preparado no improviso quando se fazia necessário comentar sobre um fato inesperado ocorrido no decorrer do jogo. Sem tanta demora e lançando o craniado jargão “neca, neca” pra traduzir o placar em branco para um dos times ou empate em zero a zero, voltaria logo a sua melhor forma no relato do futebol. Explodia a galera ao dizer no ar, o bordão que o consagraria na carreira nem tão linear no tempo que passou pelas quatro antigas AMs de Belém: Marajoara, Guajará, Liberal (sua fase áurea por cerca de 10 anos) e Clube ( em rápida passagem)


8. Além da sua extinta Maguary, de tão breve existência sob sua direção. Quem sabe, a grande frustração em sua marcante trajetória no rádio. Não conseguiu superar os entraves quase que previstos para ter uma emissora AM por mais de cinco anos (1990/95) e sem grana suficiente para investir, além das divergências com os dois outros irmãos que eram seus sócios, vendeu a rádio para uma igreja evangélica ( hoje é a Novo Tempo).


9- A equipe da Liberal quando iniciou em 1970, além de Jayme, Cláudio e Grimoaldo, contava com Guilherme Pinho, Luiz Solheiro (em disposição no mercado, depois de trabalhar algum tempo em Macapá, mas fora do rádio, embora já tendo passagens como comentarista pela Marajoara, Clube e Guajará); Carlos Cidon (ex- narrador na Guajará)e os plantonistas: os irmãos Antonio e Sergio Bellar, além de Joércio Barbalho e Hamilton Pinheiro (informante).


10- Pouco tempo depois, entraram: Guarany Jr. vindo do rádio santareno para a Marajoara, o desconhecido goiano Paulo Ferrer, além de Flávio Moreira, ex-plantonista da Clube e Aldo César que substituiu Hamilton Pinheiro. Causou espécie a contratação mais badalada da nova equipe, Cláudio Guimarães, sem tanta demora deixar a emissora. Na versão contada por ele, recentemente, sua saída foi espontânea. A saudade da Rádio Clube, com pouquíssimo tempo lhe fez procurar Edyr Proença que lhe acolheu de volta ao prefixo pioneiro da PRC-5 Um dia em conversa com Jayme Bastos sobre o assunto, com a ironia que era a marca registrada de sua personalidade, ele recorreu à zoação : “A Liberal não era ouvida em Bragança”. Cláudio é filho do município. Voltou à Clube, onde até hoje atua e que até parece ser a emissora do seu coração. Embora ainda tendo retornado à Liberal em 1988 onde ficou por breve tempo (menos de cinco anos) e não poupou críticas à direção da emissora por não saber gerir em termos modernos o departamento comercial que alegara redução de custos para sua dispensa e de outros companheiros em 1992. Nesse tempo, a Liberal contava com Ivo Amaral, Jorge Luiz e o próprio Cláudio como seus principais narradores.




Os preferidos da mídia esportiva

  Resultado lógico na escolha dos três  narradores paraenses preferidos  de todos os tempos. Seleção feita por 26 de seus próprios colegas d...