sábado, 17 de fevereiro de 2018

Ivo Amaral - O camisa 10



Com mais de 50 anos de atividades quase que ininterruptas no rádio e na televisão esportiva paraense, Ivo Amaral continua a ser uma das opiniões mais respeitadas em nosso futebol. 

O conhecido Camisa Dez - e o cognome faz jus ao seu talento de narrador esportivo, além de crítico e apresentador de televisão dos mais gabaritados – começou no rádio esportivo antes mesmo de completar 15 anos. Na antiga Rádio Marajoara dos “associados” de Belém, ele se revelaria um autêntico faz tudo não só na rádio como também futuramente na Televisão Marajoara, o pioneiro canal 2, integrante da cadeia dos Diários Associados no Pará. 

Eventualmente animador de auditório na rádio, repórter do tradicional Miss Brasil quando o certame de beleza nacional era realizado no Rio de Janeiro, além de apresentador de programas esportivos e de variedades no canal 2, Ivo Amaral era na expressão de seu colega e contemporâneo nas emissoras “associadas”, Carlos Castilho, um verdadeiro show man, tamanha era sua versatilidade nos dois veículos de comunicação. 

Depois que Luiz Brandão retornou ao Rio (1963) sua cidade natal, Ivo assumiu a chefia do departamento de esportes da Rádio Marajoara. E substituiu à altura o narrador carioca que fora contratado para o lugar de Jayme Bastos, então titular na narração esportiva e que deixara a emissora por um entrevero com o diretor-artístico, o carioca Helio Thys. 

Quando a televisão foi “cassada” pelo governo do general João Batista Figueiredo em 1980, a rádio ainda continuaria com a cúpula “associada” em Belém, juntamente com o jornal A Província do Pará. Mas logo seria vendida ao então deputado federal e atual presidente do Remo, Manoel Ribeiro. Que levou consigo Jayme Bastos para ocupar um cargo de direção. Dois anos depois, Ivo Amaral deixou a emissora e se transferiu para a Rádio e TV Liberal. 

Foram vinte e cinco anos de extraordinário desempenho nos “associados” (1957/ 1982) que incluiu ainda uma coluna esportiva assinada diariamente em A Província. 

No começo dos anos 2000, inesperadamente o Camisa Dez resolve parar de narrar, depois de ter sido até o arrendatário da equipe da Liberal por breve tempo. Decide dar um tempo fora do microfone em torno de dois anos. É quando recebe convite da Clube e passa a ser comentarista em seu novo prefixo. Função em que se mantem ainda hoje, mas já agora no time da Liberal. 

Nesse longo período profissional na mídia esportiva, Ivo também comandou programas de debates nos canais: 4 (extinta TV Guajará), 2 (Cultura) e no 13 (RBA). 

No áudio que posto agora em PONTA DE GOL, gentilmente cedido por Antônio Prata Tavares que foi pupilo de Ivo na Rádio Marajoara, e desde há muitos anos reside em Portugal, o então narrador da Liberal da “uma palhinha” de seu apreciado estilo que o consagrou no rádio esportivo. E com ele, Antônio Tavares nas reportagens e comentários em Toulon, em um jogo do Clube do Remo na França, em 1995. 

É um prazer recordar ainda que por breves minutos, a narração peculiar, na voz de timbre agradável, além de vibrante, e do improviso seguro de Ivo Amaral, que tinha um estilo –sem se tratar de imitação – comparável ao do saudoso Doalcei Camargo. 

Ivo Amaral, sem dúvida, está inscrito entre os melhores narradores esportivos paraenses, no mesmo quilate de um Edyr Proença, Jayme Bastos, Júlio Sales, Miguel Cohen, José Simões, Cláudio Guimarães e Jair Gouveia em tempos pretéritos.

2 comentários:

  1. Expedito a cada nova postagem você se supera. A excelência dos comentários nos faz recordar e também aprender fatos históricos do esporte paraense. A sua pesquisa e a divisão dela conosco, deixa para a posteridade fatos não tão registrados pela imprensa escrita. Parabéns!

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  2. Caro Expedito, parabéns pelo BLOG! Gostaria, se possível, que você relembrasse, com fatos e fotos, do "esquadrão de ouro" do Clube do Remo, nos idos de 1962 a 1966 cuja a escalação seria essa: Piedade, Ribeiro, Olinto (Abel); Isaias, Socó e Pedro Buna; Jorge de Castro, Câmara, Sessenta (Walter), Quibinha (Estanislau) e Chaminha (J. Alves). Esse time era imbatível. Creio que o veterano, Ivo Amaral, pode ajudar muito nessa tarefa. Desde já, agradecido, minha consideração e apreço pelo que faz em memória do esporte paraense.

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