segunda-feira, 27 de setembro de 2021

Morre um dos famosos Quarentas



Poucos sabiam que ele começou no futebol paraense com o codinome mais famoso de todos os tempos: Quarenta. Uma linhagem que começou com a matriz, o velho Luiz  Lebrego, famoso no Paissandu no ataque das décadas 1920/30 e início dos anos 40.

 

Chamado de El Tigre em alusão a Friendreich que também tinha a mesma alcunha e foi um dos maiores artilheiros do futebol brasileiro em seus primórdios, Lebrego, na verdade o Quarenta original, ainda jogaria no Vasco e São Paulo. Encerrou a carreira no próprio Paissandu com 35 anos em 1945. Uma façanha àquela época !


Um dos filhos de Lebrego, Quarentinha, despontou no Papão como ponta-esquerda em 1954.  E logo seria contratado pelo Vitória,  explodindo seu futebol na Boa Terra, sem tanta demora iria para o Rio atuar no Botafogo em um ataque histórico formado por Garrincha, Didi, Paulinho, Quarentinha e Zagalo. O time da Estrela Solitária nesse tempo só tinha o Santos de Pelé como um  grande adversário. Equivalente ao extraordinário time de Vila Belmiro. Foi da Seleção Brasileira onde marcou muitos gols. Embora sem  nunca ter sido campeão mundial. Mesmo como reserva.

 

Outro filho do velho Lebrego, Walmir, ainda que iniciado no Papão , ganharia fama no Remo. Era considerado a ‘ovelha negra’ da família, toda bicolor.  Diziam ser azulino de coração, embora tendo do jogado no extinto Belenense e também na Tuna. Jogava como meia- direita (correspondente, hoje, ao ponta de lança).

 

O mais famoso de todos os Quarentas,  porém, seria Paulo Benedito Braga dos Santos, ainda vivo, que por quase 20 anos (1956/ 1974) esbanjou seu esplendoroso futebol como meia-armador do Paissandu. E foi escolhido pela crônica esportiva paraense no ano 2000, por unanimidade,  como O Craque do Século do nosso futebol. Por ser de porte  físico mignon, por vezes predominava entre a torcida,  o apelido de Quarentinha. Mas na mídia era mesmo o Quarenta.

 

Ércio que faleceu ontem, aos 82 anos, era cria da juvenil bicolor. Em 1959 passou para o  time titular. Um ponta-esquerda veloz, mas que só chutava com a canhota. Driblador hábil, l na decisão do campeonato de 1959, num jogo com muita chuva no estádio do Souza, em um contra-ataque, chutou para o gol do goleiro Edgar do Remo, e mesmo sendo um chute com o pé direito, que não era o seu forte, a bola ao se aproximar do goleiro, quicou em um "montinho artilheiro", desviou o arqueiro do lance e  foi para o fundo da rede. Era o gol do campeonato do Papão.


Jogou no time alvi- azul até 1970 quando foi para a Tuna e se sagrou campeão pela cruz-de-malta.


Depois  que  deixou o futebol, formou em Direito e passou a exercer a nova profissão. Teve uma tumultuada passagem pelo Sampaio Corrêa, logo que despontou no PSC mas sem demora no futebol timbira, retornaria à Curuzu.




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