terça-feira, 26 de dezembro de 2017

Nostalgia suburbana


Em tempos de nostalgia do futebol suburbano, que já foi dos mais concorridos no calendário da extinta Federação Paraense de Desportos (a antiga FPD) antecessora da FPF – Federação Paraense de Futebol - vale a pena lembrar do Sacramenta Esporte Clube, o time do então chamado “Bairro Novo”. A começar pelo seu literal patrono, o velho Martiniano Almeida, que nomina o quase extinto estadinho, outrora, palco até das presenças de Remo e Paissandu. 

O Sacramenta já disputou por algumas vezes (1961 (estreia) /68 /69 / 70/ 74 (ultima vez) nosso campeonato profissional. O que o velho Martiniano sempre quis evitar. Ele achava que seu time não tinha – como nunca teve – estrutura para uma peripécia dessa envergadura. Uma autentica profecia. O “Sacra” passou a viver as agruras de sua longa existência a partir daí. Com seu lendário estádio sendo até ameaçado de venda em face de dividas elevadas. 

Dos áureos tempos de Martiniano Almeida destacavam-se dois jogadores que formavam a chamada ala esquerda de seu ataque (meia-armador e ponta esquerda): Borrachão e Paturi. No time esmeraldino suburbano eles eram craques. 

Borrachão no estilo integral do que Ruy Castro define como os “mascarados” daquela época: tinham por hábito andar nas pontas dos pés. Principalmente os que eram esbeltos, como ele. Era como se estivessem sempre a desfilar. Tornavam-se elegantes com essa postura. Para alguns ele era o Natividade (um polivalente e tecnicamente excelente jogador do Paissandu) do subúrbio. Individualista e clássico nas fintas desconcertantes, abusava, no entanto, desses ornamentos em campo. Quando resolvia passar a bola para algum companheiro, era como se fosse “um favor”, quase uma caridade. Mas em compensação, o passe era feito com classe. Paturi era velocista e chutava bem. Por muitos anos foi cartorário na antiga Repartição Criminal do Fórum de Belém. Depois formou-se em Direito. 

Os dois chegaram a jogar por breve tempo pelo Papão. Mas sem repetir o mesmo sucesso dos tempos do Sacra. Coisas do futebol. Foram revelados pelo clube suburbano craques como Eloy, Nascimento e Fefeu que jogaram na Tuna nas décadas 1960/70.

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